João Diogo Manteigas admitiu que compreende a postura dos benfiquistas ao não apreciarem a figura de Pedro Proença.
João Diogo Manteigas, em entrevista exclusiva ao Bola na Rede, admitiu que compreende que os benfiquistas não apreciem a figura de Pedro Proença, atual presidente da Federação Portuguesa de Futebol, devido ao seu histórico:
«É um profissional, não o conheço pessoalmente. É um profissional que tem muito bem vincado aquilo que quer, é uma pessoa que tem objetivos e vai cumprindo esses objetivos, mas os meios que utiliza para atingir esses fins são o seu grande problema. Simplificando, que eu tenho tanta coisa na minha cabeça relativamente a isso, o Ricardo já percebeu que eu sou direto e transparente, eu sou igual a mim próprio. Ninguém me vai poder dizer que o João está diferente. Quando me perguntam sobre várias pessoas do futebol, eu tenho que segmentar na minha cabeça as coisas, já que trabalho com pessoas e entidades. Pedro Proença é um homem do futebol e vê-se perfeitamente que tem determinados fins que quer atingir, independentemente dos meios que usa para isso, já quando estava na arbitragem. Na minha opinião, eu entendo que é uma figura nada consensual no Benfica, desde o tempo de arbitragem. Não estou a criticar o seu perfil enquanto árbitro, posso criticar as suas prestações. Tenho plena consciência de que é verdade que os benfiquistas não gostam, na sua maioria, de Pedro Proença. Não estou aqui a discutir que prejudicou intencionalmente. Mas existiram erros, desde uma grande penalidade que não existiu sobre o Yebda sobre o Lisandro López a 50 cm dele. Há várias razões, eu sei que os benfiquistas não gostam dele. O Pedro Proença não é consensual para os benfiquistas. Isto independentemente de ser sócio, que ele é. Mas isto é como tudo, há sócios que não gostam de mim e eu também sou sócio. Na figura do futebol, Pedro Proença foi amplamente contestado enquanto árbitro, foi amplamente contestado enquanto dirigente da Liga e está a ser amplamente criticado pelos benfiquistas enquanto dirigente da Federação. Eu estou-me a candidatar ao Benfica. Eu tenho que entregar a quem eu devo responder. Se o meu sócio, se a pessoa que exige a mim o meu trabalho e que confia em mim, me diz que não gosta de figura A ou B, eu tenho que lidar com essas pessoas a defender os interesses de acordo para quem eu trabalho. Na minha opinião pessoal entendo que, à parte do sucesso enquanto árbitro, acho que não foi meritório de tal premiação, nunca lhe revi essa capacidade, exatamente por ser do Benfica e pelo seu histórico. Enquanto dirigente da Liga tenho plena consciência de que elevou a Liga financeira a um patamar completamente dispensável. A Liga tornou-se num centro de custos brutal, aumentou sem necessidade o número de trabalhadores. Não tem que profissionalizar algo tendo que gastar dinheiro. Consegue profissionalizar sabem gerir sustentavelmente o negócio. Deixou ali um belo fardo para Reinaldo Teixeira. Eu quero ver como o doutor Reinaldo vai gerir a herança que lhe deixaram. Transportando para a Federação, acho que Pedro Proença conseguiu atingir passo para o segundo plano das suas intenções. Acho que ele quer passar para um primeiro plano que é ser presidente da UEFA. Aquilo que Pedro Proença está a fazer nos primeiros meses do seu novo cargo, eu entendo que é uma gestão muito perigosa. As pessoas que o rodeiam é uma questão interessante. Luís Filipe Viera focou-se de que essas pessoas eram sportinguistas. Eu não estou preocupado com isso. Estou preocupado efetivamente pelo Benfica não estar devidamente representado nas instituições desportivas. Mas não é aí que o Benfica fica a perder. É não ser vigilante daquilo que os outros fazem nas instituições e o Benfica não pode abandonar o barco sobre os projetos da Liga e da Federação. O Benfica tem que ter um papel muito ativo. Um exemplo que dou é o de Rui Caeiro. Rui Caeiro é o vice-presidente para a arbitragem e não integrou as listas de Pedro Proença. Nem sequer era membro substituto na lista. Alguma coisa se passou, o IPDJ está a investigar e eu tenho andado a falar disto. Se calhar é legítimo, mas ninguém percebeu como. Em todas as listas existem os suplentes. Se alguém sair da lista principal, sobem os suplentes. Isto é assim em todas as federações. Rui Caeiro não estava na lista. Há coisas que passam e que devem ser da atenção de todos os stakeholders em Portugal. Há outros problema na Federação que é a arbitragem. Acho que vai haver a tendência de ser mais transparente e vão haver medidas interessantes para ser avaliar. Duarte Gomes é uma pessoa respeitada, respeito o seu trajeto. Nunca vamos ser consensuais em todo o lado. Porém, temos que ser íntegros e profissionais. Temos que ter elevação e ser sérios. Duarte Gomes é uma pessoa séria, mas temos estado a avaliar e vamos continuar a avaliar. Há um bom exemplo com os relatórios dos árbitros a serem públicos, os VAR’s vão passar a ser avaliados. O Benfica terá que adotar um papel de interesse pelo caminho que a arbitragem está a fazer. O clube tem que ter uma vigilância muito importante no Centro da Maia, onde existe o acompanhamento, e também na Cidade do Futebol, onde é feito o projeto. O Benfica tem que ser uma relação direta com os vários conselhos, como o Conselho de Arbitragem e isto não é para pressionar, não quero pressionar ninguém. Eu tenho é um problema que é que ninguém me responde, não sei porquê. Mas quando eu for presidente do Benfica as coisas vão mudar, porque aí já têm o dever de me responderem institucionalmente. Eu quero que os sócios sejam esclarecidos sobre o que são as intenções do Benfica».
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