Luís Filipe Vieira: «Tenho a certeza absoluta que a maioria silenciosa vai ganhar as eleições»

Luís Filipe Vieira concedeu uma entrevista à CMTV para falar sobre a atualidade do Benfica e do panorama nacional.

Luís Filipe Vieira, candidato à presidência do Benfica, concedeu uma entrevista à CMTV para falar sobre o clube e o futebol nacional. O antigo presidente mostrou-se confiante quanto ao resultado das eleições, afirmando que a ‘maioria silenciosa’ será determinante:

«Acredito não. Tenho a certeza absoluta que a maioria silenciosa vai ganhar as eleições».

Sobre as recentes sondagens publicadas, Luís Filipe Vieira desvalorizou os resultados:

«Não vale a pena olhar para as sondagens. Podem ser bem feitas, mas é a mesma coisa que aconteceu na AG. São pessoas que se movimentam, estão organizadas, e é por aí que passa a sondagem. Foi o que aconteceu na AG, estão organizadas e bastante. As sondagens para mim não contam nada. Podia dizer-lhe outra coisa, mas não vou dizer. A sondagem será dia 25. Não tenho sondagens, tenho informações. A primeira sondagem que há é a rua. A melhor sondagem que existe».

O antigo presidente das águias comentou sobre os restantes candidatos às eleições de 25 de outubro:

«Neste momento não ligo a adversários nenhuns, cada um zela por aquilo que tem de zelar, falar aos benfiquistas. O que digo é que, para o Benfica neste momento, ganhe quem ganhar – e eu penso que vou ganhar -, devia ter a maioria. É impossível isso suceder, mas devia para estabilidade do Benfica. Não tenho problema nenhum, claro que vou debater com eles. Com todos. Se há alguém com obra feita sou eu. Nenhum deles tem obra, pois não? Vim para um Benfica completamente falido e trouxe-o para o patamar em que o deixei».

Luís Filipe Vieira comentou as declarações de João Noronha Lopes, que disse que o antigo presidente teria medo de debater com o favorito a vencer as eleições:

«Se ele disse isso… Há uma coisa que sei que sou: completamente transparente. Digo o que sinto e ninguém trabalha a minha cabeça. Aquele senhor que está ali sabe perfeitamente disso. Não sou instruído por ninguém, não tenho uma cassete na cabeça. Tenho outra particularidade: sou líder, ele é gestor. Emocionalmente sou super-forte e estou muito à vontade para debater. Ele [Noronha Lopes] pode andar a treinar quinze dias ou um mês. Deixe estar que tenho boas perguntas para lhe fazer».

O candidato afirmou que não voltará a candidatar-se às eleições do Benfica:

«Isso não quero mais interferir no Benfica. Apareci nestas eleições muito tarde. Não imaginava minimamente candidatar-me. Já disse por que razão o fiz. De resto, se não ganhar, vou fazer a vida que estava a fazer. Vou estar perto dos meus netos, da minha família… Não senti saudades nenhumas da vida mediática, pelo contrário. Ao princípio até tive algum receio. Imagine, enquanto família, o que sofremos todos. Quem é pai, a mulher, os filhos, os netos. Até na escola… Diziam ‘o teu avô roubou o Benfica’. E o meu filho lá tinha de ir falar com os diretores, com os pais… Depois comecei a aparecer muito na rua, a andar muito pelos sítios habituais, e nunca ninguém me tratou mal. E começou a acentuar-se o ‘tens de voltar, tens de voltar, tens de voltar».

Luís Filipe Vieira falou sobre a virose que surgiu no plantel do Benfica, em vésperas do encontro frente ao FC Porto:

«Já vivemos isso no tempo da Covid-19. Criou-nos alguns problemas, nomeadamente nos jogos seguintes. Não sei o que existe, se se pode anular o jogo. Mas o Benfica tem plantel suficiente para vencer e lutar taco a taco com o FC Porto. Às vezes a sorte decide, mas o Benfica vai lá para conquistar os 3 pontos. A mentalidade que José Mourinho está a introduzir é para lutar taco a taco. Não falo nisso. Não vou. Tenho de estar em Évora, depois vou para Alcains».

O antigo presidente das águias abordou o clássico marcado para este domingo no Estádio do Dragão:

«O Benfica vai reagir muito em termos emocionais. Não tive muito esse problema de continuar na presidência através dos resultados. Tinha a ver com a identificação que tinha com os benfiquistas. Tinha a obra construída, começámos a ganhar campeonatos, a ter contas positivas. As pessoas deixaram-nos estar no poder. Se calhar ainda hoje estávamos se eu não dissesse que abandonava ou não tivesse acontecido o que aconteceu. Estas eleições, face à falta de títulos, vão ter uma carga muito emocional. As pessoas vão votar por emoção. No dia das eleições, há jogo. Se houver um azar, aquilo vai sair ao contrário».

Caso o Benfica saia derrotado no jogo diante dos dragões, Luís Filipe Vieira acredita que haverá consequências:

«Não ponho isso assim, mas vai ter consequências. Se Rui Costa for penalizado, ganha toda a gente. Uma boa parte dos eleitores do Rui Costa são meus e dele. Ele é originário de um mandato meu, esteve sempre comigo. É natural que as pessoas o identifiquem comigo».

«Já disse tudo sobre o lençol verde, quero falar do Benfica. Quero é tornar-me presidente do Benfica, tomar conta do Benfica, há muito por desenvolver. Temos de chegar. A arbitragem há-de mudar, as pessoas vão ver. Em relação aos emails, tem a ver com uma situação com o V. Setúbal. O Benfica nunca foi penalizado em nada, nem eu. Temos de acreditar na Justiça».

«Façam essa pergunta ao presidente do Benfica. Depois de ser presidente do Benfica… A Federação está minada por um lençol verde. Não vou chamar desonesto a ninguém. O Sporting tem sido sempre beneficiado. Quero falar do projeto do Benfica. O Pedro Proença foi eleito e fez da Federação um lençol verde, não digo mais nada. O Pedro Proença não fez queixa de mim? Quando for chamado, lá irei responde».

«A reparação do futebol do Benfica passará pelo Seixal. Queremos dar continuidade ao trabalho que tínhamos feito: temos de fazer o hotel, o colégio e a expansão do Seixal. O Benfica criou riqueza no Seixal e é essa riqueza que queremos continuar a criar. Queremos reter talento no clube. O Seixal foi abandonado, praticamente. Temos de fazer o hotel, o colégio e criar imediatamente a expansão do Seixal. Os projetos que deixámos não foram aprovados. Queremos que os nossos jovens estejam num perímetro fechado para estudar, alimentar e praticar o desporto no Seixal. O hotel vai ser aberto ao público, mas no fim-de-semana dará preferência aos pais. Os outros é que têm de explicar, todos sabem qual é o meu modelo. É premente recuperar o Benfica do que é importante».

«Eu não faço promessas aos benfiquistas. Não vou para Londres dizer que vem o Rúben Amorim, que vem o Bernardo Silva. Se ele quiser vir, o Benfica tem a porta aberta. Os benfiquistas é que mandam, não é o Bernardo. Mal do Benfica se estivesse sujeito a uma birra de um jogador. Se os sócios querem populismo e demagogia, é um problema dos benfiquistas, não é o meu. Se não for eleito, daqui a 2 anos vamos voltar a falar com os benfiquistas todos».

«Por que não houve um aumento aos funcionários em 4 anos? Por quê agora? Caiu muito mal. Sei o que os funcionários pensam da Direção, sobre o prémio. Sei o motivo para estarem descontentes. A Benfica Rádio já tem cerca de 20 pessoas e os funcionários da BTV foram altamente penalizados. A recompensa é o dia-a-dia. Se não estava a comprar, nunca os acompanhou ao longo dos 4 anos. Há muita gente que nem o via».

«Aquilo que eu disse é que uma pessoa que ganha 200 mil euros por ano tem de fazer alguma coisa, não pode não fazer nada. Nunca disse que o Rui Costa não fazia nada. Ele é que deixa essa ideia no ar. Nunca sabe de nada. Não é comigo. Diz que não foi ele a escolher o Ríos.”

«Já fui muito claro. Rui Costa nunca desmentiu o que eu disse. Toda a gente que trabalhou no Benfica sabem quem é o Rui Costa».

«Como presidente. Ele não foi presidente do Benfica. Se alguma coisa houve foi uma falta de liderança gritante. Já pedi desculpa aos benfiquistas. Foi um erro claríssimo. Ele cometeu uma gaffe. Prometeu que não mexia na estrutura profissional. Demitiu um profissional e outro não conseguia coabitar com a degradação que existia. Foi uma mudança brusca e radical. A desorganização é total. Não fui eu que disse que era uma bandalheira, mas disseram-me».

«Quando cheguei ao Benfica, éramos abaixo do zero. Quem deu credibilidade ao Benfica está aqui à sua frente. Está aqui à sua frente quem consolidou as contas do Benfica, mais o senhor Rafael. Se eu não me tivesse exposto tanto ou defender o Benfica como defendia. O Rui Costa pensa só nele primeiro. É Rui, Rui, Rui. Depois é o Benfica. Rui Costa não abre a boca sobre o Benfica. Agora fala mais porque está a ser pressionado por aquilo que eu disse. O que se passou com a FPF é demasiado grave. Estou a falar do lenço verde. Nem nos tempos áureos de um determinado presidente – não vou falar do nome dele, porque já faleceu – isso aconteceu».

«Vão vocês investigar. No ressurgimento da Liga, pus como condição a Pinto da Costa que nem Benfica nem Sporting podiam ter alguém dentro dos órgãos sociais da Liga. O Benfica e o Sporting não tinham um elemento nos órgãos sociais. Para mim o campo é que contava. Tivemos sempre os melhores para ganhar»

“Os comentadores que falem. Eu já não falo mais de arbitragem. Hoje fiquei a saber que afinal são os dirigentes os culpados por falarem de arbitragem. Só espero que o Ministério Público me chame para falar sobre Pedro Proença. Se for eleito, não falo de arbitragem publicamente.”

«A arbitragem não, a Federação é que tem de ser mudada. Ver os delegados que estão lá…»

«Vão vocês investigar. No ressurgimento da Liga, pus como condição a Pinto da Costa que nem Benfica nem Sporting podiam ter alguém dentro dos órgãos sociais da Liga. O Benfica e o Sporting não tinham um elemento nos órgãos sociais. Para mim o campo é que contava. Tivemos sempre os melhores para ganhar.”

«Só levei uma pessoa comigo. Se chamaram capangas, e se são dos grupos organizados, é uma falta de respeito. Vão a todo o lado gritar pelo Benfica. Têm melhor postura do que eles. Só levei uma pessoa comigo. O resto são apoiantes. Nunca tive seguranças no Benfica. Ia ter agora? Andei sempre à vontade. Manteigas mentiu descaradamente. Noronha Lopes foi ouvido. Não disse logo que não. É assim que se vê a liderança. Se é líder, dizia logo ao João Diogo Manteigas que não se queria meter nisso. Eu era muito amigo do pai de João Diogo Manteigas, não quero falar muito. Toda a gente sabe quem ele é. Uma vez pediu-me apoio. Na única vez que ele esteve na minha casa, disse-me para apoiá-lo. Noronha Lopes portou-se mais como capanga do que os outros. Ao não dizer logo que ‘não’ ao João Diogo Manteigas é um capanga. Não tem comparação nenhuma com a AG do FC Porto. Não houve agressões. Era um boicote organizado. Tive uma pessoa a vir falar comigo a dizer para eu não me aproximar. Se isto continuar assim vai ser problemas no Benfica. Pode haver problemas, de agressões. Quem arrasta pessoas atrás deles para AG’s? Numa AG em que arrasaram Rui Costa, João Noronha Lopes saiu e parecia que havia um regimento, só miudagem. Ainda ontem vi um evento dele. Aqueles miúdos só foram felizes no Benfica comigo. Eu vim com uma missão. Se não me quiserem, regresso para casa. Daqui a 2 anos voltamos a falar».

«Como presidente do Benfica, nunca houve problema de dinheiro. O presidente do Benfica contratou-o, tem o meu apoio. Se não fossem as eleições, Bruno Lage teria continuado. José Mourinho chegou, é um treinador de elite, vai resolver os problemas todos do Benfica».

«Gosto bastante dele, como de muitos treinadores. Falei com três treinadores, inventaram logo o Sérgio Conceição. E foi o que foi. Se o Benfica tivesse problemas nos resultados, há 3 ou 4 treinadores aos quais o Benfica teria de recorrer. Se o Sérgio vai a caminho da Arábia Saudita, não vale a pena falar nisso. Nunca fico desiludido com jogadores e treinadores. Se não ganharem, posso ficar chateado, mas desiludido não. Com Jorge Jesus, quando não ganhámos, ficou contra muita gente e depois ganhámos».

«Discordo. As eleições têm sido pacíficas, não interferem no futebol. Não podemos dizer que a culpa de maus resultados é das eleições. Todos queremos que o Benfica ganhe. Nunca vi um jogador pressionado por causa das eleições».

«José Mourinho? Nunca vi um treinador preocupado com as eleições do Benfica. Alguns até iam votar. Não tinham problemas. Alguns jogadores iam votar, mas não era eu que pedia. Uma das decisões que tomei foi dizer a antigos jogadores ‘não me apoies, não me mandes nada, faz o que tu quiseres e não fales de mim’. Eles são património do Benfica. Faz algum sentido Cardozo apoiar Noronha Lopes? Conhece Nuno Gomes, é suficientemente adulto para tomar decisões. O Cardozo é um grande amigo meu. Eu não quero apoio nenhum. Como é que Cardozo apoiou Noronha Lopes? Alguma coisa aconteceu. Não quer cargo. O Cardozo gosta é de dinheiro», começou por dizer.

«Não posso provar, mas sei o que tem sido dito e quem tem aliciado ex-jogadores. Eu liguei ao Cardozo, ele não me atende o telefone e sei o motivo, mas ele um dia vai contar a verdade. Não posso provar nada. A partir da situação do Cardozo, telefonei a 8 ou 9 jogadores para que não me apoiassem. Mas estou a fazer alguma acusação grave? Conheço o Cardozo e ele não faz nada de borla. Não estou a dizer que recebeu, estou a dizer que não faz nada de borla. Foi aí que tomei uma posição radical e decidi que não queria apoios. Recebi essa denúncia há um mês e tal, mas não liguei muito. Antes ele atendia-me sempre e agora não me atende. Nem ao melhor amigo em Portugal ele atende».

«Não sei quais as condições que José Mourinho tem. De certeza que vai ganhar frente ao FC Porto, as coisas vão-se compondo. Tenho de falar com ele e o que ele sente, se está satisfeito com o plantel. A 7 pontos do FC Porto seria complicado, mas vamos pensar que ficamos a 1 ponto. Deixe-me só finalizar. O único candidato com experiência no Benfica sou eu. Que experiência os outros candidatos têm? Que experiência tem Noronha Lopes no futebol? Zero. Não é a trazer 3 ou 4 jogadores que vão resolver o problema. É uma casa demasiado grande. Noronha Lopes pode ser gestor, mas o Benfica precisa de um líder que esteja na frente de combate para recuperar o seu posicionamento no mercado».

Rodrigo Lima
Rodrigo Limahttp://www.bolanarede.pt
Rodrigo é licenciado em Ciências da Comunicação e trabalha atualmente na área do jornalismo desportivo. Apaixonado pelo mundo do desporto, tem no futebol a sua principal área de interesse e análise.

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