Marco Delgado conta com uma vasta experiência no Médio Oriente. O técnico contou uma história sobre o começo da sua carreira.
Marco Delgado revelou em entrevista ao Bola na Rede que desejou trabalhar com José Mourinho no começo da carreira, admitindo que lhe escreveu uma carta, enquanto o luso se encontrava no Benfica, voltando a tentar ao contacto na União de Leiria:
«Ainda ontem disse a brincar a um treinador que está na Coreia do Sul que sou o melhor técnico adjunto, mas isso não faz de mim um bom treinador principal. Ele fez a mesma pergunta que tu. A oportunidade a surgir terá que aparecer por ela própria e eu não a proporcioná-la. Trabalhei dois anos com o Fanã e ele dizia sempre que mais valia ser um bom adjunto do que um mau principal. Disse para me manter no caminho, para não fazer da procura uma obsessão. Sempre me vi nessa situação. Eu digo a brincar que sou o melhor do mundo. O José Mourinho nunca me conheceu, mas eu até tenho uma boa história com ele. Ele vai treinar o Benfica e eu vi a constituição da equipa técnica. Eu estava a acabar de estudar e eu percebi que havia qualquer coisa de diferente, a vê-los jogar, não era igual aos outros. Naquela altura víamos que ele tinha algo de especial. Cheguei ao antigo Estádio da Luz e o Benfica ia treinar à porta fechada, que nem era bem porta. Escrevi uma carta para entregar ao José Mourinho. Queria trabalhar com ele. Eu era sócio do Benfica, mas não tinha acesso ao treino. O porteiro disse que não podia entrar nem para entregar a carta. Disse que a ia entregar. Claro que nunca a entregou. Tentei chegar com ele a Leiria, mas ele já tinha ido buscar o Rui Faria. Isto tudo para dizer que houve alguns treinadores que tentei aproximar. Os do mundo árabe porque podia dar uma ajuda acima de tudo na integração. Eu conheço os jogadores todos da Liga dos Emirados, conheço os campos, a dificuldade, tudo. Sei tudo sobre os países onde passei, se calhar menos do Sudão, que aquilo agora não tem liga. Se a Jordânia fosse um país atrativo e os grandes treinadores fossem para lá, eu estava perfeitamente integrado e podia ajudar. Há dirigentes que não sabem quem querem para o lugar de treinador e dizem-me que gostariam que eu fosse o adjunto e isto é muito difícil. Os treinadores têm as suas equipas técnicas e pessoas de confiança. Eu tentei algumas vezes. Cheguei ali a 2015 e desisti disso. Tenho 24 anos de carreira e apenas há três anos trabalho com o João Mota e nunca é a mesma equipa técnica. Não tenho tido a possibilidade de me estabilizar numa equipa técnica, tentei mesmo muito, mas ainda não foi possível. Porém, não vou desistir».
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