Rui Borges analisou a vitória do Sporting diante do Alverca. O técnico respondeu à pergunta do Bola na Rede em conferência de imprensa.
Rui Borges analisou a vitória do Sporting na receção ao Alverca (2-0). O Bola na Rede esteve no Estádio de Alvalade e, no final do encontro, teve a oportunidade de colocar uma questão ao treinador dos leões em conferência de imprensa.
Lê também a pergunta e resposta a Custódio Castro, técnico dos ribatejanos.
Bola na Rede: Já aqui falou na linha de seis do Alverca. A verdade é que, com bola, também vimos muitas vezes o Sporting com uma espécie de linha de seis com a projeção de um dos médios para as entrelinhas, principalmente desde a ascensão do João Simões à primeira equipa com estes movimentos de trás para a frente. Quão importante pode ser esta presença adicional de um médio nesta zona para a evolução de jogo do Sporting, porque normalmente há de gerar superioridade.
Rui Borges: Sim. Uma boa pergunta, antes demais. É bom falar do jogo e de futebol nesse sentido e nessa parte. Numa fase inicial não era essa a estratégia, depois fomos percebendo que quando conseguíamos empurrar o Alverca mais para baixo, eles estavam a defender tão baixo que criámos mais desequilíbrios quando, apesar de estarmos a construir a dois, com o Ousmane [Diomande] e o [Gonçalo] Inácio, não precisávamos de ter os dois médios curtos. Empurrámos e tentámos empurrar o [João] Simões para um espaço mais à frente para andarmos 1+3 no espaço entrelinhas. Se o Pote andasse numa zona mais central, o Simões andava a três nas segundas linhas mais à esquerda, se o Pote andasse mais pela esquerda, teria de andar mais por zonas interiores. Se forem ver, na primeira parte foi isso que acabou por acontecer. O Simões andou tanto à esquerda para buscar a profundidade como por dentro para arranjar espaço para receber entrelinhas num espaço mais à frente. Porquê? Porque o Alverca estava só com a referência deles na frente a tentar dificultar a construção dos nossos dois centrais e quando o Simões aumentou, o Morten [Hjulmand] conseguiu jogar quase sempre sozinho e de frente para o jogo também. Não tínhamos que estar ali com os dois médios, não tínhamos essa necessidade, e tentámos ter mais um homem à frente para romper com diagonais curtas e empurrar defesas do adversário para trás, ligar mais no espaço entrelinhas e criar situações de finalização. Se formos ver, as situações de finalização no início da segunda parte, são sempre 1+3 entrelinhas com o Simões ou por dentro entrelinhas ou a romper por fora à esquerda. Depois criámos o risco na transição, porque só tínhamos dois homens mais um médio, mas como o Alverca só tinha um jogador e não estava com capacidade de sair em aceleração pelas larguras, o nosso foco era anular a referência. Saíram sempre pela referência, e o Ousmane e o Inácio fizeram um belíssimo jogo e foram anulando-o. De forma estratégica tentámos empurrar o Simões depois das leituras estratégicas nos primeiros 15 minutos. Era algo que estava a funcionar de alguma forma. Só o Simões tem três situações de finalização dentro de área.

