Sérgio Vieira concedeu uma entrevista ao jornal A Bola. O técnico de 41 anos está atualmente sem clube desde o Portimonense.
Sérgio Vieira explicou o porquê de ter saído do Portimonense numa fase inicial da temporada (final de agosto):
«As pessoas que me conhecem verdadeiramente são os jogadores, tenha sido no Estrela, no Farense, no Famalicão, no Moreirense, no Athletico Paranaense, em todas as experiências que tive. E quem me conhece sabe que os projetos em que me envolvo têm de obrigatoriamente ter sucesso. Isso tem a ver com uma série de premissas, de aspetos que enquanto homem, líder e treinador, tenho de sentir que o caminho a percorrer é realmente em função desses valores. Já aconteceu duas ou três vezes ao longo da minha carreira em que senti que o caminho não era esse. Porque mais importante que a profissão ou o dinheiro é a família e o tempo que temos para ela. Tudo o resto são coisas de que podemos abdicar. Agora, quando o caminho é sólido e se sente que pode ser percorrido para alcançar o êxito, aí sim, de uma forma determinada, sempre irei percorrê-lo».
Sérgio Vieira recordou o tempo no Estrela Amadora:
«A época anterior e a primeira época do Estrela foram muito enriquecedoras e desgastantes. Estamos a falar de um clube que há muitos e muitos anos não estava na Liga, que estava e continua a reestruturar-se. Para quem comanda, juntamente com a administração, todos os processos que depois vão suportar os resultados, como foi a subida de divisão e a permanência na Liga, é algo realmente desgastante. Os nossos objetivos foram cumpridos, foi enriquecedor para nós e para o clube e sentimos que uma nova etapa teria de vir».
Sérgio Vieira foi questionado sobre o que mais lhe motiva:
«De forma alguma, aquilo que me motiva é ganhar uma Liga dos Campeões, ser campeão do mundo, treinar nos melhores campeonatos do mundo, ser campeão português, ganhar títulos, isso, sim, motiva-me. Naturalmente que subir divisão é um objetivo responsável dos clubes em que passei. O meu foco foi sempre o nós, nunca o eu. Nunca o individualismo levou a pensar mais em mim do que nos projetos, nos objetivos que tínhamos. Pensar simplesmente, por exemplo, na beleza do futebol que praticávamos e não naquilo que realmente objetivamente essa beleza levava. Temos de ser responsáveis e perceber as condições que temos para os objetivos que são propostos».
Sérgio Vieira afirma que de momento seria muito difícil aceitar um projeto na Ásia:
«Neste momento é muito difícil. É diferente 10, 12, 15 horas de voos, milhares e milhares de quilómetros, de estar a duas horas, três horas, numa capital europeia, por exemplo. Aquilo que busco neste momento é realmente aquele passo que dei em 2014, de poder criar algo novo, inovar, ir para um país diferente, na América Latina. Ou em Portugal, ou na Europa, criar algo diferente, que realmente me preencha, mas também familiarmente seja compatível para que possa ser feliz».
