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«Ainda sonho com a Seleção» – Entrevista a José Moreira

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BnR: Se pudesse escolher um jogo que o marcou, aquele que não lhe sai da memória, que jogo escolhia?

JM: Eu gosto muito de me lembrar do jogo do Rosenborg porque é um jogo que me marcou e que marcou muitos adeptos e muitos dos meus fãs. Hoje em dia ainda passo pelas pessoas na rua e falam-me desse jogo. Contudo, eu costumo dizer que o jogo que eu mais recordo é o último que eu faço. Portanto, recordo o do Rosenborg e o jogo contra o Aves que foi o último que fizemos. São os dois jogos que eu mais recordo: o último para poder melhorar e o do Rosenborg como ícone e para ficar guardado lá na história.

José Moreira acredita no sucesso dos canarinhos no campeonato
José Moreira acredita no sucesso dos canarinhos no campeonato

BnR: Se pudesse dar um conselho aos jovens que ambicionam ser guarda redes, o que lhes diria?

JM: Neste momento, posso dizer que hoje em dia todos esses jovens já são afortunados só por terem treinadores de guarda-redes. Portugal evoluiu muito nesse aspeto. Eu lembro-me de que o meu primeiro treinador de guarda redes foi aos 15 anos quando fui treinar à equipa principal do Salgueiros. Primeiro foi o Madureira e depois o Silvino, que está agora com o Mourinho. Hoje em dia, vejo meninos com 8 e 9 anos que já têm esses treinadores. Dir-lhes-ia que é já uma sorte poderem adquirir esses conhecimentos e para não se esquecerem que são jovens. Eles não têm de fazer o que o Ter Stegen ou o Keylor Navas fazem. Eles primeiro têm de se focar nos princípios básicos do futebol. Tu não podes ser jornalista sem saber escrever, tiveste de andar na primeira e na segunda classe para o aprenderes. É esse o principal conselho que dou aos jovens: não saltem etapas, não queriam ser já, por exemplo, o Rui Patrício ou Buffon a fazer defesas ao ângulo. Foquem-se no básico e desfrutem do futebol porque é nestas idades que a verdadeira paixão vem ao de cima. Quando se chega ao nível profissional já é diferente. Divirtam-se a jogar, joguem futebol na rua, na escola e nunca se esqueçam dos estudos porque infelizmente isto não dá para todos. Se conseguirem conciliar a escola com o futebol, ponham a escola sempre em primeiro ligar.

BnR: Disse que o futebol português evoluiu no aspeto dos treinadores de guarda-redes. Se tivesse de comparar, por exemplo, o futebol português atual com o futebol de há uns anos, que diferenças abismais é que encontra?

JM: O futebol evolui de ano para ano. Basta, por exemplo, um treinador ter uma ideia diferente que vão logo começar a trabalhar em volta dessa mesma ideia. Acho que o futebol evoluiu muito, comparativamente há quinze anos atrás, em termos de bolas paradas e nos jogos psicológicos. São os aspetos em que encontro mais diferenças. Sem esquecer, como é óbvio, a formação dos jogadores. Acho também que o futebol português vai continuar a evoluir. As novas tecnologias ajudam os árbitros, que são seres humanos iguais a nós que têm o direito de errar.

BnR: Falando ainda da evolução do futebol, mas desta vez num panorama mais global, e tocando no aspeto das transferências e dos milhões, achas que o facto de o futebol ser cada vez mais negócio tira a essência e paixão da festa do futebol?

JM: Se tudo tiver o seu certo peso e medida acho que não. O problema é que às vezes existem loucuras. Eu costumo dizer: beber um copo de vinho não tem problema, agora beber uma garrafa já é problemático. É como no mundo do futebol, tem de se ter peso e medida para fazer as coisas. Nessas áreas as pessoas certas e competentes saberão decidir. Eu só acho que dentro de campo nós devemos dar sempre o máximo para dignificar o clube que representamos. Compete-nos tornar o futebol um desporto bonito e positivo para vocês aí de fora gostarem cada vez mais disto.

BnR: O Moreira já experimentou um pouco de tudo, pelo menos em Portugal. Que diferenças é que encontra entre clubes com dimensões diferentes?

JM: As diferenças existem, não só por causa dos orçamentos, mas também por causa da situação e da dimensão do clube. Por exemplo, quando estive no Benfica, o clube detinha a SAD. Conclusão: o clube era o dono da SAD e mandava nela. Por sua vez, no Olhanense encontrei uma situação completamente diferente: a SAD era autónoma perante o clube e não tinhas boas relações. Vim para o Estoril e existe harmonia entre os dois. Três clubes em Portugal e três realidades completamente diferentes. Não quer dizer que uma ou outra seja melhor, existem realidades e vivências, existem adeptos. Eu aqui vejo adeptos que estão sempre presentes, faça chuva ou faça sol. No Olhanense via a mesma coisa e no Benfica também. Cabe-nos a nós jogadores praticar um futebol positivo dentro do campo e chamar mais adeptos aos estádios e ao mundo do futebol. Em todos os clubes que passei consegui sentir a paixão dos adeptos e dos sócios. Hoje em dia posso dizer que estou no Estoril Praia, um clube diferente, em que a SAD e a direção vivem em harmonia, em que os adeptos gostam da equipa e nós gostamos dos adeptos.

Artigo revisto por: Ana Ferreira

Guilherme Anastácio
Guilherme Anastáciohttp://www.bolanarede.pt
O Guilherme estuda jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social e tem o sonho de ser um jornalista de eleição. O Sporting Clube de de Portugal é uma das maiores paixões que Guilherme tem, porém, é ao mote do lema da moda “Support your local team”que acompanha a equipa do Estoril-Praia. Sendo natural de Cascais, desde pequeno que apoia a equipa da linha e que é presença assídua no António Coimbra da Mota.                                                                                                                                                 O Guilherme escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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