«Os dois anos no Vitória FC foi onde eu desfrutei mais de jogar» – Entrevista BnR com Artur Jorge

    -Segunda aventura europeia, o futuro e uma brincadeira final-

    «Comecei logo a jogar desde que cheguei e conquistei um papel interessante na equipa»

    Bola na Rede: Na presente época, foste transferido para o APOEL, no Chipre, embarcando assim na tua segunda aventura europeia. Como tem sido a tua adaptação ao clube? Vives aí sozinho, com a família, com amigos?

    Artur Jorge: Estou a viver com a minha mulher e com o meu filho, que inclusive nasceu aqui no Chipre. Em relação à adaptação, foi pacífica. É um país fácil de viver, com bom clima, tem umas diferenças obviamente do nosso país. Mas adaptei-me de forma muito natural. Fui muito bem recebido no clube, as condições de trabalho são impecáveis! Sentes e sabes que estás num clube muito grande, era campeão há oito anos seguidos. Tens sempre essa pressão e nós sentimo-la. Comecei logo a jogar desde que cheguei e conquistei um papel interessante na equipa. As coisas foram correndo bem a nível individual e isso ajuda muito na adaptação.

    Bola na Rede: Mais em cima, falamos da relação e interação adepto-jogador. Esse facto foi altamente prejudicado pela vinda da pandemia. Como te sentes a jogar constantemente em estádios vazios?

    Artur Jorge: É muito, muito estranho! Não se retira prazer e adrenalina do próprio jogo. É completamente distinto! No que é que algumas crianças pensam quando crescerem? Elas querem ser jogadoras de futebol, jogar com o estádio cheio e em altos patamares. É isto! Se formos à essência do futebol, é isto: ter a claque a cantar, ter bandeiras ao vento, luzes, ver tudo isso! às vezes, dá a sensação de que aquilo é um treino ou um jogo de pré-época. Nós, este ano, já jogamos playoffs de acesso à Liga Europa e dérbis contra o Omonia. É completamente absurdo. Fora do estádio, não existe ninguém porque está a polícia a controlar tudo, porque há confinamento obrigatório, porque as pessoas não podem sair de casa. Dentro do estádio, ouves os jogadores a trocar ideias e a falar, como se fosse um treino! Eles mostram muitos vídeos de como era no passado. Sinto muita pena de não estar a desfrutar dos ambientes que se vivem aqui.

    Bola na Rede: Sabemos que, provavelmente, não pensaste sobre o que te vou perguntar. Tens em mente um regresso a Portugal ou pensas continuar a traçar o trilho europeu?

    Artur Jorge: Admitir, admito. É o meu país. Adoro a Liga. Agora, olhando para a minha carreira e para aquilo que pretendo, acredito que passarei os próximos anos fora pelo que muitos jogadores relatam. Mas sim, acredito num regresso a Portugal! Estou sempre aberto a ouvir as abordagens e nunca direi de forma prévia que não.

    Bola na Rede: Atualmente, com 26 anos, já pensaste o que fazer quando pendurares as chuteiras? Sabemos que é um bocadinho cedo, mas podes já ter tudo alinhavado…

    Artur Jorge: Repara, eu posso ter uma ideia e amanhã já não a ter. As coisas mudam rapidamente. Durante estes anos todos que ainda espero jogar, a verdade é que depois a vida se altera e tu até tens novos planos… neste momento, obviamente, é lógico que não me vejo a fazer outra coisa no trabalho, no meu dia a dia. Porque também já tenho outras áreas onde tenho investimentos. É o que fiz desde sempre, é o que amo e é o que quero fazer. Tenho este tempo todo para me preparar, para fazer tudo da melhor maneira e exercer a melhor função naquilo que fizer.

    Fonte: APOEL FC

    Bola na Rede: Vamos agora deixar estes momentos mais sérios. Para finalizar, o que achas de fazermos uma brincadeira?

    Artur Jorge: Claro que sim!

    Bola na Rede: Tem cuidado, porque isto está a ser gravado e, com as respostas que deres, podes ferir suscetibilidades. Pedia-te, assim muito rápido, um TOP 3 de jogadores mais engraçados/ peritos na arte de fazer partidas com quem partilhaste o balneário.

    Artur Jorge: Tenho que fazer um exercício de memória (risos). Um TOP 3? (suspiro)… Pedro Santos, no SC Braga. A parte do engraçado e também das partidas. Ele tinha muitas partidas em SC Braga. Muito engraçado passar o dia com ele. Era um rapaz muito divertido. Depois, o Berto, do Vitória de Setúbal. Sempre muito engraçado, a dançar, a ouvir música muito alto, na maior parte dos dias. E o Mansilla, que joga agora no SC Farense.

    Bola na Rede: Numeraste isso do 1.º para o 3.º ou do 3.º para o 1.º?

    Artur Jorge: Não sei, não sei (risos). Os três à sua maneira, eram os três muito divertidos, com um certo grau de maluquice, positiva, obviamente. Posso estar a esquecer-me de alguém, mas foram os que me vieram logo à cabeça.

    Bola na Rede: A segunda pergunta é outsider deste lote de quatro. Primeiro os cereais, o leite ou nenhum dos dois porque os teus cuidados alimentares não permitem isso?

    Artur Jorge: Quando como leite com cereais, sempre primeiro o leite.

    Bola na Rede: Imagina que ias fazer uma viagem e que só podias escolher um jogador e um treinador para te acompanhar, obrigatoriamente. Quem escolhias?

    Artur Jorge: Jogador é o Nené, do CD Santa Clara, que é o meu melhor amigo, já desde infância. Um treinador (risos), não sei quem podia escolher… escolhia o meu pai, Artur Jorge, treinador dos sub-23 do SC Braga. Escolhia-o a ele! E era bom porque íamos todos em família.

    Bola na Rede: Por último! Preferias apagar o teu perfil de Instagram ou aquele autogolo aos 14 segundos?

    Artur Jorge: (risos). O autogolo, sem dúvida nenhuma. Era o único momento da minha carreira que apagava, caso tivesse oportunidade.

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    Romão Rodrigues
    Romão Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    Em primeira mão, a informação que considera útil: cruza pensamentos, cabeceia análises sobre futebol e tenta marcar opiniões sobre o universo que o rege. Depois, o que considera acessório: Romão Rodrigues, estudante universitário e apaixonado pelas Letras.                                                                                                                                                 O Romão escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.