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«Em todos jogos, os dinamarqueses lutavam para homenagear o Eriksen» – Entrevista BnR com Pedro Ferreira

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Bola na Rede: Neste Europeu, esteve um jogador com quem jogaste com mais consistência, que é o Merih Demiral. É um jogador que tem sido muito aproveitado pela Juventus. Surpreende-te?

Pedro Ferreira: Surpreender não surpreende, porque dava para ver que ele tinha uma mentalidade muito competitiva, era muito agressivo. Era muito tranquilo fora do campo, mas dentro do campo virava um monstro. Sempre foi muito competente no Sporting. Não estava à espera que ele fosse parar assim à Juventus. Basicamente, eu estava a jogar com ele e, passado um ano e meio, ele estava na Juventus. Isso aí não esperava. Merece o trajeto que fez e fico muito feliz por ele.

Bola na Rede: Consideras que a Itália foi uma justa vencedora deste Europeu?

Pedro Ferreira: Sim. Era a equipa que dava mais prazer ver jogar. Depois, os italianos têm muito espírito de entreajuda. Fazem um corte e celebram como se fosse um golo. A Itália era a equipa que eu mais gostava de ver e a que estava mais preparada para ganhar o Europeu.

Bola na Rede: Em termos de destaques individuais e surpresas no Europeu, alguém te saltou à vista?

Pedro Ferreira: A surpresa é o Damsgaard. Em termos de destaques, o Jorginho, o Bonucci e o Chiellini, que estiveram incríveis, o Donnarumma, também muito seguro, e o Spinazzola, que não estava à espera e fez um grande Europeu. O Maehle, que jogou aqui no Aalborg, também esteve muito bem.

Bola na Rede: Quando saíste para jogar na Dinamarca, não tiveste receio de saíres do radar das grandes ligas europeias e, eventualmente, da seleção portuguesa?

Pedro Ferreira: Quando vim para aqui, as equipas estavam a ver o dinheiro a fugir por causa da pandemia. Era difícil uma equipa da Primeira Liga, sem ser os três grandes, pagar o que o Aalborg pagou por mim. Se tentasse ficar em Portugal, ia ficar no Varzim na mesma, porque não ia conseguir sair dali. Escolhi vir para aqui e foi muito bom. Embora as pessoas pensem que não, é uma liga muito competitiva e com muito boas equipas.

Bola na Rede: A campanha que fizeste com o Varzim na Taça de Portugal, em que chegaram aos quartos de final e jogaram contra o Porto, no Estádio do Dragão, ajudou-te a ganhares projeção?

Pedro Ferreira: Acho que sim. O jogo no Dragão ajudou-me a dar esse salto. Acho que joguei muito bem contra o Porto e a equipa toda também jogou muito bem. É uma visibilidade que a Segunda Liga não tem. Acabámos por perder 2-1, mas jogámos muito bem.

Bola na Rede: Se esse jogo não te tivesse corrido bem, achas que a esta altura estavas na Dinamarca?

Pedro Ferreira: No campeonato, as coisas também me estavam a correr muito bem. Acabámos, com a interrupção, em sexto lugar, mas estávamos muito próximo do terceiro. Creio que sim.

Bola na Rede: Na temporada passada, o Aalborg ficou relativamente aquém das expectativas. Que objetivos traçaram para a nova época?

Pedro Ferreira: Os mesmos da última época. O campeonato tem 12 equipas. Depois da fase regular, divide-se em dois. Seis equipas jogam um campeonato de apuramento de campeão e as outras seis jogam um campeonato de descida. A equipa que ficar em primeiro no campeonato de descida joga contra o quarto do campeonato de apuramento de campeão. Foi o que aconteceu o ano passado [o Aalborg venceu o campeonato de descida]. Fomos jogar uma espécie de uma final [frente ao Aarhus] para termos acesso à nova prova europeia, a Conference League, mas perdemos nos penáltis. O objetivo, desde o início da época, era passar para o campeonato de apuramento de campeão e tentar as competições europeias. Não fomos ao apuramento de campeão, mas estivemos muito perto de ir às competições europeias.

Bola na Rede: Que expectativas, em termos individuais, é que tu tens?

Pedro Ferreira: Em termos de jogos, fazer melhor ou parecido ao que fiz na época passada. Acho que até janeiro fiz uma época excelente. Acabei no onze de outono. Depois, mudámos de treinador e as coisas não fluíram de forma tão consistente. É tentar atingir o nível que atingi até janeiro. Estou a trabalhar bem e penso que o poderei fazer novamente, mas não até janeiro, mas até final da época.

Bola na Rede: Como caracterizas a equipa do Aalborg?

Pedro Ferreira: Quando vim para cá, era defender e contra-atacar. Com a mudança de treinador, começámos a jogar mais apoiado, a tentar jogar por trás, um pouco como, por exemplo, o que a Itália fez. Sinceramente, acho que o estamos a fazer muito bem. Jogamos um futebol apoiado, com passes curtos, e tentamos passar pela linha ofensiva deles para termos mais espaço para atacar com menos jogadores adversários. É um pouco por aí.

Bola na Rede: Sentes-te preponderante nessa ideia?

Pedro Ferreira: Sim. Era um pouco o que me faltava. Faltava focar-me mais no futebol apoiado. Esta pré-época está-me a fazer evoluir muito nessa parte do jogo.

Bola na Rede: Sair neste mercado ainda é uma opção para ti? 

Pedro Ferreira: Não sei. Vamos jogar sete jogos com a janela de transferências aberta, tudo pode acontecer. Neste momento, estou aqui. Se aparecer alguma coisa, eu e o meu agente temos que analisar.

Bola na Rede: Falou-se no interesse do Bordéus. Esse interesse foi real?

Pedro Ferreira: Não sei. Só vi pela imprensa. O meu empresário só fala comigo quando é algo mesmo concreto.

Bola na Rede: Desde que estás aí, surgiu em algum momento a oportunidade de regressares a Portugal?

Pedro Ferreira: Se houve o interesse, nunca foi nada concreto, porque nunca chegou até mim.

Bola na Rede: Mas vês esse regresso com bons olhos?

Pedro Ferreira: Depende do projeto. Sinto-me bem aqui no estrangeiro. Obviamente, não quero terminar aqui a carreira. Espero ir para outros voos, mas neste momento sinto-me bem aqui. O que aparecer vamos analisar.

Francisco Grácio Martins
Francisco Grácio Martinshttp://www.bolanarede.pt
Em criança, recreava-se com a bola nos pés. Hoje, escreve sobre quem realmente faz magia com ela. Detém um incessante gosto por ouvir os protagonistas e uma grande curiosidade pelas histórias que contam. É licenciado em Jornalismo e Comunicação pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e frequenta o Mestrado em Jornalismo da Escola Superior de Comunicação Social.

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