«Foram 14 anos como número 2 do Luís Freire. Dizíamos às vezes que há casais sem tantos anos de namoro» – Entrevista Bola na Rede a Nuno Silva

É na palavra ambição que se misturam os sonhos e os objetivos de Nuno Silva. Depois de 14 anos como treinador-adjunto de Luís Freire, num caminho iniciado nas divisões distritais de Lisboa e encerrado com o Rio Ave na Primeira Liga, o treinador está pronto para dar o passo como treinador principal. Enquanto aguarda a chegada do primeiro projeto a solo, o treinador conversa com o Bola na Rede sobre as aprendizagens que recebeu do percurso onde ascendeu a velocidade galopante e sobre os caminhos necessários para continuar a trilhar um caminho pautado pelo sucesso.

«Findado o caminho no Rio Ave, fizemos uma reflexão e chegámos à conclusão de que estava na altura de cada um seguir o seu caminho para procurarmos ideias novas».

Nuno Silva

Bola na Rede: Como é que se definiria como treinador?

Nuno Silva: Acima de tudo como um treinador ambicioso. Ambicioso na maneira de trabalhar, ambicioso nos objetivos, ambicioso a liderar e ambicioso nos passos que quero dar. Passei estes anos todos como adjunto do Luís [Freire] onde fiz um percurso fantástico. Começámos na última divisão do país e acabámos na Primeira Liga, ganhámos ou fomos promovidos em todas as divisões. A única exceção foi a Primeira Liga. Deu-me uma bagagem muito grande para procurar esta fase da vida e este passo, que é tornar-me treinador principal. Se houvesse uma palavra que me definisse seria ambição.

Bola na Rede: O que ambiciona como primeiro projeto na carreira a solo?

Nuno Silva: Mais do que o primeiro projeto, quero definir os objetivos que tenho para o futuro. Pensando na entrada a meio do campeonato, será um projeto de estabilização que me permita regressar o mais rapidamente possível à Primeira Liga. Sou um treinador com alguma bagagem, mais de 150 jogos de Primeira Liga e 400 na carreira. O primeiro projeto dará início a este caminho, já com esta bagagem de trás, e que quer a curto ou médio prazo chegar à Primeira Liga.

Bola na Rede: Neste momento, onde sente que é possível encaixar-se na árvore do futebol português?

Nuno Silva: Não fecho a porta a nada. Para além da Primeira Liga, temos o contexto da Segunda Liga e na Liga 3 uma equipa com objetivos de subir também seria um bom contexto inicial para mim. Não fecho a porta a nada porque o que eu quero é mostrar o meu trabalho. Mostrando o meu trabalho, a minha competência, a liderança que tenho e resultados poderei dar os passos que eu quero.

Bola na Rede: Quando espera ter o futuro resolvido?

Nuno Silva: O mais brevemente possível. Já tive algumas abordagens neste período de mercado, mas quero selecionar o projeto certo e entrar o mais rápido possível. Em Portugal existem algumas mudanças nas paragens para as seleções e existem três paragens até ao final do ano, em setembro, outubro e novembro. Dentro dessas, quero o melhor projeto o mais cedo possível.

Bola na Rede: Como é possível avaliar o que é um melhor projeto?

Nuno Silva: Acima de tudo é o que me permita ter resultados. Numa indústria que procura resultados, toda a gente tem direito a uma falsa partida que às vezes leva a mudanças. Aí, tenho de olhar para o clube que me dê mais condições para chegar aos objetivos. Se um clube me diz que quer subir de divisão e não consegue demonstrar condições para tal não é um projeto. Infraestrutura, plantel, recursos humanos são condições essenciais para ter sucesso.

Bola na Rede: Como encara o passo como treinador principal depois de tantos anos como adjunto?

Nuno Silva: Na minha relação com o Luís foi sempre um passo assumido. Já há dois anos tive abordagens para iniciar este caminho, quando estava a tirar o UEFA A. Na altura, por estar a tirar o curso, pelo desafio que íamos passar no Rio Ave e pela lealdade que tenho pelo Luís, que vale muita coisa nos dias de hoje, acabei por não avançar para esse passo. Fui sempre muito aberto com ele e, findado o caminho no Rio Ave, fizemos uma reflexão e chegámos à conclusão de que estava na altura de cada um seguir o seu caminho para procurarmos ideias novas. A relação com ele continua impecável e damo-nos muito bem. Ele está a torcer por mim e eu estou a torcer por ele. Foi um caminho natural e que ia sempre acontecer.

Bola na Rede: Depois de um projeto tão longo no Rio Ave, era o momento certo para a transição?

Nuno Silva: Sim. Para lá do Rio Ave, eram 14 anos como número dois do Luís. 14 anos é uma relação profissional bastante grande. Dizíamos às vezes que há casais sem tantos anos de namoro. Tínhamos uma relação profissional tão grande numa profissão de tremenda exigência e desgaste. A nossa equipa técnica queria sempre mais e, ao final de 14 anos, é normal que se queira um espaço diferente. Ele sabia disso, eu sabia disso e somos amigos na mesma.

«Sempre que subíamos de divisão diziam-nos: “Atenção que a divisão acima é diferente”».

Nuno Silva
Nuno Silva Estoril Praia
Fonte: Arquivo Pessoal Nuno Silva

Bola na Rede: Quais as principais diferenças do papel do treinador-adjunto com o do treinador principal na equipa técnica?

Nuno Silva: Graças a Deus tive a sorte de trabalhar na equipa técnica do Luís com grande liberdade criativa e influência no processo. Não era um adjunto que estava lá para fazer o papel típico, o que me deu uma bagagem que me faz acreditar que não vou sentir muita diferença no papel de treinador principal face ao treinador-adjunto. Ele dava-nos muita liberdade e espaço para intervir. Acredito que, por isso, não vou notar grande diferença. A relação com os dirigentes vai ser um processo crescente. Já tive muita ao longo dos anos, mas como treinador-adjunto não vai ser igual. Conheci muitos, mantenho boas relações com muitos e já não parto do zero. O caminho que fiz com o Luís foi para me preparar para isto, porque me deu uma bagagem não só do treino, de ideia de jogo ou de liderança, mas também de relação com os dirigentes, que será muito importante para o futuro.

Bola na Rede: Como é que terem vindo tão de baixo no futebol português ajudou na construção de uma carreira feita em projeção?

Nuno Silva: Crescemos num contexto em que, sempre que subíamos de divisão, nos diziam “Atenção que a divisão acima é diferente”. Criou em mim e no Luís uma grande capacidade de adaptação. Apanhámos contextos diferentes todos os anos e, numa altura, fomos campeões quatro vezes em quatro anos e demos por nós na Segunda Liga. A liderança tem de ser diferente, a metodologia de treino tem de ser diferente e a relação com dirigentes tem de ser diferente. Não é normal os contextos mudarem e continuarmos a fazer as mesmas coisas. É completamente impossível. Não se lidera um jogador amador como se lidera um jogador profissional. A capacidade de adaptação faz com que o tempo que levo para perceber como guiar um clube ao sucesso seja mais curto. Saímos do Pero Pinheiro, onde subimos para o Campeonato de Portugal, agora patamar da Liga 3, e chegámos ao Mafra. Tínhamos jogadores profissionais ou semiprofissionais, uma estrutura mais profissional e com conhecimento de futebol e obrigou-nos a mudar muita coisa. Depois de sermos campeões no Mafra, fomos parar ao Estoril Praia, acabado de descer à Segunda Liga e com um plantel de Primeira Liga e ambições de subir. Já foi tudo diferente. Passámos de uma estrutura pequena para uma com 100 pessoas e a treinar jogadores que já tinham sido campeões nacionais e com outro estatuto. Obrigou também a mudar a metodologia de treino e a colocar considerações novas na ideia de jogo. Saímos do Estoril e fomos parar ao Nacional da Madeira. Trabalhar nas ilhas é um contexto especial e que obrigou a fazer as coisas de forma diferente. Saímos da Madeira e fomos para o Norte, para o Rio Ave, com adeptos mais ferrenhos e que vivem mais o clube, com uma cultura de luta. Obrigou a um comportamento e valores diferentes. Este tempo todo obrigou-nos a uma capacidade de adaptação e a tempos mais curtos para ter sucesso.

Bola na Rede: Na necessidade de sobrevivência e de adaptação, onde é que há espaço para crescer?

Nuno Silva: O futebol é como outra profissão qualquer. Podemos ser dentistas e, se só trabalharmos com o que aprendemos na faculdade e não formos evoluindo, vamos ficar para trás. No futebol é a mesma coisa. Todos os anos saem estudos, ideias diferentes, propostas de novos treinadores e de várias escolas do futebol. Se não fizermos um questionamento saudável, principalmente quando temos tempo, ficamos para trás. Não significa mudar muito, mas adaptar um ou outro valor ao contexto em que estamos inseridos. A evolução é um processo constante que tem de haver no futebol e noutras indústrias. Há que procurar e querer mais. Se a ideia é chegar a objetivos altos, temos de estar sempre no topo a interpretar a informação. Costumo dar o exemplo do GPS. Quando comecei a trabalhar no Ericeirense não tinha GPS. Quando cheguei ao Estoril, passei a ter GPS. Felizmente, já tinha trabalho com este na faculdade, mas obrigou-me a aprender aquilo, a ler e interpretar a informação e a torná-lo mais funcional. Se não tivesse feito isto, tinha ficado para trás em algumas coisas. O futebol é um processo de evolução constante.

Bola na Rede: Lembro-me de uma entrevista em que o Luís Freire dizia que não tinha muito tempo para acompanhar equipas fora da realidade em que estava a trabalhar. Há na equipa técnica alguém destinado a esta função? Como se vão assimilando as novas ideias de jogo?

Nuno Silva: Acima de tudo, trata-se da ambição individual de cada um. O Luís não era uma pessoa de ver jogos de outras equipas porque dedicava a sua atenção a outras coisas. Não quer dizer que fossem mais ou menos importantes, dedicava o tempo fora do futebol a outras coisas. Quando estávamos na primeira temporada no Pero Pinheiro queríamos replicar a ideia do Jorge Jesus no Benfica. Comecei a pensar e a refletir tendo em contas as características dos jogadores que tínhamos e o que era preciso para sermos campeões. Quando estava a ver jogos, reparei que a Fiorentina do Paulo Sousa usava uma saída a três com os dois centrais e o defesa direito, o Nenad Tomovic. Vi vários jogos no tempo livre que tinha, às vezes até nas viagens que fazíamos, e disse ao Luís o que tinha visto e que se aplicava aos jogadores que tínhamos. É assim que se implementam mudanças e conseguimos fazê-lo. Quando chegámos ao Nacional já era uma ideia diferente. O Luís teve a sorte de ter na equipa técnica pessoas que conseguiam resolver estes problemas para que ele pudesse resolver outros. O treinador principal não consegue chegar a todo o lado e para isso é que precisa da equipa técnica.

Bola na Rede: Como funciona o trabalho criativo da equipa técnica na construção de uma ideia de jogo que tem de ser comum?

Nuno Silva: O passo essencial é haver espaço para debate. Depois, o debate não pode ser subjetivo com base em achismos. Hoje há ferramentas de imagens, edição de vídeo, entrevistas de treinadores, metodologia de treino. Tem de haver espaço para a partilha. Às vezes é do elemento de que menos se espera que surgem as melhores ideias. O processo criativo tem de ser humilde. Eu não sei tudo, o Luís não sabe tudo e na complementaridade das ideias é que se chegam a coisas maiores. Tem de haver espaço, humildade e objetividade na partilha. Isso torna o processo criativo muito rentável e de onde saem boas ideias.

«O nosso melhor trabalho foi há duas épocas [Rio Ave,2023/24]».

Nuno Silva
Nuno Silva Luís Freire
Fonte: Arquivo Pessoal Nuno Silva

Bola na Rede: Há um detalhe na vossa passagem pelo Rio Ave que, por vezes, passa despercebido: os transfer bans que impediram o clube de contratar por muito tempo. O que obrigaram a uma equipa técnica que se viu com um núcleo fechado sem possibilidade de contratar?

Nuno Silva: Existe uma vantagem, que é termos um grupo fechado e connosco há vários anos. Conseguiam entender o que queríamos muito mais cedo porque já havia uma habituação. Isso era mais fácil, mas do ponto de vista do treinador exige uma resiliência brutal. Sabíamos que a exigência tinha de ser máxima, mas que não podíamos perder ninguém no processo. Se não podíamos ir buscar ninguém, também não podíamos perder ninguém. O nosso melhor trabalho foi há duas épocas [2023/24]. Já vínhamos de uma época completa de transfer bans e só podíamos contratar no inverno. Tínhamos perdido uma série de jogadores no verão e tínhamos de tentar aguentar toda a gente até janeiro para atacar o mercado e reforçar o plantel. Contra o FC Porto, estivemos a vencer por 1-0 e sofremos aos 92 e aos 95, contra o Braga estávamos a vencer 1-0 e sofremos aos 92 e 96 porque faltava profundidade no plantel. Lançámos miúdos dos sub-23 e fizemos um esforço muito grande para dar resposta a todos os problemas. Sabíamos que uma lesão num jogador importante criava problemas. O Guga esteve lesionado um mês e meio e foi uma altura sensível para nós porque era um dos jogadores mais importantes. O Boateng esteve lesionado e só tínhamos o Leo Ruiz para ponta de lança. Foi um período conturbado. Esse trabalho foi feito até janeiro e, na segunda volta, independentemente de termos tido muitos empates, só perdemos um jogo, tirámos pontos a todos os grandes e garantimos a manutenção a três jornadas do fim. No início do ano todos davam o Rio Ave como uma equipa certa para descer. Este trabalho foi o melhor que fizemos e ganhámos duas vezes a Segunda Liga, o Campeonato de Portugal e uma série de divisões distritais. Em 14 anos, foi o melhor trabalho que fizemos. Tivemos a resiliência mental para aguentar as derrotas, demos sempre resposta, nunca baixámos os braços e fizemos uma segunda volta assinalável. Só perdemos um jogo em Famalicão, no qual falhámos um penálti aos 90 minutos, e a qualidade de jogo foi crescendo. Não foi um processo fácil, mas tivemos de introduzir 10 reforços com o campeonato a andar e chegados em dias diferentes.

Bola na Rede: O que muda a chegada de vários jogadores a um grupo fechado e bem oleado?

Nuno Silva: Tem de haver um processo de individualização de treino e temos de olhar para os jogadores não só na dimensão coletiva, mas à escala individual. Temos de tentar dar o máximo o possível de informação da ideia de jogo sem debitar tudo ao mesmo tempo. No processo de treino é preciso ter mais atenção e estar mais perto deles. Como tínhamos uma equipa técnica multidisciplinar, era fácil estarmos perto dos jogadores. Eu virava-me para o Luís e dizia “Vou estar perto do Adrien Silva neste treino”. Com ele não custava muito, ele entendia tudo muito fácil. A ideia era individualizar a transmissão da informação e a carga de treino porque tínhamos jogadores sem ritmo de jogo. Foi importante também tratar de quem já estava. Orgulho-me da frontalidade com que as coisas foram feitas. Quem faz o que é certo e diz a verdade no final vai ser beneficiado. Tivemos conversas assertivas e honestas com jogadores que iam sair ou ver o papel mudar. Conseguimos arranjar soluções para os jogadores e a relação que tínhamos manteve-se intacta. Foi sempre uma abordagem muito frontal e honesta.

Bola na Rede: Mencionou o Adrien Silva. Qual o impacto que tem a chegada de um campeão europeu ao grupo?

Nuno Silva: Todos os jogadores que chegam neste contexto, do Adrien Silva ao Samaris, que também tem vários títulos nacionais, chegam com um estatuto inerente. A única diferença é que o Adrien estava há seis meses sem jogar e precisava de ritmo de jogo. É uma pessoa espetacular, com uma humildade tremenda, sempre disponível para aprender e que nunca fez cara feia jogando ou não jogando. Um super profissional, muito cuidado na alimentação, no descanso e na recuperação. Na fase em que o apanhámos ainda tinha muito para dar ao futebol. Nota-se que é um patamar acima, na qualidade com que executava notava-se uma diferença brutal. Existe uma diferença muito grande do patamar de jogador amador para jogador profissional. Depois, dentro dos profissionais, existem os profissionais e os jogadores de topo. Aconselho vivamente quem puder a ver um jogador de topo a treinar ou jogar. É uma experiência enriquecedora.

Bola na Rede: Na sua carreira, que jogadores de topo já treinou?

Nuno Silva: Gostei muito de trabalhar com o Adrien. Trabalhar com o Samaris também foi muito enriquecedor, tem uma mentalidade competitiva incrível. Ensinamos, mas também aprendemos. Falávamos muitas vezes sobre a força com que passamos a bola, para que pé do colega a passamos, sobre os gestos que fazemos com os braços quando ao toque na bola. É uma pessoa muito focada nisso e foi muito bom trabalhar com ele. Tive o Rúben Micael, que era outra mentalidade competitiva muito acima da média. Apanhei-o com 34 ou 35 anos e dava vontade de dizer “Porque é que não apanhei este homem mais cedo”. Tinha muita coisa interessante. Era preciso pôr uma bola a 30/40 metros e ele metia com o pé direito ou esquerdo, se estávamos por cima do jogo e sentíamos que tínhamos de ser mais agressivos ele puxava pela equipa. Conseguia levar a equipa atrás dele. Apanhei jogadores surreais também em patamares abaixo, como o Bruninho no Mafra. Fez um ano brutal connosco e era um jogador diferenciado para aquele contexto. No Pero Pinheiro, o Tiago Francisco e o Aguiar eram muito acima do contexto. No Ericeirense apanhei o Matheus Nunes.

«O Matheus Nunes sentou o Battaglia duas vezes no jogo e fez uma exibição surreal. Toda a gente ficou de olho nele».

Nuno Silva
Matheus Nunes Portugal
Fonte: Paulo Ladeira / Bola na Rede

Bola na Rede: Já lhe reconhecia este potencial para chegar à Premier League e à seleção?

Nuno Silva: Ele transformou-se no profissional que precisava de ser para chegar a esse patamar. Estávamos no Estoril e fomos buscá-lo à Ericeira para jogar num contexto sub-23. Teve a sorte das estrelas se alinharem. Chegou no primeiro ano da Liga Revelação e, no primeiro treino da equipa A, o Kiko, que tínhamos ido buscar ao Vitória SC, rasgou o cruzado. Precisávamos de um jogador que entendesse a nossa linguagem e com ambição e o Matheus foi chamado à equipa principal. Começou a dar nas vistas quando fomos fazer um amigável à academia do Sporting, treinado pelo José Peseiro. Ganhámos 2-1 e, sem desvalorizar os colegas do Sporting, ele sentou o Battaglia duas vezes no jogo e fez uma exibição surreal. Toda a gente ficou de olho nele, mas teve de passar por um período de adaptação à vida profissional. Uma coisa é treinar três vezes por semana na Ericeira, outra é ser profissional. Depois houve uma série de coisas que lhe abriram as portas da titularidade. A Taça da Liga no formato antigo deu-lhe minutos de jogo na equipa principal do Estoril e nessa época fizemos uma competição interessante, num grupo com Feirense, Marítimo e Sporting. Perdemos 2-1 em casa com o Feirense do Nuno Manta Santos num jogo muito capaz e fomos ganhar 2-1 a Alvalade com o Matheus titular e a fazer um grande jogo e ganhámos 1-0 na Madeira, com o Matheus novamente a titular. Estes jogos acabaram por lhe dar uma certa projeção, tanto que depois começou a ser titular e a somar minutos no campeonato. Chegou o mês de janeiro e foi logo vendido ao Sporting.

Bola na Rede: Tramou tantas vezes o Sporting que acabou por se mudar para lá.

Nuno Silva: Exatamente.

Bola na Rede: Que jogadores já treinou e vê com potencial para chegar a este nível?

Nuno Silva: No contexto Rio Ave existem vários jogadores com imenso potencial. Gostei muito de treinar um jogador alemão que lá está agora, o Ole Pohlmann. Tem condições muito boas. Fez um ano mais intermitente em virtude da adaptação porque as questões culturais são muito diferentes. O Clayton é um animal competitivo e um ponta de lança de patamares acima.

Bola na Rede: Com capacidade para chegar a um grande?

Nuno Silva: Sim. Ele consegue acrescentar à dimensão física uma capacidade explosiva muito grande. A aceleração dele é muito acima da média e depois é um bom finalizador. É um jogador que está numa fase da vida em que está com uma mentalidade super profissional. Cuida-se muito bem, alimenta-se muito bem, dorme muito bem. Nada a dizer. Tem claramente a capacidade para jogar numa equipa grande. Eu acreditava que ele facilmente neste mercado entraria num contexto de Sporting ou Braga. Se não for aqui, será lá fora. É um jogador para ter sucesso.

Bola na Rede: No Rio Ave passa por várias fases, incluindo a entrada do investidor estrangeiro Evangelos Marinakis no clube. Num futebol com maior espaço aos modelos de multipropriedade de clubes, qual o impacto que a mudança teve na rotina da equipa técnica?

Nuno Silva: Temos de ter noção que com a entrada do senhor Evangelos Marinakis houve uma alteração no modelo de negócio do clube que implica valorização de ativos e venda de jogadores do grupo, o que faz com que o grupo que estava connosco há três anos fosse desmontado. Esta realidade com SAD’s implica que os treinadores se tenham de adaptar. Estes passam a ser funcionários de uma empresa com a missão de ter resultados ao fim de semana e de valorizar ativos. Se os treinadores não entenderem isto e acharem que é tudo como a realidade antes das SAD’s, não vão conseguir dar respostas aos problemas que têm. O Rio Ave está num crescendo de condições e de capacidade estrutural dotados pelo investidor. Isto também atrai jogadores novos, de patamares diferentes, e nós treinadores temos de nos saber adaptar a esta realidade. É uma realidade crescente no futebol, do Moreirense ao Penafiel ou ao Mafra. Os treinadores têm de se adaptar a este contexto porque, no final, pode ser uma win-win situation. Os clubes vão sair a ganhar, o nosso trabalho vai ganhar muito e vamos conseguir lançar muitos jogadores e promover o nosso trabalho.

Bola na Rede: Esse potencial tem também o risco de correr mal, como no caso do Mafra que desceu à Liga 3 esta temporada. Apesar de todo o potencial, como vê o risco de haver treinadores com menos liberdade para tomar decisões e jogadores a “passear” entre clubes?

Nuno Silva: No que toca aos jogadores, acredito que quem não está no futebol não tem noção do que está a dizer quando diz que andam a passear. Os jogadores, independentemente de tudo, são máquinas competitivas. Convido qualquer pessoa a ir fazer de árbitro num treino para perceber o que é a competitividade entre eles. Eles são competitivos, está na natureza deles e todos querem ganhar. Depois, as coisas podem correr bem ou correr mal. Quanto ao papel ativo do treinador na escolha dos jogadores, os clubes entrando na realidade das SAD’s são empresas. O treinador entra numa empresa para lhe dar rentabilidade. O nosso trabalho é aplicar a nossa metodologia de treino. Há SAD’s mais compreensivas e outras menos compreensivas no que toca ao comportamento dos jogadores, principalmente nas características. Se temos uma base de jogadores para jogar num certo sistema e estamos a contratar jogadores para jogar de outra maneira, a probabilidade de haver insucesso é maior. Se existir uma base e os investidores recrutarem jogadores para essa ideia, as probabilidades de sucesso são maiores. Há empresas com mais e menos sucessos. A nossa ideia é pôr óleo na engrenagem para que tudo saia bem e, no final, o jogador X consiga ser vendido por Y ou consiga voltar ao clube-mãe. Se isso acontecer o nosso trabalho é de sucesso porque valorizámos ativos e conseguimos resultados e vai ser bom para nós, para o clube e para toda a gente. Um clube que agarra num jogador que custou 500 mil euros e o consiga vender por sete ou oito milhões vai ter mais condições no ano seguinte. Se formos os treinadores do clube no ano seguinte, teremos mais condições para trabalhar e ganhar. No modelo antigo, um pouco mais presidencialista, os treinadores tinham muito mais influência no processo de recrutamento. Mas se o treinador sai e os jogadores ficam, o que acontece aos jogadores que foram recrutados? Ou o novo treinador se consegue adaptar ou não há resposta. A vida de treinador é uma constante adaptação, seja num contexto de SAD, seja num contexto mais presidencialista.

«Houve uma gestão de expectativas para os adeptos que não se fez da melhor forma e acabou por nos custar a saída».

Nuno Silva
Nuno Silva Rio Ave
Fonte: Arquivo Pessoal Nuno Silva

Bola na Rede: Acabaram por deixar o Rio Ave já no decorrer da temporada. Quais as razões elencadas como justificação para saírem de um projeto que, de fora, ainda não tinha atingido o seu potencial?

Nuno Silva: Tivemos um grande azar no calendário e, até à nona jornada, apanhámos todas as equipas grandes fora. Já tinha acontecido, mas duas em casa e duas fora, por exemplo. Quando jogávamos em casa, a pressão para pontuarmos era muito maior. Tínhamos planeado chegar à nona jornada com entre sete e nove pontos e chegámos com oito ou nove, dentro dos objetivos propostos e falados pela direção. Percebo o ponto de vista dos adeptos, que viram uma mudança muito grande no Rio Ave, jogadores de outros contextos a entrar e gerou-se uma expectativa que não consegue ser correspondida devido ao calendário. Eram muitos jogadores estrangeiros que demoraram a adaptar-se e assim é muito difícil criar uma dinâmica de vitória. Jogámos em casa com o Arouca e ganhámos, mas fomos de seguida a Alvalade. Jogámos em casa com o Farense e ganhámos, mas fomos ao Dragão e aos 20 minutos já jogávamos com menos um. É difícil criar esta dinâmica porque os jogadores se demoram a conhecer e tínhamos muitas nacionalidades. Tínhamos ingleses, israelitas, alemães, turcos, brasileiros, gregos, portugueses, argentinos… Havia uma mistura muito grande e leva tempo até que a comunicação e o entrosamento sejam os melhores. Independentemente de conseguirmos chegar ao final da série de jogos nos objetivos, a contestação dos adeptos foi muito forte. A direção acabou por optar por essa decisão. Saímos do jogo do Benfica com nove pontos, contra o Casa Pia entregámos dois golos de bandeja, empatámos 2-2 e optaram por outro caminho. Está tudo bem, é a realidade de futebol. Houve uma gestão de expectativas para os adeptos que não se fez da melhor forma e acabou por nos custar a saída. Acredito que, se passámos esta série complicada dentro dos objetivos, chegávamos ao final do campeonato muito facilmente dentro dos objetivos.

Bola na Rede: O trabalho de gestão de expectativas e controlo das perceções é cada vez mais importante?

Nuno Silva: Claro.

Bola na Rede: E deve ser feito por quem?

Nuno Silva: Deve ser feito de forma alinhada. Há duas bases que fazem a comunicação externa do clube: os treinadores em conferência de imprensa e na flash interview e o gabinete de comunicação do clube, controlado pela direção. Se houver uma comunicação alinhada entre treinador e o que sai na comunicação do clube, todos saem a ganhar. Se o treinador diz uma coisa e o gabinete de comunicação diz outra, há alguma coisa estranha. Não que isso tenha acontecido no Rio Ave. A verdade é que, normalmente, quando as duas coisas estão alinhadas, a gestão de expectativas é muito mais eficaz porque mesmo os adeptos e a comunicação social já entendem o que o clube e o treinador querem. Se não for assim, é muito mais difícil.

«O Luís Freire é a melhor pessoa para estar naquela posição [seleção sub-21]».

Nuno Silva
Luís Freire Proença
Fonte: FPF

Bola na Rede: Acabou por deixar a equipa técnica do Luís Freire nesta altura. De fora, como viu a passagem do Luís Freire pelo Vitória SC que terminou de uma forma algo estranha?

Nuno Silva: Acho que foi um caminho de sucesso. Não chegaram à Europa, mas quando a equipa técnica do Luís chegou ao Vitória SC, o clube perdeu o Manu Silva para o Benfica, o Alberto Costa para a Juventus e o Kaio César para o Al Hilal. Três dos principais ativos com maior rendimento foram embora. Mesmo assim, readaptaram a ideia de jogo e fizeram mais pontos em menos jogos e com Conference League também. Deram uma boa imagem na Conference, independentemente da derrota em casa, pela forma como se bateram de igual para igual em Sevilha. Lembro-me também do jogo deles contra o Benfica. O Benfica ganhou por 3-0, mas esse jogo é uma mentira porque o Trubin faz uma exibição incrível e salva o Benfica várias vezes. Há efetivamente o jogo com o Farense em que podiam ter feito melhor, mas fizeram tanta coisa bem… Infelizmente a nossa cultura é isto. Vamos imaginar que uma criança de cinco anos antes de entrar na escola faz uma tabuada difícil, do 7, do 8 ou do 9. Olhamos para tudo e, em dez contas, a criança falhou uma. Vamos dar relevância à que falhou e não temos na cabeça que uma criança com cinco anos não devia estar nesse patamar e fez nove coisas boas, mas só destacamos o que fez mal. Foi uma passagem com mais qualidade de jogo, mais pontos em menos jogos, com uma perda de recursos acentuada, com mais golos marcados, menos sofridos e com uma boa prestação boa na Europa. Dito em voz alta, parece uma má prestação? Impossível. Quando chegamos ao final, o objetivo acabou por não ser conseguido, mas é o que é. Os presidentes estão lá para tomar decisões, é essa a realidade do futebol como em qualquer outro negócio. Se calhar o presidente achou que não era por aí e era por outro lado, e está tudo bem.

Bola na Rede: Abriu-se uma porta nos sub-21, um cargo importante dentro da FPF. Conhecendo o Luís Freire melhor que ninguém, quais as expectativas para este novo passo?

Nuno Silva: Há uma coisa boa que é a conciliação dos objetivos da FPF com os objetivos do Luís. A FPF tem objetivos ambiciosos e contrata um treinador ambicioso, ou seja, as duas coisas coincidem. A FPF está num processo de renovação e apresenta um treinador que mostrou capacidade de renovar nos contextos em que esteve, porque já apanhámos muitos clubes para subir depois de terem descido e isso exige um processo de renovação. Se as coisas vão correr melhor ou pior, só o tempo o dirá. Acredito que, neste momento, o Luís é a melhor pessoa para estar naquela posição. É um treinador com uma capacidade de trabalho muito grande, com uma boa equipa técnica e que sabe aquilo que quer. Digo isto sem qualquer desvalorização do que estava a ser feito antes, porque nos últimos anos Portugal foi uma constante nas fases finais e a mostrar bom futebol. Para esta fase da FPF, com estes objetivos e uma renovação em curso, a meu ver foram buscar exatamente isso.

Bola na Rede: Não entrando muito a fundo, até porque o modelo de jogo terá adaptações dependendo da equipa, o que mudará nas equipas do Nuno Silva adjunto e do Nuno Silva treinador principal?

Nuno Silva: A princípio teremos ideias estruturais muito parecidas. Com o Luís já jogámos com linha de quatro, linha de cinco, em 4-4-2, 4-3-3, 5-4-1. O que vai mudar é, acima de tudo, o modelo comportamental da equipa. A magia do futebol está em dar os mesmos 11 jogadores em condições iguais a duas pessoas diferentes e o feitio das duas pessoas influenciar o resultado final e a performance das equipas. Aí, acredito que posso aportar coisas diferentes do Luís. Sou uma pessoa muito ambiciosa, com um futebol muito agressivo no bom sentido, que quer tomar a iniciativa dos jogos, dominar e não deixar o adversário sair, que quer ficar com a bola o jogo inteiro se for preciso e criar oportunidades atrás de oportunidades de golo e não conceder. Não adianta falar em questões estruturais porque participei em todas as construções de modelo de jogo do Luís e estava lá um bocado de mim. Acredito que o resultado será diferente mesmo numa estrutura semelhante pelo meu feitio. Estou numa fase da vida muito esclarecida e assertiva naquilo que quero. Sei o que quero dos meus jogadores, do modelo comportamental, do modelo de jogo, da mentalidade. O que vai ser diferente vai ser a pessoa que está por trás. O Luís tem o feitio dele e vai aportar umas coisas boas à equipa e outras que não estão tão evidenciadas. Eu aportarei coisas que ele não tem tanto e não tenho outras tão vincadas. A principal diferença está nos valores da pessoa que está atrás.

«Como treinadores, queremos andar nos contextos em que os estádios estão cheios todas as semanas com 30, 40, 50 ou 60 mil pessoas ou mais. É aí que queremos estar».

Nuno Silva
Nuno Silva CD Nacional 2
Fonte: Arquivo Pessoal Nuno Silva

Bola na Rede: Pensando na mentalidade, quais os principais desafios em dotar uma equipa de argumentos para pressionar alto e assumir o jogo desde trás sem tantos recursos?

Nuno Silva: Temos de olhar bem para os jogadores que temos. A principal condicionante é sempre os jogadores que temos. Se temos centrais fortíssimos defensivamente, mas menos fortes em construção temos de trazer os médios mais fortes na construção para a estrutura. Se temos centrais muito bons em construção, mas que precisam de outra dimensão estrutural defensivamente, mais vale jogarmos com três centrais para se complementarem melhor e aportar mais soluções  em construção. É preciso olhar para os jogadores e pensar que, se eu quero ser assim, tenho de os ajudar a ser assim. A melhor coisa que um treinador pode fazer é dar conforto aos seus jogadores para que estes tenham performance.

Bola na Rede: Num espectro entre um treinador com um modelo de jogo muito claro, mas algo rígido e outro que se quer adaptar ao contexto com uma ideia mais variável, em que ponto se coloca?

Nuno Silva: As minhas equipas serão sempre o reflexo dos meus valores e daquilo que quero enquanto treinador, mas tenho de respeitar os valores do clube em que estou. Por exemplo, se amanhã assino pelo Vitória SC, assino por uma equipa com valores de luta, agressividade, de nunca desistir e procurar rapidamente a baliza dos adversários. Enquanto treinador eu sei o que quero para a minha equipa, mas tenho de assentar a ordem dos valores de forma diferente. Ganho a bola e, no Vitória SC, vou jogar para a frente pelos valores do clube. Não quer dizer que, se sairmos para a frente e não conseguirmos causar dano, não nos vamos organizar para gerir à nossa maneira. A hierarquia dos valores é que se pode mudar, mas não deixa de ser uma equipa à Nuno Silva. Se tenho uma equipa com valores locais como o Estoril, numa zona financeiramente forte com pessoas altamente estruturadas, com paciência e que querem um futebol esteticamente bom, posso fazer as coisas de maneira diferente. Vou ter de olhar para o contexto e, no final, vai ser uma equipa à Nuno Silva.

Bola na Rede: Concluindo, qual o maior sonho que tem no futebol e qual o patamar que ambiciona atingir na carreira?

Nuno Silva: Sempre assumi que o meu sonho é chegar à Premier League e às competições europeias. Quero estar onde estão os melhores. Olho para a Premier League e, a nível global, em termos de condições, as melhores estão lá. Desde o primeiro ao último, e no Championship é igual, todos têm centros de treino, condições de treino e bons jogadores. É nesse contexto que quero estar, onde existem melhores treinadores, melhores jogadores, melhores condições de treino, estádios cheios independentemente da divisão. Andamos no futebol para chegar a contextos de estádio cheio, condições para trabalhar e clubes estáveis e bons financeiramente porque se paga mais. Toda a gente que está no topo do futebol está nesse contexto. Também adorava trabalhar na Liga Espanhola porque é um contexto parecido com a Premier League. Como treinadores, queremos andar nos contextos em que os estádios estão cheios todas as semanas com 30, 40, 50 ou 60 mil pessoas ou mais. É aí que queremos estar.

Diogo Ribeiro
Diogo Ribeirohttp://www.bolanarede.pt
O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação, está a terminar o mestrado em Jornalismo e tem o coração doutorado pelo futebol. Acredita que nem tudo gira à volta do futebol, mas que o mundo fica muito mais bonito quando a bola começa a girar.

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