Paulo Alves e a época no Moreirense: «A uma semana do início da época, tinha onze jogadores»

    Paulo Alves concedeu uma grande entrevista ao Bola na Rede e falou de diversos temas relacionados com a sua carreira, incluindo as saídas controversas do Moreirense e do Lugo.

    Paulo Alves falou em exclusivo com o Bola na Rede e explicou que na época em que foi campeão com o Moreirense teve um plantel com onze jogadores de campo a uma semana do início do campeonato:

    «A época foi extraordinária, foi fantástica. Nem que sim, nem que sopas, mas também não foi com isso que me preocupei. A minha preocupação foi ter a equipa motivada para ganhar. E não foi nada fácil, ao contrário do que se possa pensar. Já disse isto e as pessoas não acreditam muito: se lhe disser que uma semana antes da primeira jornada, treinámos contra o Vitória SC B, e eu tinha 11 jogadores de campo, mais um guarda-redes. Depois tinha três juniores que treinaram nesse dia, mas nem sequer podiam ser inscritos para jogar. Portanto, a oito dias da primeira jornada, tinha onze jogadores disponível. E não estamos a falar de lesões, nem nada. Não tínhamos outros jogadores. Porque a pré-época foi feita sempre com 13 ou 14 jogadores, depois foram saindo alguns. O Ibrahima [Camará] foi para o Boavista, o Derik Lacerda foi para o Ponferradina, o Artur Jorge também fez a pré-época e depois foi para os Emirados Árabes Unidos [Al Bataeh]. E eu pensei: “Bem, isto vai ser um terramoto aqui“», afirmou.

    Paulo Alves continuou:

    «Ponham-se no lugar do treinador: a uma semana do início da época, tinha onze jogadores. A equipa que estava a idealizar para a primeira jornada, na altura contra o Vilafranquense, hoje AVS SAD, era a colocar médios a extremos, trincos a centrais. “Que Deus nos ajude”. O que aconteceu foi que na quarta, quinta e sexta-feira chegaram os jogadores. Alguns estavam já prontos, como o caso do Hugo [Gomes], do [Kobamelo] Kodisang… Foram titulares com dois dias de Moreirense. O que quero dizer é que foi um trabalho em que a pré-época não teve efeito na época do Moreirense. Os jogadores chegaram todos em cima do joelho, em cima do primeiro jogo. Até o ganhámos, mas não jogámos praticamente nada porque era impossível. Ganhámos 1-0 e a partir daí começámos a montar a equipa e dar-lhe rotinas e mecanismos. Depois, a época foi o que foi. As pessoas pensam que foi fácil, mas quando eu explico isto, pensam de outra forma. Aliás, nem gosto de falar disto, mas até o Rui Borges reconheceu isso e é algo que obviamente lhe reconheço esse mérito. O treinador foi ele durante a época, com a sua liderança, mas reconheceu que o sucesso que o Moreirense teve durante esta última época se devia muito ao trabalho do ano da Segunda Liga. A verdade é que o Moreirense mudou só os centrais, mas eram jogadores que não precisavam que lhes ensinasse grande coisa: era o Marcelo e o Maracás. O resto manteve a equipa e os jogadores. Fiquei muito feliz que o Moreirense tenha, dentro desses pressupostos, feito a época que fez. Agradeço-lhe a simpatia. Nós eliminámos o Benfica da Taça da Liga, nessa época fomos melhores do que o Braga na Taça de Portugal, mas não ganhámos e havia sinais bons de que a equipa estava bem trabalhada».

    O técnico português garantiu também que sabe por que motivo saiu do Moreirense:

    «Não, não houve nenhum motivo. Não sei por que é que não continuei. Mas nós percebemos que o Moreirense é um clube muito especial nesse aspeto. Os treinadores não ficam muito tempo e não há estabilidade. Na altura, a mim nunca me foi transmitido nada, fui vendo as notícias e esperei até final. Vi as notícias que davam conta da minha saída e esperei…».

    Podes ler a entrevista completa a Paulo Alves aqui.

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    Mário Cagica Oliveira
    Mário Cagica Oliveirahttp://www.bolanarede.pt
    O Mário é o fundador do Bola na Rede e comentador de Desporto. Já pensou em ser treinador de futebol por causa de José Mourinho, mas, infelizmente, a coisa não avançou e preferiu dedicar-se a outras área dentro do mundo desportivo.