O Futuro
BnR: Tem atualmente 29 anos, e vai agora para a quinta época na Turquia. O regresso a Portugal está nos projetos futuros?
AC: Só aceitaria para um dos grandes porque as condições financeiras são muito importantes, até porque nós, jogadores de Futebol, temos uma carreira curta. E, claro, mais nenhuma equipa poderia contratar-me em Portugal devido ao meu salário. A Turquia, na Europa, deve ser o país que paga melhor e por isso eu tenho 29 anos e, neste momento, o mais importante é fazer um bom contrato. Voltar a Portugal não está muito na minha ideia e penso que a minha carreira vai continuar a ser aqui na Turquia. Tinha também a ideia de voltar a Espanha e até houve algumas propostas, mas os valores são completamente diferentes. Por isso, o melhor era continuar aqui na Turquia em que tive várias propostas, mas optei pelo Goztepe e está tudo a correr bem.
BnR: Foi internacional sub-21, mas nunca conseguiu alinhar pela Seleção A de Portugal. Esse é ainda um objetivo nesta fase da carreira?
AC: Fiz cerca de 60 jogos pelas camadas jovens de Portugal, cheguei a ser convocado uma vez por Paulo Bento, mas não entrei. Claro que cada vez fica mais difícil, até porque estou na Turquia e não é um campeonato tão visto. Portugal tem tantos jogadores sempre a aparecer e, de ano para ano, cada vez fica mais difícil representar a Seleção Nacional. É um sonho para mim, como para qualquer português. Gostava muito de ter uma oportunidade. Já houve épocas que fiz aqui na Turquia em que jogadores que mal jogavam iam à Seleção e eu com 40 jogos e 7 golos no ano passado… Não sei qual o médio português que tenha feito 7 golos no campeonato e não jogue numa equipa grande. Se não fui no ano passado, dificilmente irei mais. Mas vamos ver…
BnR: Em termos pessoais, e assumindo que sempre desejou ser futebolista profissional, o que é que ainda falta fazer e que esteja nos planos para o futuro?
AC: Penso muito no dia-a-dia e dar o máximo no clube onde estiver. Sinto-me muito orgulhoso da minha carreira porque foi tudo fruto do meu trabalho e consegui coisas difíceis, também no FC Porto. Nunca me foi dado nada, foi tudo trabalhado para conseguir os meus objetivos. Vim para a Turquia, tudo correu às mil maravilhas. Em Espanha joguei sempre também. Por onde tenho passado, tenho estado bem. No futuro espero continuar a fazer boas temporadas, sem lesões, que é muito importante, e conseguir o melhor para mim e para a minha família. É nisso que eu agora penso.
Bate-Bola
BnR: Ganhar a Liga dos Campeões pelo FC Porto ou o Mundial pela seleção portuguesa de futebol?
AC: Mundial pela Seleção Portuguesa de Futebol. É algo que nunca aconteceu a Portugal e claro que escolhia essa.
BnR: Um talento teu que ainda ninguém descobriu.
AC: Sempre fui muito bom em jogos de Playstation, mas desde que o meu filho nasceu tive de abdicar um bocado.
BnR: O seu companheiro no mundo do futebol?
AC: Sempre tive muitas amizadas, mas se tiver de destacar alguém, destaco o Rui Pedro, João Moutinho e Raúl Meireles.
BnR: Que conselho daria a si mesmo?
AC: Continuar a ser feliz.
BnR: Que mensagem deixaria a um jovem que aspira a ser futebolista profissional?
AC: Trabalha, malandro!
BnR: Melhor futebolista de sempre e da atualidade.
AC: É o Cristiano Ronaldo. Ele e o Messi. Mas se tiver só de dizer um, digo Ronaldo.
BnR: Melhor treinador que já teve.
AC: Já tive muitos bons treinadores, mas o que mais me marcou e foi importante na minha carreira foi o Jorge Costa. Não só em termos futebolísticos, mas também em termos de personalidade. Cativou-me muito e gostei muito dele.