Na cidade de Monchengladbach, vive o clube da cidade que ainda sonha com o título da 1. Bundesliga esta época e tivemos a possibilidade de entrevistar Raffael, um dos jogadores mais influentes do Borussia VfL Monchengladbach. A inspiração do pai, a vinda madrugadora para a Europa, os grandes anos em terras germânicas e uma paragem atribulada em Kiev são os grandes temas da entrevista com o jogador. Para além de tudo isto, a relação com Portugal através do seu irmão Ronny e também a possibilidade de jogar no Sporting Clube de Portugal também foram abordadas!
– O passado no Brasil e a vinda para a Europa –
«Hoje, até fico mais satisfeito por saber que a situação é diferente porque os jogadores brasileiros mais jovens não têm muitas dificuldades para vir para a Europa».
BnR: Nasceu em Fortaleza (Ceará) e o seu pai foi jogador dos maiores clubes do Estado do Ceará, como o Ceará SC e o Fortaleza ES. Qual é que foi a importância do seu pai para que entrasse para o futebol?
Raffael: O meu pai teve toda a influência na minha decisão (risos). A cem por cento mesmo. Decidi tornar-me jogador de futebol porque o meu pai foi um jogador de futebol e essa influência devo totalmente a ele.
BnR: Começou por jogar Futsal em Fortaleza durante quatro anos. O quão importante foi a modalidade no seu crescimento enquanto jogador?
Raffael: O Futsal foi muito importante no início da minha carreira porque foi o meu primeiro contacto com a bola e nesta modalidade aprendes muitas coisas. E essas coisas que aprendi foram muito úteis para usar depois no Futebol de 11. Até hoje, às vezes, consigo fazer um passe como fazia na altura que praticava a modalidade.
BnR: Veio para a Europa muito cedo, com 18 anos, para jogar na Suíça no FC Chiasso. Qual é que acha que é a principal diferença, atualmente, da chegada de um jovem brasileiro à Europa com a sua chegada naquela altura em 2003?
Raffael: De 2003 para agora acho que mudou muita coisa, principalmente, no aspeto físico. Os jogadores hoje posso dizer que correm mais e têm muito mais um físico para essa caraterística. Hoje, até fico mais satisfeito por saber que a situação é diferente porque como disse eles [jogadores brasileiros mais jovens] não têm muitas dificuldades para vir para cá [Europa] visto que têm todo o apoio necessário e isso para um jogador é bom e ajuda muito a concentrar-se apenas no Futebol.
BnR: Qual seria o conselho que daria a um jovem jogador brasileiro que viesse jogar para um país totalmente desconhecido como aconteceu consigo?
Raffael: O meu conselho seria para começar a procurar o mais rapidamente possível adaptar-se ao país, aprender a língua e aprender a cultura do país – neste caso, se viesse para a Alemanha seria a alemã, que é uma cultura muito interessante. Acho que isto que disse ajuda à adaptação mais rápida de um jogador para não ultrapassar essas dificuldades.