Belenenses SAD 0-1 Estoril Praia SAD: “Canarinhos” não arredam pé dos lugares europeus

    A CRÓNICA: ESTORILISTAS VENCEM AZUIS, QUE MOSTRAM CLARAS SEQUELAS DO ISOLAMENTO

    Numa friorenta, mas solarenga, tarde de dezembro, o Estádio do Jamor recebeu as formações da Belenenses SAD e Estoril Praia SAD. O jogo teve o começo que se esperava, com os canarinhos a tomarem as rédeas da partida e a criarem perigo, sobretudo pelo flanco esquerdo e pelos pés de Xavier, Joãozinho e Geraldes.

    Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Após tanto ataque, o Estoril Praia lá chegou ao golo. Novamente pelo flanco esquerdo, aos 43 minutos de jogo, Joãozinho tirou um belo cruzamento para a cabeça de Rui Fonte que, num belo gesto técnico, conseguiu meter a bola no fundo das redes de Luiz Felipe. Estava desfeito o marcador e a vantagem era do Estoril.

    Aos 45 minutos, novo golo do Estoril, mas desta feita anulado. Cruzamento por parte de Joãozinho e quem apareceu na área foi André Franco para finalizar, no entanto, o golo não valeu por posição irregular de Joãozinho.

    Após quatro minutos de compensação, o árbitro Hélder Malheiro apitou para o intervalo, pausa que agradou muito mais a equipa da casa, que, como só teve um treino antes deste jogo, já demonstrava bastante cansaço.

    Na segunda parte, nada mudou até perto do minuto 70, sendo que o Estoril continuava por cima e a dominar. No entanto, daí em diante notou-se uma subida de linhas da Belenenses SAD e uma maior vontade de chegar ao empate.

    O jogo ficou mais partido e continuou com esta tomada até ao final, sendo que o Estoril ainda meteu a bola no fundo das redes uma vez mais, mas o golo acabou por ser novamente anulado por fora de jogo.

    Vitória justa da equipa visitante, que recupera assim o seu quinto lugar. Do lado dos da casa, uma derrota com o Estoril que, apesar de já ser esperada, face aos dias complicados vividos com o isolamento, afunda ainda mais a equipa na tabela classificativa.

     

    A FIGURA

    Loreintz Rosier
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Rosier – Dominou o ritmo do jogo no centro do terreno e garantiu a estabilidade da equipa durante toda a partida. Terminou com uma taxa de acerto de passe de 90% e ainda ajudou no capítulo defensivo quando foi necessário. Preencheu por completo o meio-campo.

     

    O FORA DE JOGO

    Sporting
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Ali Ndour – Jogo ingrato para o avançado senegalês. A estratégia defensiva da sua equipa não o beneficiou, mas quando teve oportunidade de impactar a partida, não o fez. Foi substituído ao intervalo.

     

    ANÁLISE TÁTICA – BELENENSES SAD

    Os azuis desde cedo concederam a posse de bola ao adversário; defendendo em 5-4-1, procuravam impedir jogadas do Estoril pelo corredor central. Tinham apetência para o contra-ataque, mas Ndour e Calila estavam sempre desapoiados.

    A fadiga da equipa começou-se a fazer sentir ainda na primeira parte, o que reduziu o número de ataques da equipa e fez com que a formação de Filipe Cândido começasse a defender em 6-3-1.

    Na segunda parte, a Belenenses SAD tentou avançar no terreno muito através de bolas longas, mas não criou perigo e acabou o jogo sem fazer um remate à baliza.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Luiz Felipe (7)

    Tomás Ribeiro (6)

    Danny (7)

    Yohan Tavares (7)

    Chima Akas (5)

    André Sousa (6)

    Cafú (5)

    Carraça (5)

    Pedro Nuno (5)

    Diogo Calila (6)

    Ali Ndour (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Lukovic (6)

    Rafael Camacho (7)

    Nilton (6)

    César Sousa (6)

    Jójó (6)

     

    ANÁLISE TÁTICA – ESTORIL PRAIA SAD

    Aplicando uma pressão alta desde o apito inicial, os canarinhos alinharam num 4-3-3 onde, no meio-campo, Rosier ditava o ritmo do jogo. Já André Franco e Francisco Geraldes avançavam no terreno, na busca da criação de uma linha de cinco jogadores na frente de ataque.

    Os extremos Arthur e Xavier procuravam as zonas interiores, enquanto a largura era providenciada pelos laterais Soria e Joãozinho.

    Quando tinha de defender, o Estoril alinhava em 4-3-3, mas com Rosier a descer no terreno para fazer de terceiro central, e com Joãozinho a subir no terreno para pressionar a saída de bola do adversário.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Thiago Silva (6)

    Carles Soria (6)

    Ferraresi (7)

    Patrick William (7)

    Joãozinho (7)

    Rosier (8)

    Francisco Geraldes (7)

    André Franco (6)

    Arthur (7)

    Xavier (7)

    Rui Fonte (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Chiquinho (7)

    Romário Baró (7)

    Clóvis (6)

    Meshino (6)

    David (6)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Belenenses SAD

    BnR: Quando estava a perder por 1-0 ao intervalo e com a questão física já a ter algum impacto na sua equipa, o que é que disse à sua equipa no intervalo e o que procurou trazer ao jogo com as entradas, nesse momento, de Rafael Camacho e de Lukovic?

    Filipe Cândido: Tentámos preparar este jogo através da imagem, tivemos apenas um treino com todos para o poder fazer e sabíamos que não podíamos criar tanto desgaste, mas sabíamos que íamos ter algum espaço para poder aproveitar. Tentámos, com a colocação do Calila, do Ali, ter jogadores que fosse buscar a profundidade e numa ou noutra vez acabámos por ter algum sucesso. Por dentro, muitas vezes o Sousa, nós entendíamos que era das melhores possibilidades de poder sair da pressão do adversário.

    Naturalmente aquilo que eu lhes disse foi, estamos dentro do jogo, era um dos nossos objetivos. A colocação do Camacho, e tirar o Ali, foi precisamente para tentar ter um jogador com umas características de conseguir segurar mais a bola na frente e isso fez com que a equipa tivesse mais tempo com posse. Com mais tempo com a bola, certamente iríamos estar mais próximos da baliza adversária e penso que foi isso que aconteceu. Sabíamos que a fadiga depois também iria chegar e a tomada de decisão dos jogadores não seria eventualmente a melhor.

    Fomos procurando acreditar até ao fim, e tentando refrescar sempre com gente que nos poderia trazer alguma velocidade. Confesso que foi um dos jogos em que eu tentei partir o próprio jogo porque sabíamos que dessa forma iríamos, em alguns momentos, ter mais espaço do que aquele que seria o momento em que tivéssemos bola e o adversário estivesse mais compacto.  Arrisquei nesse sentido.

     

    Estoril Praia SAD

    BnR: A minha pergunta incide nas entradas do Chiquinho e do Romário Baró e quais as suas intenções com estas alterações? Se, no caso do Chiquinho foi para tentar aproveitar alguma falta de rotinas do Tomás Ribeiro a defesa esquerdo e, se no caso do Romário Baró foi para aproveitar o espaço que a Belenenses SAD estava a começar a dar no corredor central, ou se foi por outra questão tática ou física?

    Bruno Pinheiro: Foi só para aproveitar as características dos nossos jogadores, achei que eram jogadores que poderiam desequilibrar o jogo a nosso favor. Procurei o 2-0. Se calhar, parte da intranquilidade vai das minhas substituições, porque meto o Baró, o Meshino, o Chiquinho, etc. ou seja, jogadores com características bem mais ofensivas do que defensivas e a ideia era claramente ampliar a vantagem, mas tal não foi possível.

     

    Rescaldo da opinião de Afonso Santos e Alexandre Ribeiro.

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