CD Trofense 0-1 CD Feirense: Até à última gota

    A CRÓNICA: PETKOV DECISIVO NUM JOGO ONDE A CHUVA DEIXOU MARCA

    O CD Trofense sofreu a primeira derrota sob o comando de Francisco Chaló por 0-1 diante o CD Feirense num jogo onde Petkov – saltado do banco – revelou-se decisivo, e catapultou assim a turma da Feira para o segundo lugar da tabela.

    A chuva também deixou marca no jogo, sendo que foi Petkov, numa espécie de última gota de esperança, ao minuto 89, a dar o remate que deu a vitória aos fogaceiros.

    Os primeiros 45 minutos foram muito «magoados» pela chuva intensa que se fez sentir na Trofa, com ambas as equipas a revelarem muitas dificuldades em ligar jogo de forma curta, pelo que o estado da relva impossibilitou que muitas bolas chegassem em boas condições aos atletas.

    Ainda assim, é de ressalvar que pouco ‘chuveirinho’ se viu. Ambos os conjuntos trouxeram para dentro de campo processos muito bem oleados, e também, diga-se, muito semelhantes. O 3-4-3 de ambos os treinadores proporcionou um autêntico choque tático entre ambas equipas, sendo que, tal resultou em poucas chances, e num nulo no marcador ao intervalo. Resultado que se ajustava dado ao rendimento de ambas as formações.

    A segunda metade do jogo trouxe um CD Feirense mais interessado no golo e a verdade é que, mesmo sem criar muitas oportunidades de relevo, os forasteiros foram lentamente remetendo o CD Trofense para a sua organização defensiva. O cruzamento servia de arma para colocar a linha defensiva em sentido, contudo, era no momento da pressão alta e de reagir à perda que os forasteiros se diferenciaram.

    Dito isto, o golo, ainda que com muita sorte à mistura, surgiu com naturalidade e já muito perto do fim. Ao minuto 89 Petkov aproveitou um remate falhado e não vacilou na primeira oportunidade que teve ao seu dispôr. Ainda que Bruno Almeida tentasse contrariar a matreirice visitante, foi a experiência dos homens de Santa Maria da Feira a tomar conta do jogo até final.

    Tudo dito, o CD Feirense leva três pontos para casa e sobe ao segundo lugar da Segunda Liga Portuguesa. Por outro lado, os homens da Trofa permanecem no 11º lugar da classificativa.

     

    A FIGURA

    Fonte: CD Feirense
    Petkov entrou e marcou perto do fim

    Steven Petkov – Não podia ser outro. Saltou do banco, marcou o golo decisivo perto do minuto 90 e deu muito trabalho à linha defensiva do CD Trofense durante os 30 minutos que esteve em campo.

     

    O FORA DE JOGO

    Fonte: CD Trofense

    Gustavo Furtado – Passou completamente ao lado, não se deu ao jogo e muito pouco perigo conseguiu criar na defensiva do CD Feirense. Não direi o principal culpado (longe disso), mas ficou muito àquem da expectativa.

     

    ANÁLISE TÁTICA – CD TROFENSE

    Francisco Chaló apresentou-se a jogo com o mesmo 11 que tem dado vitórias atrás de vitórias para a equipa da Trofa, num 3-4-3 sólido, com Daniel Liberal (mais tarde Rodrigo Ferreira) e Tiago André a preencher as alas – oferecendo profundidade em ataque posicional ofensivo – sendo que amboas alinhavam aquando do momento de defender numa defesa a cinco (traduzindo-se num 5-2-3).

    Do ponto de vista da organização ofensiva destaque para Vasco Rocha sempre a oferecer-se para receber e para distribuir e também para Bruno Almeida – o principal criador do lado da casa. Em transição o homem mais perigoso no ataque ao espaço e em progressão foi Achouri.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Rodrigo Moura (5)

    Daniel Liberal (-)

    Ange Mutsinzi (6)

    João Paulo (6)

    Simão Martins (6)

    Tiago André (6)

    Matheus Índio (5)

    Vasco Rocha (7)

    Bruno Almeida (6)

    Elias Achouri (5)

    Gustavo Furtado (4)

    SUBS UTILIZADOS

    Rodrigo Ferreira (5)

    Keffel (5)

     

    ANÁLISE TÁTICA – CD FEIRENSE

    A turma orientada por Rui Ferreira alinhou no seu habitual 3-5-2, que se transformava no momento de defender para um 5-3-2.

    A turma forasteira acabou por procurar muito a vertigem de Kerwin Vargas no ataque, tendo em Fábio Espinho o principal homem para receber entrelinhas e atrair referências da zona defensiva do CD Trofense. A equipa da Feira procurou, invariavelmente, atrair por dentro para depois explorar o jogo exterior, tendo como consequência final (por norma) o cruzamento.

    Defensivamente a equipa revelou-se sólida e sempre junta, ao passo que o momento da reação à perda também se identificou como fulcral para coletar a bola.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Bruno Brígido (6)

    Diga (5)

    Cláudio Silva (4)

    Ícaro Silva (6)

    Sidney Lima (6)

    Zé Ricardo (6)

    Latyr Fall (6)

    Washington (6)

    Samuel Teles (6)

    Kerwin Vargas (6)

    Fábio Espinho (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Manu Silva (6)

    Steven Petkov  (8)

    João Paulo (5)

    Jorge Teixeira (6)

    Oche (6)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    CD Trofense

    BnR: Boa noite mister, gostaria de lhe perguntar o que é que ganha ao ter um “falso nove”, e que dinâmicas procurou, foi – dentro daquilo que falou – de procurar mais a transição?

    Francisco Chaló: “Tem a ver com as características que nós achamos que no nosso modelo de jogo se adequam perfeitamente. E depois tem haver com as características dos nossos jogadores, que nós temos que potenciar. Estamos muito satisfeitos com a nossa mobilidade. E essa mobilidade, se reparar bem a frio, nós criamos muitas situações de ataque rápido, fomos foi menos consistentes na chegada devido ao futebol mais físico do adversário, nomeadamente nos confrontos diretos, e este terreno dava mais vantagens [ao CD Feirense].”

    CD Feirense

    BnR: Boa noite mister, ao longo do jogo, principalmente na primeira parte, a equipa acabou por explorar muito o jogo exterior e o momento do cruzamento, procurou, com as entradas de Petkov e de Jorge Teixeira,  dar outra consequência nesta área do jogo? Ainda que, o golo não tenha surgido desta forma.

    Rui Ferreira: “Aquilo que era a nossa estratégia de jogo era dar largura à nossa equipa, para depois conseguir espaço por dentro. Tanto como os homens que nós tínhamos em superioridade pelo meio, essencialmente tentar conquistar esse espaço. Não estávamos a fazer da melhor forma, verificamos que o espaço continuava lá na primeira parte, e tentamos entrar com o Petkov numa posição diferente do que estava habituado, num bloco mais avançado, e o Petkov nesse espaço entre setores para poder pegar na bola e ir para cima, um pouco do que se pedia a Fábio, e o acho que o Petkov entrou muito bem”.

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    Diogo Silva
    Diogo Silvahttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo lembra-se de seguir futebol religiosamente desde que nasceu, e de se apaixonar pelo basquetebol assim que começou a praticar a modalidade (prática que durou uma década). O diálogo desportivo, nas longas viagens de carro com o pai, fez o Diogo sonhar com um jornalismo apaixonado e virtuoso.