CF Estrela da Amadora 0-0 FC Porto B: Jogo nublado em sintonia com o clima

     

    A CRÓNICA: UMA PARTE CADA UM, OUTRA PARTE DE OUTRO E, NO FIM, PONTOS DIVIDIDOS

    Uma manhã chuvosa e nublada no Estádio José Gomes aguardava as equipas do CF Estrela da Amadora e do FC Porto B. Num grande momento de forma, a equipa da casa defrontava a formação secundária dos dragões, numa partida que, apesar de equilibrada, se esperava um ligeiro domínio por parte dos tricolores.

    Sem grandes oportunidades de destaque, os primeiros 15 minutos foram equilibrados, com o FC Porto B a ter ligeiramente mais bola e a chegar mais perto da área adversário por intermédio de Danny Loader.

    Contudo, perto do minuto 25, o Estrela assumiu mais as despesas do jogo e, consequentemente, os dragões baixaram um pouco as suas linhas, sempre sem perder o sentido da baliza adversária.

    A primeira grande ocasião de golo da primeira parte surgiu pelos pés de Diogo Salomão, já em cima do intervalo. Vindo da direita, Salomão puxou para dentro, cruzou com o esquerdo e a bola, que implorava por um ligeiro toque, ia-se encaminhando para a baliza, não fosse uma grande intervenção do guardião azul e branco.

    Logo a seguir, um remate de Paulinho para fora também causou alguns suspiros na bancada. Um final de primeira parte que acabou por ser o melhor de uns 45 minutos que deixaram um pouco a desejar.

    A segunda parte ia começando com um Puskas. A bola sobrou à entrada da área e Diogo Pinto, num remate à tesoura, ia fazendo um dos golos da época. Começo bem melhor em comparação com o da primeira parte. O Estrela ia tendo mais bola e era bastante perigoso sempre que Diogo Pinto tinha espaço no corredor central.

    Fonte: Zito Delgado / Bola na Rede

    Com o decorrer do tempo, os estrelistas eram cada vez mais donos e senhores do jogo e iam acumulando lances de perigo. Perto dos 15 minutos de jogo, foi a vez de Chapi Romano quase fazer um golaço e mandar uma bola ao travessão da baliza azul e branca.

    Pouco depois, também Paulinho tentou fazer o gosto ao pé e chutou para fora, dando a ilusão de golo na Reboleira.

    Numa incursão em contra-ataque, Gonçalo Borges arrancou, cruzou e, após um desvio, a bola também beijou o ferro da baliza defendida por Gonçalo Tabuaço.

    Desde esta oportunidade até ao final do jogo, a partida seguiu a mesma tomada, o Estrela da Amadora a tentar marcar e a não conseguir e o FC Porto B a tentar aproveitar o contra ataque.

    Com este resultado, dragões e estrelistas marcam passo naquelas que são as suas ambições para esta temporada. Caso houvesse vencedor, seria o Estrela, no entanto o empate pode-se considerar justo e alegra mais os visitantes que os da casa.

    A FIGURA

    Diogo Pinto – O médio ofensivo da equipa da casa foi um dos mais inconformados na partida de hoje.Esteve sempre muito ligado ao jogo no processo de construção e uma ou outra vez conseguiu aparecer em zonas de finalização, estando muito perto de conseguir o golo. Faltou apenas a cereja no topo do bolo para o melhor marcador do campeonato, mas no geral foi uma partida bem conseguida pelo número 11 do CF Estrela da Amadora

    O FORA DE JOGO

    CF Estrela da Amadora 0-0 FC Porto B - Bola na rede
    Fonte: Zito Delgado / Bola na Rede

    Silvestre Varela – Num jogo tão dividido esperava-se muito mais de alguém com a experiência de Varela. Ainda esteve sempre muito lento e previsível nas suas ações, não conseguindo marcar a diferença no ataque dos dragões. Um jogo pouco inspirado do internacional português.

     

    ANÁLISE TÁTICA – CF ESTRELA DA AMADORA

    Ricardo Chéu voltou a optar pelo 4-3-3 com a linha defensiva a ser composta por Sérgio Conceição, André Duarte, Anthony Correia e Afonso Figueiredo. Um pouco mais à frente apareceu Mamadou Traoré como número seis, no apoio aos criativos Chapi Romano e Diogo Pinto. Na ala esquerda começou Madson, enquanto que Diogo Salomão ficou encarregue da extrema direita, no apoio ao ponta-de-lança Paulinho.

    Na primeira parte fica na retina uma excessiva procura pela bola nas costas da defensiva contrária, com pouca capacidade de ter a bola no pé e construir jogadas efetivas. No segundo tempo a equipa conseguiu variar mais o tipo de ataque que apresentou, criando bastantes mais oportunidades de perigo.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Gonçalo Tabuaço (7)

    Sérgio Conceição (6)

    André Duarte (7)

    Anthony Correia (7)

    Afonso Figueiredo (6)

    Mamadou Traoré (7)

    Diogo Salomão (6)

    Diogo Pinto (7)

    Chapi Romano (6)

    Madson (7)

    Paulinho (5) 

    SUBS UTILIZADOS 

    Fabrício (5)

    Miguel Rosa (6)

    Tipote (-)

    Bruno Gonçalves (-)

    ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO B

    A equipa do FC Porto B organizou-se no típico 5-4-1 com a linha de três defesas centrais a ser composta por Romain Correia, João Marcelo e José Pedro, com Levi Faustino a fazer toda a ala direita e Rodrigo Pinheiro a ala esquerda.

    Ndiaye e Bernardo Folha foram os dois elementos no meio campo, com o português a ser sempre mais preponderante no momento ofensivo.

    Na frente apareceram Peglow na direita, Silvestre Varela na esquerda e Loader como ponta de lança, poucas horas depois de se ter estreado a marcar na primeira liga com a equipa principal dos dragões.

    Na primeira fase de construção a equipa comandada por António Folha apresentou uma dinâmica interessante, fazendo subir normalmente João Marcelo para perto do médio defensivo, Ndiaye, o que permitia a Bernardo Folha aproximar-se de Loader e aparecer em zonas mais avançadas no terreno.

    Muitas das vezes era o lateral direito, Levi Faustino, a fazer essa aproximação ao meio-campo, fazendo abrir o central mais pela direita, Romain Correia.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES 

    Ricardo Silva (7)

    Levi Faustino (6)

    Romain Correia (7)

    João Marcelo (7)

    José Pedro (7)

    Rodrigo Pinheiro (6)

    Mor Ndiaye (6)

    Bernardo Folha (6)

    Peglow (5)

    Silvestre Varela (5)

    Loader (6)

    SUBS UTILIZADOS 

    Gonçalo Borges (6)

    Sebastian Soto (5)

    Vasco Sousa (5)

    Rodrigo Fernandes (-)

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    FC Porto

    BnR: O FC Porto teve os primeiros 30 minutos muito bons onde foi superior ao CF Estrela. Queria-lhe perguntar o que faltou para transformar essa superioridade em golo e depois o que faltou para manter a qualidade apresentada nessa meia hora?

    António Folha: Faltou sermos um bocadinho mais agressivos no último terço. A equipa estava a jogar ao mesmo ritmo numa fase de criação e numa fase mais próxima da finalização, e quando assim é somos previsíveis, e é esse chip que temos de mudar, ser mais incisivos na procura do golo.

    Na minha opinião foi uma primeira parte muito bem conseguida, onde o FC Porto dominou quase o jogo todo, teve oportunidades e o CF Estrela não conseguiu implementar a sua estratégia.

    CF Estrela da Amadora

    BnR: Na primeira parte a equipa recorrei muito ao jogo longo e às bolas nas costas da defesa do adversário. Sentiu isso e se sim, foi algo que foi previamente planeado ou treinado ou foi o que o jogo acabou por dar e algo a que os seus jogadores foram quase obrigados?

    Ricardo Chéu: Não era essa a nossa ideia. Na primeira parte, a forma como pressionamos, a baixar muito as linhas e a aguardar pelo FC Porto fez com que não nos sentíssemos muito confortáveis.

    Entretanto o FC Porto fez uma variante diferente, costuma construir a três e hoje fez subir o central do meio começou a pedir mais por dentro e era algo que não estava por nós identificado. O jogo dá-nos essas condicionantes e temos de perceber o que o adversário está a fazer.

    Estava treinado pressionar o FC Porto mais à frente mas foi algo em que falhámos e depois, em termos de ter bola, construímos a dois, com os centrais muito largos, estávamos a ter uma construção muito longa e o nosso jogo foi sempre muito bolas longas, e não era isso que pretendíamos.

    Aliás, o que era pretendido foi o que aconteceu na segunda parte, tivemos a capacidade de perceber e corrigir ao intervalo o posicionamento dos jogadores. Fomos mais eficazes no momento de ter bola e no momento da transição defensiva e obrigámo-los a jogar longo e conseguíamos ganhar a segunda bola e atacar novamente.

    Rescaldo de opinião por Guilherme Vilabril Rodrigues e Alexandre Sequeira Ribeiro

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