Em Espanha, ontem, ninguém viu o Chelsea – Porto. O grande jogo em perspetiva era o Mourinho – Casillas, esse duelo que ainda vai gerando acesas discussões em conversas de café e programas de comentário futebolístico (o que acaba por não ser algo muito diferente, diga-se). No entanto, o jogo de que mais se falou no final acabou por ser o Diego Costa – Casillas. Eu explico.
Estava tudo preparado para o Casillas – Mourinho. Um dos dois iria, pela primeira vez na carreira, ser eliminado da Liga dos Campeões ainda na fase de grupos e as câmaras estiveram sempre atentas aos momentos em que os dois se poderiam cruzar. Basta lembrar aquele tempo todo em que estivemos a ver Mourinho encostado à parede no início da segunda parte, só para assistir ao momento em que Casillas passaria por ali. É curioso como, mesmo aqui em Espanha, não se prestou grande atenção aos restantes espanhóis das duas equipas: Lopetegui, Marcano e Tello de um lado; Azpilicueta, Fàbregas, Pedro e Diego Costa do outro. Mourinho e Casillas atraíam todas as atenções.
O problema é que Diego Costa é daqueles tipos que não gosta de passar despercebido e, ao minuto 19, decidiu roubar a cena: correu atrás de uma bola perdida que Casillas segurou tranquilamente e, apesar de a bola estar nas mãos do guarda-redes, Diego Costa achou que seria uma boa ocasião para lhe dar um toque no pé. Casillas caiu, Diego Costa viu o amarelo e os dois acabaram a discutir um com o outro. Visto de Portugal, talvez tenha parecido apenas mais um lance de Diego Costa a ser Diego Costa. Visto aqui de Espanha, foi muito mais do que isso. Foi o avançado da seleção espanhola, que nunca se conseguiu integrar nem com os colegas, nem com o estilo de jogo de Espanha, a dar um toque completamente desnecessário no capitão da seleção espanhola.
O Twitter encheu-se (ainda mais) de gente a pedir a saída do avançado da seleção e a verdade é que não faltam potenciais substitutos para o ataque de nuestros hermanos. Além de Álvaro Morata e Paco Alcácer, que têm sido habitualmente convocados, há ainda Agirretxe, Lucas Pérez e Aduriz, que já superaram a barreira dos 10 golos na Liga em apenas 14 jornadas, e também Negredo, Soldado, Llorente e Fernando Torres.
No final, Diego Costa explicou que tudo não passou de uma brincadeira: “Un poco de broma”, disse o jogador do Chelsea. A mim parece-me que Diego Costa está a brincar com o fogo.
Foto de Capa: Chelsea FC