ALEMANHA
Existem candidatos e favoritos, outsiders realistas e sonhadores, e depois existe a Alemanha, que, em competição europeia ou mundial, plana, normalmente, acima de todos os outros, temida como bicho-papão por qualquer adversário. O grupo às ordens de Joachim Löw assume-se, perfeitamente, como digno herdeiro deste passado (o longínquo e o recente, ou não estivéssemos a falar da campeã mundial em título) – a mannschaft pode nem sempre ganhar, mas, com tanto talento, misto de juventude e experiência, ganha, certamente, mais vezes que os restantes.
Desta vez, porém, os alemães tiveram pela frente opositor de respeito. Os italianos – com um colectivo equilibrado e nivelado por cima – inspiraram respeito (em demasia?), condicionando, visivelmente, e durante toda a 1.ª parte, a habitual predominância germânica. A primeira contrariedade surgiu logo aos 13 minutos, com a lesão de Khedira (substituído por Schweinsteiger). Afectada pela alteração forçada, a Alemanha jamais conseguiu, neste período, contornar a barreira transalpina, perdendo, gradualmente, a sua habitual clarividência e apostando, preferencialmente, em lançamentos longos e estéreis, buscando a capacidade finalizadora de Mario Gomez e Thomas Mueller.
A 2.ª parte, porém, trouxe alterações. A equipa, mais esticada em campo, mais lesta e assertiva no capítulo do passe, passou a dominar, instalando-se no meio-campo adversário, procurando paciente e insistentemente uma brecha. Numa jogada de envolvimento, aos 65 minutos, Jonas Hector surgiu solto sem marcação, servindo o pé esquerdo de Mesut Ozil, desaparecido até então, que não teve dificuldades em fuzilar a baliza de Buffon e fazer o 1-0.
Foi a melhor fase da Alemanha na partida, que, aproveitando o ascendente – e o descontrolo emocional contrário –, pareceu ter condições para resolver, de vez, a questão quanto ao vencedor. Contra a corrente, Boateng, inexplicavelmente, ressuscitou a Itália, abordando um cruzamento de braços no ar e oferecendo uma grande-penalidade, que Bonnucci aproveitou para empatar o jogo.
No prolongamento, a Alemanha voltou a ter a iniciativa, sem, de qualquer das formas, conseguir reais situações de perigo junto da baliza de Buffon. Nos penáltis, a Alemanha marcou mais um – venceu por 6-5, após uma série de dezoito grandes-penalidades. Impróprio para cardíacos! A Alemanha está nas meias-finais do Euro’2016 e aguarda adversário: França ou Islândia.
Classificação dos Jogadores:
Neuer – 7
Howedes – 7
Hummels – 7
Boateng – 5
Hector – 7
Kimmich – 6
Khedira – 5
Mesut Ozil – 6
Toni Kroos – 6
Mueller – 6
Mario Gomez – 6
Schweinsteiger – 6
Draxler – 6
Foto de Capa: UEFA