Rússia 1-4 Dinamarca: Jogaram por todos os dinamarqueses

A CRÓNICA: DE ÚLTIMO PARA OS OITAVOS DE FINAL DO EURO

O Parken Stadium recebeu aquele que era o jogo mais ansiado do Grupo B. Tanto pela incerteza de como ficariam organizadas as seleções, mas principalmente para ver o que estas duas formações podiam ainda oferecer. A Dinamarca, a nação menos afortunada deste Euro 2020, queria presentear os seus cidadãos com uma vitória. Já vindo de São Petersburgo vinha uma seleção à procura dos mínimos, a Rússia.

Com uns a querer jogar e outros a fazer de conta que sim. Foram escassas a oportunidades que iam acontecendo. A Rússia parecia estar ainda em mood de Guerra Fria, mas desta vez com a Dinamarca. Uma potência sem armas nenhumas. Golovin ainda tentou, mas Schmeichel esteva atento. Os nórdicos avisaram uma vez por Hojberg e à segunda foi sem aviso.

Aos 38 minutos, saiu um autêntico míssil do pé de Damsgaard para se tornar o mais jovem dinamarquês a marcar em Campeonatos da Europa. Naquele pé direito esteve os cerca de cinco milhões de dinamarqueses, especialmente Christian Eriksen, que sonhavam chegar à fase seguinte do Europeu. A Dinamarca mostrou que mesmo de longe se podia fazer estragos diretos – e não indiretos – e ia em vantagem para os balneários. Uma lição de história (e de futebol) para os russos.

A segunda parte começou com um autêntico brinde por parte da Rússia. Brindou tantas nações com o “mau” que, agora, deu o ouro para os dinamarqueses. Poulsen foi esperto e ficou à espera no sítio certo para apenas receber, fintar Safonov e fazer o segundo golo dinamarquês.

Como pode as contas de um grupo pode mudar totalmente? Explico. Isto está quase ao nível de um 9,5 passar para um 9,4… Enquanto que as bancadas do Parken Stadium festejavam um golo belga, que viria a ser anulado, o balde foi de água russa bem gelada. Na primeira jogada decente da Rússia, foi marcado penalti e Dzyuba finalizou-o.

Olhos continuavam em Copenhaga, mas os ouvidos em São Petersburgo. O primeiro belga foi anulado, mas à segunda contou e houve nova explosão de alegria dinamarquesa. Havia o segundo lugar assegurado para os lados dinamarqueses. Mas mais motivos estavam para vir e foram logo três de seguida!

Christensen decidiu que nas regras vigoravam as “bujas” e assim foi. Um autêntico estoiro lá para dentro e era o terceiro. Depois, os russos meteram a carne toda no assador e queimou-se… Um contra-ataque que vem nos livros como se faz de forma perfeita. Maehle fez tudo bem: a condução, a finta e a finalização.

O resultado final é mais do que justo para os dinamarqueses, a equipa que mais quis passar à próxima fase do Europeu. No início deste europeu, certamente, não estaria nos planos passar de forma tão sofrida à próxima fase, mas o mote foi dado por Christian Eriksen e estes guerreiros dignificaram toda uma nação ao conseguirem a qualificação para os oitavos de final. Foi por todo um povo.

 

A FIGURA

Joakim Maehle – Podia estar aqui mais dois nomes, o de Christensen e de Damsgaard. Um por o autêntico “golaço” que marcou e o o outro por ter feito história neste jogo. Contudo, está o nome de defesa da Atalanta. Um grande jogo, principalmente na segunda parte, pois foi do seu lado que passou grande parte do jogo dinamarquês. Depois, pelo seu grande golo. Sim, foi uma exibição de gala. Foi sim.

O FORA DE JOGO

Daler Kuzyaev – A sua equipa já pouco produzia para um jogo muito pobre, mas o passe que dá um brinde a Poulsen eliminou qualquer esperança russa. Foi um momento-chave para o desenrolar da partida. Muito por culpa desse passe arriscado, que nem nos infantis nos permitem que o façamos, damos esta atribuição.

 

ANÁLISE TÁTICA – RÚSSIA

Os russos vieram à Dinamarca numa tentativa mais de contenção e na procura de um ponto. A defender era visível o sistema 5-2-3 com Dzyuba a ser a opção mais avançada e ajudar sempre que possível a zona interior. Mário Fernandes e Kuzyaev tinham também a tarefa de serem laterais subidos. O meio campo era controlado por Ozdoev e Zobnin. Já as alas eram Miranchuk e Golovin, que iam provocar o pânico na defensiva dinamarquesa.

Stanislav Cherchesov montou uma equipa para jogar simplesmente pelo ponto que podia ser mais do que suficiente para passar o grupo, visto que a Finlândia jogava com «a toda poderosa» Bélgica. Pouco interesse no jogo ofensivo e o lado mais defensivo estava na tentativa de encaixar o máximo possível no sistema dinamarquês.

Na segunda parte tinha de haver mudanças, mas, apesar da vontade, não surtiu grande efeito. Os processos teimavam em não dar certo e sempre que passavam a primeira pressão da Dinamarca o meio-campo lá estava para abafar qualquer incursão. Apenas uma (!) jogada deu certo e foi o lance que deu o penalti.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Matvei Safonov (4)

Igor Diveev (5)

Georgi Dzhikiya (5)

Fedor Kudryashov (5)

Mário Fernandes (4)

Daler Kuzyaev (3)

Magomed Ozdoev (5)

Roman Zobnin (5)

Aleksei Miranchuk (4)

Aleksandr Golovin (5)

Artem Dzyuba (4)

SUBS UTILIZADOS

Aleksandr Sobolev (5)

Rifat Zhemaletdinov (5)

Vyacheslav Karavaev (5)

Maksim Mukhin (5)

 

ANÁLISE TÁTICA – DINAMARCA

A atacar os dinamarqueses apresentaram-se num 3-4-3 com os três centrais e havia assim a possibilidade de Wass e Maehle fazerem o papel de laterais mais subidos. Na frente, Braithwaite será o mais avançado dos três homens com Poulsen e Damsgaard no apoio. Contudo, a nível defensivo apresentavam-se num 5-2-3 com ajuda dos laterais numa linha defensiva de cinco.

O bloco russo coeso permitia jogar à vontade a meio-campo, mas quando os dinamarqueses queriam passar para o lado adversário havia muitas dificuldades. Os processos estavam confusos com muito jogo a ser solucionado com bolas longas para as alas, sempre descaídos para o lado direito. Delaney era o jogador que mais tentava oferecer ao jogo com excelentes passes.

Com o golo marcado a acabar a primeira parte, os dinamarqueses deram um pouco de jogo aos russos, mas parecia ser o dia “não” da Rússia. Com a entrada de Kasper Dolberg a situação ficou muito mais fácil e o jogo interior começou a surgir. Os golos começaram a surgir naturalmente e os processos ofensivos também.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Kasper Schmeichel (6)

Andreas Christensen (8)

Simon Kjaer (6)

Jannik Vestergaard (5)

Joakim Maehle (8)

Daniel Wass (5)

Thomas Delaney (6)

Pierre-Emile Hojbjerg (7)

Mikkel Damsgaard (7)

Yussuf Poulsen (6)

Martin Braithwaite (6)

SUBS UTILIZADOS

Kasper Dolberg (7)

Jens Stryger (5)

Christian Norgaard (5)

Mathias Jensen (-)

Andreas Cornellius (-)

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João Pedro Barbosa
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É aluno de Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social, tem 20 anos e é de Queluz. É um apaixonado pelo desporto. Praticou futebol, futsal e atletismo, mas sem grande sucesso. Prefere apreciar o desporto do lado de fora. O seu sonho é conciliar as duas coisas de que gosta, a escrita e o desporto.

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