Suíça | Um ponto que sabe a três

    Depois da vitória alemã em Estugarda contra a Hungria, Escócia e Suíça encontraram-se em Colónia para a segunda jornada do Grupo A. Mesmo tendo passado por inícios distintos, ambas entraram neste jogo com o objetivo de ganhar: a Suíça com a possibilidade de garantir a qualificação nas duas primeiras posições; a Escócia para ter hipótese de passar como segundo ou um dos melhores terceiros.

    Depois da derrota expressiva com a Alemanha no jogo de abertura do Campeonato da Europa, a Escócia tinha de mudar alguma coisa para a segunda jornada contra a Suíça, até porque o central do Watford, Ryan Porteous, foi expulso no final da primeira parte da jornada inaugural. Para o lugar dele entrou Jack Hendry para habitar a posição de defesa central direito.

    A segunda alteração surgiu no meio-campo com a saída de Ryan Christie do Bournemouth para entrar outro médio da Premier League, Billy Gilmour (Brighton). Formou par com o capitão do Celtic, Callum McGregor, o que permitiu soltar John McGinn e Scott McTominay um bocadinho mais. O último foi fundamental na manobra defensiva e ofensiva escocesa. No momento sem bola, ficou responsável de ocupar a zona de ação de Granit Xhaka, impedindo que a bola lhe chegasse, ou pelo menos importunando o médio do Bayer Leverkusen quando a tivesse.

    Foi uma lição tirada do jogo com a Alemanha, em que Toni Kroos tinha demasiado tempo e espaço para meter a bola onde quisesse e esta alteração fez com que a saída de bola da Suíça não tivesse tido tanto sucesso quanto teve contra a Hungria. Ofensivamente, McTominay não só estava mais à frente no campo como mais central, e depois da época que teve no Manchester United, já sabemos o instinto finalizador que tem. É ele que faz o remate desviado por Fabian Schär para o golo escocês, mais um número de outras oportunidades que podiam ter dado os três pontos aos escoceses.

    Já a Suíça, mesmo tendo ganho à Hungria na primeira jornada por 3-1, também mexeu. Saiu o marcador do primeiro golo, Kwadwo Duah, para entrar o histórico Xherdan Shaqiri, já num plano descente na sua carreira. Shaqiri não é, nem nunca foi, um ponta de lança, o que originou alguma intriga sobre o plano de Murat Yakin para este jogo com a Escócia.

    O plano foi usá-lo como falso 9, não se dando à marcação dos defesas escoceses que, normalmente, gostam de ter uma referência com quem “batalhar”. Justo será dizer, que o plano teve o seu sucesso, tendo em conta o excelente golo do criativo dos Chicago Fire após um passe impreciso de Anthony Ralston.

    O jogo foi muito diferente das experiências que ambos tiveram na primeira jornada. A Escócia foi mais corajosa e aprendeu com a derrota contra os germânicos, enquanto a Suíça teve dificuldades em implementar o seu jogo pela ausência de impacto de Xhaka.

    Embora a Suíça não esteja confirmada nos oitavos de final, justo será dizer que têm pé e meio, porque a diferença de golos é saudável e nunca antes (neste modelo) uma equipa com quatro pontos falhou a qualificação para a fase seguinte. Uma vitória contra os anfitriões garante o primeiro lugar. Para a Escócia, no jogo frente à Hungria, é ganhar ou “morrer”. Com um saldo de golos tão negativos, não se qualificará com um ou dois pontos. A matemática é simples e o jogo será de muito interessante, com ambas as equipas a sonharem ainda com a passagem. A não perder.

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