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O RESCALDO
Sabemos que o Irão não é uma equipa muito forte ofensivamente, dando-se melhor a jogar à defesa e a partir para o contra-ataque. Mas mesmo assim, hoje pedia-se mais à equipa de Queiroz. A precisar da vitória e a ter de esperar por uma derrota da Nigéria frente à Argentina, pedia-se mais. Muitos dirão que a equipa iraniana não tem argumentos para mais, mas, mesmo assim, pedia-se outra atitude.
Sempre na defensiva, pouco ou nada arriscando, este foi um Irão à imagem dos outros jogos, mas enquanto o empate interessava frente à Nigéria, e frente à Argentina era a forma mais certa de jogar, hoje os jogadores iranianos não conseguiram fazer aquilo que contra os argentinos tão bem fizeram: saída em contra-ataque para criar perigo. Perante esta atitude a Bósnia pegou no jogo e teve sempre o controlo. Não foi de espantar quando, aos 18 minutos, Dzeko marcou. Era o confirmar do domínio dos bósnios, que queriam sair do Mundial de cabeça erguida. O golo fez bem aos pupilos de Queiroz, que logo na jogada a seguir mandaram uma bola ao ferro. Foi a melhor oportunidade em toda a partida para o Irão. O intervalo chegava, e a vitória assentava bem à única equipa que realmente jogou para ganhar. No outro jogo, Messi, carrasco do Irão na partida anterior, ajudava estes ao marcar os dois golos com que a Argentina vencia a Nigéria. Tudo feito para o Irão passar, só bastava a vitória.
Com tudo a favor do Irão, Queiroz teve de arriscar na segunda parte. Mas nem assim a equipa tornou-se mais perigosa. A espaços, conseguiam subir à área bósnia, mas sem resultados práticos. Era a Bósnia quem mandava e quem chegou ao segundo golo, por Pjanic. Os sonhos do Irão começavam a desaparecer e, se alguma esperança ainda houve quando Reza reduziu, essa morreu na jogada a seguir, em que Vrsajevic fez o terceiro golo e ditou o resultado final.
É um resultado que assenta bem aos bósnios, que saem do Mundial de cabeça erguida. Fica a ideia de que esta podia fazer mais. A derrota com a Nigéria foi decisiva, e lembro que nesse jogo anularam mal um golo que daria vantagem à Bósnia. Mas ficam bases lançadas para o próximo Euro, nesta que foi a primeira participação no Mundial.
Quanto ao Irão, era de se pedir mais neste jogo. É verdade que esta equipa tem de jogar assim, não tem argumentos para ter um jogo de posse e domínio, mas mesmo assim esperava mais do contra-ataque iraniano. Esperava um jogo à imagem da Grécia, forte a defender e rápido no contra-ataque. Em vez disso, uma atitude demasiado passiva e de expectativa, que correu mal. Ainda assim, fica para Queiroz e os seus jogadores o facto de terem lutado até à última jornada pelo apuramento com as armas que tinham. Há aqui bons jogadores, como Reza, e fica a ideia de que, com melhores jogadores no meio-campo, a história podia ter sido outra.
A Figura:
Edin Dzeko – É o melhor jogador desta selecção. Marcou, esteve sempre activo em campo e foi o melhor em campo.
O Fora-de-Jogo:
Atitude do Irão – Se no jogo com a Argentina elogiei a solidariedade e espírito de união dos iranianos, hoje há que criticar a sua atitude. Para quem tinha de ganhar, os iranianos nunca fizeram por isso, tendo uma atitude mais passiva e expectante mas que resultou mal.