Os olhos do mundo do futebol estavam postos em Rostov. Havia expectativa sobre como o Brasil, o histórico Brasil, iria reagir no regresso aos Mundiais após o trauma sofrido na sua própria casa aos pés da Alemanha.
Não reagiu bem. Mas não foi pelo início do jogo. Se a ‘canarinha’ tinha sobre si o peso dos 7-1 impostos pela Alemanha, esse não se fez sentir no primeiro tempo. A fluídez com que a bola circulou por entre o meio-campo suíço e a leveza de espírito mostrada pelos jogadores brasileiros fizeram com que o ‘Mineirazo’ parecesse uma memória distante e resolvida.
A Suíça, impotente, deixou-se enfeitiçar pelas saídas criteriosas da ‘canarinha’, iniciadas por Casemiro e Paulinho e adornadas pela magia de Coutinho. Adivinha-se um golo brasileiro. Bonito e esplendoroso, de preferência. Assim foi. Aos 20 minutos, Philippe Coutinho, à entrada da àrea, disparou em arco e a bola bateu no poste antes de entrar, feliz, nas redes suíças.
Fonte: FIFA
Os helvéticos reagiram e voltaram a tentar incomodar o Brasil no seu meio-campo. Mas o ‘escrete’ de Tite tem um equilíbrio, tático e emocional, que há muito não se via, e a ofensiva Suíça foi facilmente neutralizada até ao intervalo.
O segundo tempo trouxe uma toada diferente. O Brasil acomodou-se ao conforto da sua magia e perdeu alguma agressividade defensiva. A Suíça aproveitou para crescer e marcou mesmo. Zuber, na sequência de um canto, cabeceou para o empate.
O Brasil acusou o golpe e demorou a reagir. A saída de bola brasileira era sufocada pela pressão suíça. E nas raras vezes que esta era bem sucedida, Neymar era ‘enjaulado’ por Behrami e Coutinho via o seu feitiço neutralizado por Xhaka.
Nos últimos minutos, o Brasil conseguiu ser mais objectivo e até esteve perto de lhe ver ser devolvida a vantagem no marcador. Não conseguiu.
No dia em que a Alemanha (a “horrível” Alemanha que destruiu o Brasil no Mineirazo) perdeu com o México e tornou mais provável o apuramento via 2º lugar, o Brasil caiu também e tornou menos provável um re-encontro com o seu trauma. Foi medo?
ONZES INICIAIS:
Brasil: Alison, Danilo, Thiago Silva, Miranda, Marcelo; Casemiro (Fernandinho 59′), Paulinho (Renato Augusto 67′); Willian, Coutinho, Neymar; Gabriel Jesus (Roberto Firmino 78′).
Suíça: Sommer, Lichtsteiner (Lang 88′), Schar, Akanji, Rodríguez; Xhaka, Behrami (Zakaria 70′); Zuber, Dzemaili, Shaqiri; Seferovic (Embolo 80′).
Foto de capa: FIFA