Depois de uma desapontante eliminação de Portugal, após a derrota de 1-0 frente ao Uruguai, cabia à Seleção Espanhola representar a Península Ibérica neste Mundial. Para isso, teria de vencer o país anfitrião da prova: a Rússia.
E dificilmente poderia ter começado melhor. Aos 10 minutos de jogo, Marco Asensio cobrou um livre direto numa posição lateral à grande área russa. Sergio Ramos e Sergey Ignascevich embrulharam-se e ambos caíram, mas, para azar do central do CSKA de Moscovo, a bola acaba por bater no seu calcanhar e enganar Igor Akinfeev. Com um auto-golo tão infeliz como caricato, estava feito o 1-0 para a Espanha.
Depois disto, assistiu-se a 25 minutos de apatia mútua: a Seleção Russa parecia estar resignada com o resultado e não pressionava os jogadores espanhóis, que fizeram o esférico circular facilmente até atingirem os 70% ou 75% de posse e bola. A 10 minutos do fim da primeira parte, Aleksandr Golovin, uma das surpresas deste Mundial, decidiu dar o ar de sua graça, com um remate em arco que, embora não tenha ido à baliza, pôs David De Gea em sentido.
Como já aconteceu em tantas outras ocasiões neste torneio, um momento anómalo foi o suficiente para inverter a história do jogo. A Rússia ganhou alento, voltou a atacar e, após canto batido por Yuri Zhirkov, Gerard Piqué falha o cabeceamento, toca com a mão na bola e o árbitro não hesita em marcar uma grande penalidade. Com a mesma certeza do juiz da partida, Artem Dzyuba caminhou para a marca de penálti e bateu De Gea, empatando a partida aos 42 minutos.
E foi assim que as equipas regressaram ao balneário. Dois golos caídos do céu – ainda que caídos de formas diferentes – faziam, para já, o resultado.
Na segunda metade, perante uma Espanha que pouco fazia para conseguir o 2-1, Stanislav Cherchesov, o treinador russo, decidiu arriscar: tirou Zhirkov, Aleksandr Samedov e Dzyuba para lançar Vladimir Granat, Denis Cheryshev e Fedor Smolov. Três alterações que conferiam à sua equipa uma frescura atacante, numa tentativa de alterar o rumo de uma tarde letárgica.
Apesar dos esforços do técnico, a partida prolongou-se e, se não fosse um remate de Iago Aspas (que entrou para o lugar de Diego Costa) que Akinfeev ainda desviou para a trave, os segundos 45 minutos não teriam sequer merecido um parágrafo de descrição.