Um Equador prático e um Catar adormecido | Diário do Mundial #1

    Iniciamos a rubrica Diário do Mundial destinada a acompanhar, de forma diária, o Campeonato do Mundo.

    Dia inaugural do vigésimo-segundo Mundial, uma das competições mais polémicas de sempre da história do desporto mas que, ainda assim, não impediu os apaixonados por futebol de sentir o seu coração palpitar de forma mais acelerada até que, por fim, Daniele Orsato, árbitro italiano, deu início ao Catar-Equador.

    Se, para uns, era um jogo pouco apelativo para o arranque da competição mais importante do mundo a nível de seleções, a verdade é que tivemos em campo o país anfitrião que, para além desse estatuto, é também o atual campeão asiático e, do outro lado, uma equipa que, na sempre competitiva qualificação sul-americana, garantiu o lugar de forma direta. Por estes motivos e outros que poderíamos lançar, estavam reunidas as condições para o início de mais um conto de fadas que terminará no dia dezoito de dezembro.

    JOGO DO DIA

    Não só por ser o único, mas também por ser o inaugural, este teria de ser sempre o jogo do dia.

    Estiveram em campo dois conjuntos que enfrentaram, para além da habitual ansiedade associada a uma estreia num Mundial, a expectativa de milhões de adeptos que estão espalhados pelos quatro cantos do mundo e que aguardaram quatro anos e alguns meses pelo arranque da competição.

    O Catar, no seu primeiro jogo na história da competição, demonstrou enormes fragilidades, bem patentes na forma como, muito recuados no terreno, revelaram dificuldades em permanecer em posse de forma consistente, manifestando também problemas sem bola, já que conseguimos assinalar vários momentos em que, defensivamente, a equipa esteve pouco organizada, ficando a nu a debilidade no controlo da profundidade, uma das soluções mais procuradas pela seleção equatoriana.

    Ausente em 2018, o Equador entrou com vontade de marcar a sua presença ainda que, sem procurar um ritmo de jogo elevado, tenha conseguido fazer três golos (um deles foi anulado) e gerir o jogo de forma quase sempre serena. Nas asas de Enner Valencia, o Equador deixou clara a sua superioridade perante a equipa adversária, porém demonstrou, pela sua verticalidade, que é uma equipa que ficará confortável com a possibilidade de entregar o papel de protagonista aos seus adversários, quando o quiserem assumir.

    A FIGURA DO DIA

    Pelos dois tentos que fizeram a diferença no placar e pela entrega ao jogo, também visível na forma como, debilitado no joelho desde a primeira parte, foi influente nas manobras da sua equipa, a opção terá de ser sempre Enner Valencia.

    O FORA DE JOGO DO DIA

    Por ser, mais que uma questão individual, um problema coletivo, a escolha terá de ser a seleção do Catar que, desde início, demonstrou ser uma equipa frágil e, por consequência, pouco capaz de discutir o resultado, algo que fica evidente nos seus zero(!) remates enquadrados.

    A CURIOSIDADE DO DIA

    Kevin Rodriguez, 22 anos, duas vezes internacional pela seleção do Equador e jogador do Imbabura, clube que disputa o segundo escalão do futebol do seu país. Embora seja o melhor marcador dessa competição, não deixa de merecer destaque o facto de Gustavo Alfaro, o seu selecionador, ter dado a oportunidade a este jogador, tendo o mesmo, posteriormente, demonstrado que há qualidade em lugares que, embora sejam mais sombrios para a maioria dos adeptos do futebol, não deixam de ter estrelas que os iluminam.

    RESULTADOS

    Catar 0-2 Equador

    Artigo com a opinião de Orlando Esteves, comentador BnR TV
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