
Fonte: somosporto.com.pt
Com a transformação do futebol numa indústria na qual circulam milhões de euros, e o surgimento de cada vez mais de “magnatas” e grupos de investimento a desejar aplicar dinheiro nos clubes, a UEFA aprovou em 2010 um conjunto de regras as quais apelidou de “Fair play Financeiro”, como forma de travar esta tendência. Segundo esta instituição, o objectivo do cumprimento destas regras é “melhorar a saúde financeira global do futebol europeu de clubes”, obrigando estes a provar que não têm dívidas em atraso, e impedir que gastem valores mais elevados do que aqueles que recebem.
No entanto, será que estas regras contribuem mesmo para a saúde do futebol? Pegando no exemplo do futebol português, sabemos que as principais receitas dos clubes são os direitos das transmissões televisivas e os contratos com os patrocinadores. Nos clubes grandes, acrescem obviamente as receitas provenientes das quotas dos associados do clube, das assistências dos jogos e do “merchandising”, bem como as receitas obtidas pelas participações nas provas europeias (fundamentalmente na Liga dos Campeões). É por tudo isto, que estes são os que mais conseguem investir na construção dos seus planteis, pois a base de associados que possuem e a visibilidade que têm atraem mais patrocinadores e inflacionam os direitos televisivos, permitindo assim a entrada de mais dinheiro nos seus cofres do que os clubes ditos “menores”. Quanto aos pequenos, o baixo número de associados e o escasso número de adeptos nos estádios levam a um inferior investimento por parte de patrocinadores e a um menor valor recebido relativamente às transmissões televisivas.