E é a partir deste ponto que as regras de fair play financeiro poderão não ser um bom caminho para aumentar a competitividade do futebol. Se os clubes pequenos obtêm poucas receitas, nunca poderão investir tanto como os grandes na construção de um plantel, e muito dificilmente poderão lutar de igual para igual com estes. Tudo isto poderia mudar se estivessem permitidos a gastar mais do que os valores recebidos. Com a injecção de capitais por parte de grupos de investimento, um clube de pequena/média dimensão poderia construir um plantel mais valioso que lhe permitisse aproximar a sua qualidade à dos maiores clubes, aumentando assim a competitividade das nossas competições. Este factor poderia funcionar como impulsionador, pois conseguindo um clube contratar jogadores de nomeada e lutar por lugares mais cimeiros da classificação, tendencialmente conseguirá aumentar a média de assistência nos seus jogos, bem como o número de associados. Assim, teria possibilidades de captar mais patrocinadores e negociar as transmissões televisivas por valores mais elevados. Ou seja, iria conseguir a entrada de mais dinheiro, e poderia portanto gastar mais, mantendo assim padrões de competitividade mais elevados.
Na Europa, temos como exemplo os casos de Manchester City e Chelsea em Inglaterra, cujo crescimento aumentou em muito a competitividade da liga. O mesmo estará para acontecer em Itália, com a entrada de capital chinês a prometer “ressuscitar” os grandes clubes de Milão, e aconteceu também em França, com o PSG a voltar ao “poder” com dinheiro proveniente das arábias. Neste caso específico, não contribuiu para o aumento da competitividade na liga francesa pois foi o único clube alvo de tão elevados investimentos, sendo que mesmo assim, o capital investido no AS Mónaco (bastante menor devido ao fair play financeiro) permitiu a subida do clube à primeira liga, e permitiu a construção das bases para o sucesso que esta época obteve. Sendo que estes casos não são comparáveis aos do nosso futebol, pois são clubes com uma massa adepta bastante grande e que recebiam já valores de patrocínios e transmissões televisivas muitíssimo superiores aos recebidos pelos clubes nacionais, são situações que demonstram que estes investimentos podem aumentar a competitividade dos campeonatos e melhorar o futebol.
Sendo a liga portuguesa uma das seis mais importantes da europa, e sendo Portugal um país com uma imagem futebolística potenciada pelo título europeu conquistado pela selecção nacional, seria certamente apelativo para grupos de investimento estrangeiros, que mesmo assim já se vão encontrando presentes no nosso futebol. Todos ficariam a ganhar: os pequenos poder-se-iam tornar mais competitivos, e os grandes seriam obrigados a superar-se devido à existência de uma maior concorrência.
Fonte de Capa: pt.uefa.com