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A luta pelo título na Liga Alemã | Da surpresa à certeza

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Se em agosto de 2022 me dissessem que a luta pelo título na Liga Alemã nos primeiros meses de competição iria ser dos mais interessantes e curiosos casos de estudo no futebol europeu, eu diria que estariam completamente doidos.

A verdade é que o poderosíssimo FC Bayern de Munique, coroado dez vezes consecutivas campeão alemão nos últimos dez anos, parece estar a encontrar sérias dificuldades pelo caminho, cada vez mais antecipadas como duradouras e não momentâneas, como inicialmente se poderia prever. Mas desengane-se quem possa considerar que a não liderança por parte do Bayern, já de si uma grande surpresa, seja apenas por demérito dos bávaros, embora este seja por demais evidente.

Apesar de, atipicamente, o conjunto de Munique ter já tropeçado por cinco vezes (quatro empates e uma derrota) em dez jogos, nada fazia prever que a diferença entre o 11.º classificado e o Bayern de Munique, atualmente segundo, fosse de apenas quatro (!) pontos, e que o grande líder, mais que isolado, fosse o FC Union Berlin, com mais quatro pontos de vantagem sobre os bávaros, somando até ao momento um registo praticamente imaculado, tendo perdido apenas na deslocação a Frankfurt, por 2-0.

Até ao momento, desde o 11.º Mainz 05 e seguintes RB Leipzig, Werder Bremen, FC Colónia, Borussia Mönchengladbach, BVB Dortmund, Eintracht Frankfurt, TSG Hoffenheim e ainda SC Friburgo seguem na dianteira por um lugar que garanta o acesso às competições europeias. Mas vamos lá atalhar caminho…

O Bayern de Munique está, como se poderá perceber, a entrar numa fase menos consistente e dominante do seu futebol, embora seja sempre visto como o mais poderoso clube e projeto deste país, quer seja pelo contexto onde está inserido, pela sua história, ou pelo próprio plantel que possui, claramente o mais valorizado e cotado da Liga Alemã. É, diria até, previsível que este conjunto acabe por vencer novamente o campeonato, impondo a lei do mais forte de forma inevitável e fatídica. Mas será errado olhar para as equipas que vão competindo e ombreando com esta super-potência?

Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, na antevisão a um dos jogos perante o Bayer 04 Leverkusen, histórico clube alemão que esta temporada até está a sentir dificuldades, elogiou a Liga Alemã, afirmando mesmo que, para ele, “a Liga Alemã é a melhor liga do mundo”. Ora, certamente muitos poderão achar a afirmação exagerada, embora esta não seja mais do que uma opinião pessoal do treinador azul e branco, e cada um tem a sua. Ainda assim, a ideia principal passou: a de destacar a qualidade e competitividade de uma Liga que consegue ter uma equipa como o Bayer 04 Leverkusen em zona de descida à Segunda Liga. A ideia de destacar o quão interessante e “viciante”, à falta de expressão mais adequada para o efeito, pode ser ver um jogo da Liga Alemã, só rivalizada pela quase utópica Liga Inglesa, na minha opinião, claro. A todos aqueles que duvidam da afirmação de Sérgio Conceição, pelo menos parcialmente, também para mim exagerada, aconselho vivamente a que assistam à Liga Alemã com mais atenção, poderão ter surpresas.

Não querendo tornar este artigo uma dissertação sobre cada uma das equipas que vão compondo os primeiros dez lugares da tabela, resta destacar a forma como o tabuleiro parece estar invertido. BVB Dortmund e RB Leipzig assumiam-se, à partida para o arranque, como as duas equipas capazes de destronar, ou pelo menos incomodar, o atual campeão. À passagem da décima jornada, as equipas encontram-se separadas por dois pontos, mas em oitavo e décimo lugar, ainda que não longe pontualmente dos lugares cimeiros. Se o Leipzig não começou bem, Marco Rose vai tentando remediar a situação, já o BVB Dortmund parece demonstrar a mesma inconsistência dos últimos anos.

Lá na frente, o FC Union Berlin vai brilhando, movido pela qualidade de jogadores-chave como Sheraldo Becker, Jordan Siebatcheu ou Janik Haberer e, por exemplo, os defesas Diogo Leite e Robin Knoche. A capital alemã precisava disto! Que continue por mais jornadas!

Coladas ao topo seguem também equipas como o SC Friburgo, TSG Hoffenheim ou Eintracht Frankfurt que, mantendo a mesma base, conseguiram melhorar, e muito, o nível qualitativo nos seus desempenhos.

Trabalha-se bem na Alemanha o desporto e, essencialmente, a forma como se potenciam os projetos desportivos no seu todo. Talvez, mas só talvez, Portugal pudesse aprender algo com as metodologias aplicadas. Com o tempo, vamos lá…

Gabriel Henriques Reis
Gabriel Henriques Reishttp://www.bolanarede.pt
Criado no Interior e a estudar Ciências da Comunicação, em Lisboa, no ISCSP. Desde cedo que o futebol foi a sua maior paixão, desde as distritais à elite do desporto-rei. Depois de uma tentativa inglória de ter sucesso com os pés, dentro das quatro linhas, ambiciona agora seguir a vertente de jornalista desportivo.

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