Klopp, Flick, Tuchel | Irmãos Grimm pedem para voltar e escrever este conto de fadas


    A questão que vos coloco agora é: basta completar o curso em Colónia e está feito? Que “coincidência” é esta, afinal, de termos três treinadores alemães a vencer consecutivamente a Liga dos Campeões?

    Assim a olho nu, as semelhanças são várias: nenhum deles teve uma carreira propriamente vistosa enquanto jogador (Tuchel não fez um único jogo na Liga Alemã); consequência ou não desse facto, iniciaram a carreira de treinadores consideravelmente cedo; os três já entraram numa equipa em maus lençóis, a meio da época, e conseguiram evitar que o barco afundasse.

    A que se deve então o sucesso? Como diria o próprio Klopp, “se trabalhares o mais arduamente possível, aí tens uma hipótese”.

    Os treinadores alemães são modernos. Além da obsessão pelo detalhe, são capazes de entender de forma muito profunda as necessidades do jogo, o porquê de determinadas abordagens resultarem, ou não. É mais do que ser “simplesmente” um mestre do gegenpressing e do futebol intenso.

    Thomas Tuchel acredita, por exemplo, que dizer aos jogadores exatamente o que fazer em determinada situação é limitar as suas capacidades e desenvolvimento. Os treinos do treinador do Chelsea FC envolvem muitas vezes a criação de problemas novos e complexos, para que os jogadores usem a própria cabeça para resolvê-los e se sintam mais confiantes em futuras situações pelas quais ainda não passaram. Os princípios são comunicados claramente e adaptados a cada adversário.

    Todos têm de saber exatamente qual a sua função e, sem bola, respeitar um enquadramento rigoroso para manter o equilíbrio da equipa e não deixar espaços entre linhas. Os jogadores acabam por assimilar vários sistemas, por vezes usados numa mesma partida, e, a partir daqui sim, têm total liberdade para dar asas à criatividade.

    Segundo os jogadores do Liverpool FC, o segredo de Klopp é ser o “pai” da equipa. Todos o amam como um pai, todos o temem como um pai. Os “filhos” acreditam e lutam por ele. Este tipo de confiança e proximidade cria uma mentalidade simultaneamente reconfortante e estimulante, torna os grupos mais fortes, mais unidos, e acaba inevitavelmente por retirar o melhor de cada indivíduo. Um treinador, ou professor de futebol, é um educador que junta as várias peças do puzzle.

    Ser Klopp, Flick ou Tuchel é redefinir completamente a gestão de pessoas e estabelecer uma identidade futebolística única que todas as suas equipas personificam. É estar constantemente aberto a novas ideias, mesmo quando o sucesso bate à porta.

    Ser Klopp, Flick ou Tuchel é olhar permanentemente em frente e com fome de vitória. É inspirar pessoas e comunicar com energia e paixão. É considerar-se ator num palco onde se almeja, mais do que tudo, entregar de mãos abertas o coração e a vitória que os adeptos tanto desejam.

    Ser Klopp, Flick ou Tuchel é ser autêntico e admitir que a emoção faz a diferença e que o melhor futebol é, sempre, sobre a expressão das emoções.

    Para finalizar, e porque para bom entendedor meia palavra basta, recordem que existia uma quarta personagem no início deste artigo. Julian Nagelsmann diz “Hallo!”.

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