A liga alemã vai trocando as voltas aos mais fiéis, mostrando-se sempre imprevisível – o Bayern de Guardiola é o único que vai fugindo desta regra. Depois do Dortmund ter acabado 2014 em último lugar da tabela, foi a vez de o Gladbach conseguir a proeza de perder os primeiros jogos do campeonato com um treinador que tinha levado o clube a um honroso 3.ºlugar e à estreia na Liga dos Campeões Europeus.
Lucien Favre traçou um plano sagaz e colocou uma equipa a jogar um futebol bastante agradável para quem gosta de ver para além da bola na baliza. A equipa galopava nas costas de Sommer, Kramer e Kruse, os três pilares que sustentavam o futebol positivo que estava marcadamente presente no clube treinado pelo suíço. A necessidade de ter a posse de bola, as transições velozes a aproveitar os desequilíbrios e a segurança defensiva demonstravam que estávamos perante um projecto que teria pernas para andar.
Estávamos redondamente enganados. A chegada de Stindl, Drmic e Christensen não chegou para equilibrar a equipa alemã e as saídas de Kramer e Kruse ficaram a assemelhar-se cada vez mais a uma espécie de catástrofe natural. O problema neste início de campeonato pareceu sempre mais um impedimento psicológico do que relacionado com componentes técnicas ou tácticas. O treinador continuou o mesmo, a estrutura manteve-se a igual e a única explicação viável, apesar de continuar a ser um caso estranhíssimo, é a quebra de confiança entre os jogadores e o treinador.
O despedimento foi o culminar de uma série de derrotas para a Liga dos Campeões e campeonato. Favre foi substituído por Andre Schubert, treinador com pouca experiência, mas que tem servido na perfeição para o trabalho a que foi proposto. Os cinco jogos realizados para o campeonato transformaram-se em cinco vitórias e trouxeram de volta uma questão muito mais importante: a retoma dos valores da época passada. A subida vertiginosa até ao sétimo lugar trouxe de volta para os lugares cimeiros uma equipa com valores emergentes como Christensen e Hazard, jogadores à procura de dar o salto para outro nível como Xhaka, Sommer ou Hermann e velhas raposas como Raffael e o capitão Stranzl.
Foto de Capa: Borussia Monchengladbach