A CRÓNICA: REAÇÃO NA SEGUNDA PARTE NÃO FOI SUFICIENTE
Na estreia em competições oficiais da UEFA, a turma de Barcelos viajou até à Letónia para defrontar o emblema de Riga. Apesar de ter dominado a maior parte dos minutos e a ter claramente mais posse de bola que o adversário, o Gil Vicente FC demonstrou também ao longo de toda a partida uma grande falta de ritmo e capacidade de imprimir velocidade no último terço do terreno, quando comparado com o seu adversário, já numa fase adiantada de competição interna.
Sem qualquer oportunidade criada na primeira parte, pedia-se ao Gil Vicente reação, porque Douglas Aurélio, extremo do Riga com passagens por Portugal, adiantou os letões na frente do marcador ao minuto 17’. Na segunda parte, o Gil mostrou outra cara. Voltou dos balneários mais destemido e depois das alterações promovidas por Ivo Vieira, surgiram o empate, por Boselli, e muito mais oportunidades efetivas de golo.
Até fim os pupilos comandados por Ivo Vieira pressionaram o adversário na procura do golo que oferecesse a vitória e maior conforto para a segunda mão, que acabou por não chegar. Fica tudo por decidir e a eliminatória ainda em aberto, com todas as possibilidades de seguir em frente para a próxima fase. Fica a ideia de que o Gil Vicente tem, nitidamente, capacidade para levar de vencida a equipa do Riga.
A FIGURA
Kanya Fujimoto – O médio nipónico foi claramente o melhor elemento em campo. Fez jogar toda a sua equipa desde a primeira fase de construção e até ao último terço, onde ofereceu criatividade e promoveu combinações com os colegas mais avançados no terreno. Belíssimo jogo e boa demonstração das suas capacidades técnicas e táticas. Do lado do Riga, Douglas Aurélio e Mikael Soisalo também estiveram em evidência.
O FORA DE JOGO
みなさん、こんにちは! 🙋♂️🇯🇵
Mizuki Arai vem para dar 𝐭𝐮𝐝𝐨 🔥
Irreverência e criatividade não vão faltar!#SomosUmSomosGil #GVFC pic.twitter.com/OVToRLiv3Q— Gil Vicente Futebol Clube (@GilVicente_fc) July 29, 2022
Mizuki Arai – O extremo não fez por merecer o voto de confiança para iniciar a partida a titular. Muito inseguro nas suas ações e preso nos movimentos. Percebe-se as dificuldades de entrosamento, mas esperava-se mais de alguém que fica com o pesado fardo de substituir Samuel Lino.
ANÁLISE TÁTICA – RIGA FC
O emblema letão dispôs-se em campo em 4-4-2, com destaque para o poderio e qualidade dos elementos do meio-campo para a frente.
Douglas Aurélio, Soisalo e Marcelo Torres deixaram a defensiva gilista em sobressalto com várias iniciativas que pretendiam servir, na maioria das ocasiões, o avançado Gabriel de Penha. O maior ritmo de jogo acabou por crucificar a equipa portuguesa que parecia ser melhor, mas não acompanhar a velocidade imposta pelo conjunto caseiro.
Apesar de terem a bola durante menos tempo na partida, criaram mais perigo do que o Gil Vicente FC na primeira parte, acumulando mesmo ocasiões para avolumar ainda mais o marcador. Na segunda, os papeis inverteram-se e o domínio passou para o lado português.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
NILS PURINS (6)
RAIVIS JURKOVSKIS (6)
GUSTAVO DULANTO (7)
DOUGLAS BERGQVIST (6)
NGONDA MUZINGA (7)
HRVOJE BABEC (6)
MARCELO TORRES (7)
DOUGLAS AURÉLIO (8)
YURI VAKULKO (6)
MIKAEL SOISALO (8)
GABRIEL RAMOS DA PENHA (6)
SUPLENTES UTILIZADOS
RANGEL (6)
YURI KENDYSH (5)
ANÁLISE TÁTICA – GIL VICENTE FC
O Gil Vicente FC, embora ainda numa fase muito embrionária da temporada, mostrou duas faces ao longo da partida.
No momento de construção organizava-se em 4-4-3 e sem bola e no momento de pressão ao adversário em 4-4-2, com Kanya Fujimoto a juntar-se a Fran Navarro na frente. Percebe-se também a influência que o médio nipónico tem e vai ter durante a temporada no equilíbrio da equipa de Barcelos. Ajuda na construção, surge como o médio mais criativo e irreverente, contribuindo de forma muito preponderante na frente em momento de pressão.
Na primeira parte a equipa esteve ainda algo desligada, em ritmo baixo (natural de pré-época) e à procura das melhores ligações, que raramente apareciam pelos pés dos extremos ou defesas laterais, também eles apagados e pouco interventivos nas ações mais perigosas do Gil Vicente. No arranque da segunda parte, os laterais começaram a envolver-se mais e a subir com perigo e até Boselli começou a explorar terrenos mais interiores. Em alguns momentos, até o jogo direto foi opção viável para a equipa gilista que não se conteve de procurar o empate.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
ANDREW (6)
HENRIQUE GOMES (5)
RÚBEN FERNANDES (6)
LUCAS CUNHA (6)
DANILO VEIGA (5)
KANYA FUJIMOTO (8)
PEDRO TIBA (6)
VÍTOR CARVALHO (7)
MIZUKI ARAI (4)
JUAN MANUEL BOSELLI (7)
FRAN NAVARRO (6)
SUPLENTES UTILIZADOS
KEVIN VILLODRES (5)
MATHEUS BUENO (6)
ALI ALIPOUR (5)