Club Atlético de Madrid 1-1 Manchester United FC: Superioridade “colchonera” com final amargo

    A CRÓNICA: FÉLIX CRIOU, ELANGA EQUILIBROU

    Na primeira ronda a eliminar da prova milionária, o segundo sorteio ditou que o Club Atlético de Madrid defrontava o Manchester United FC. Muito se especulou no reencontro entre Diego Simeone e o seu Atlético com Cristiano Ronaldo. O avançado português já marcou 25 golos aos colchoneros, uma das suas presas preferidas. Em campo estavam duas equipas a fazer épocas muito semelhantes. As duas dececionavam, pelos resultados, pelo jogo, ou falta dele. No Wanda Metropolitano, duas equipas jogavam o orgulho, e uma alternativa feliz, à época desastrosa que produziam até então.

    O início do jogo ditou muito daquilo que foi a primeira parte, pelo menos. O Atlético impunha, com a sua agressividade, e empurrava a equipa inglesa para o seu meio-campo. Aos seis minutos, João Félix atacou a bola, em salto, e fez um golaço. De Gea nada podia fazer e até ficou em posição privilegiada para ver o esférico entrar na sua baliza. Esperava-se uma reação do United, ou até um recuar do Atlético, que estava a vencer. Mas não. Viu-se sempre um Atlético mais aguerrido, atrevido, graças aos rasgos de Félix. E via-se precisamente o contrário do Man United, uma equipa sem brilho, sem disposição, sempre no esforço.

    Os ingleses até tiveram mais bola, mas quase sempre na sua linha defensiva, a tentar encontrar linhas de passe que conseguissem ligar aos homens da frente. A teia do Atlético estava bem montada, e sem pressionar muito alto, conseguia sempre empurrar, cada vez mais, o United para trás e a forçar o erro. Cristiano era um homem só, na frente, e por várias vezes viu-se forçado a recuar para tentar pegar no jogo, mas era tarefa quase impossível.

    A verdade é que a superioridade espanhola, até ao intervalo, resultava apenas num golo, e numa bola à trave, no final da primeira parte.

    No começo da segunda parte, viu-se mais do mesmo. Félix sempre que pegava na bola, trazia perigo e tinha de ser travado, em falta. Apenas com as primeiras alterações do United, se viu mais da equipa inglesa. Matic trouxe pulmão e força para um meio-campo à deriva e conseguiu empurrar o Atlético mais para trás. A partir daí o jogo começou a ficar mais partido, com lances de relativo perigo para as duas equipas. O United aproximava-se, sobretudo, através de lances de bolas paradas. À passagem do minuto 80, o menino Elanga, que já havia marcado no fim de semana, estrou-se a marcar na Liga dos Campeões. Passe em profundidade de Bruno Fernandes, até então algo apagado do encontro, e o jovem sueco ultrapassou o defesa contrário e atirou para o fundo das redes da baliza colchonera. Os minutos finais trouxeram alguma emoção, com ambas as equipas a tentar chegar ao golo que desse a vantagem.

    No final, tudo empatado, tudo igual, entre duas equipas que têm vindo a protagonizar épocas muito iguais. Em Manchester, uma terá de avançar para a próxima fase, numa altura em que o futebol das duas pode ser muito diferente.

     

    A FIGURA

    Fonte: Diogo Cardoso/Bola na Rede

    João Félix – O jovem avançado português fez o golo dos colchoneros, e que golo foi. Ajudou a equipa a ter mais presença na área adversária e trata a bola por tu. No processo defensivo soube recuar e distribuir bolas para a frente, ganhando várias faltas em contra-ataque. É mais uma exibição de encher o olho, numa altura em que se aproximam os playoffs de apuramento para o mundial.

     

    O FORA DE JOGO

    Paul Pogba – Não foi o único do Manchester a ter um mau jogo, mas é notória a sua presença, ou neste caso, a falta dela no meio-campo. Pogba não conseguiu recuperar bolas e distribuí-las, corretamente, aos seus colegas. Mais uma exibição sofrida do médio francês, a par dos elementos do meio-campo, Bruno Fernandes e Fred. O United melhorou com a saída de Pogba e a entrada de Matic, para o miolo.

     

    ANÁLISE TÁTICA – CLUB ATLÉTICO DE MADRID

    O Atlético Madrid jogou a primeira parte em 5-3-2, com Lodi a fechar atrás com Savic, Gimenez, Reinildo e Vrsaljko. Marcos Llorente projetava-se mais na direita, enquanto Herrera e Kondogbia assumiam funções no centro do meio campo. Correa jogou um pouco mais ao centro e Félix andava mais solto, ora assumindo o lado esquerdo ou até mesmo descaindo para dentro. Na segunda parte, quando o Man United começou a assumir mais a bola, os colchoneros baixaram linhas e jogaram em 4-4-2.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Oblak (6)

    Vrsaljko (6)

    Gimenez (6)

    Savic (6)

    Reinildo (6)

    Llorente (7)

    Herrera (6)

    Kondogbia (6)

    Lodi (6)

    Correa (6)

    Félix (8)

    SUBS UTILIZADOS

    Griezmann (6)

    Lemar (5)

     

    ANÁLISE TÁTICA – MANCHESTER UNITED FC

    O United jogou praticamente sempre em 4-3-3, variando por vezes em 4-2-3-1, com Fred e Pogba mais recuados, Sancho, Bruno Fernandes e Rashford atrás de Cristiano Ronaldo, mais só, na frente. Dado curioso para a utilização de Lindelof mais descaído à direita, fazendo entrar Wan-Bissaka, no decorrer da segunda parte, para o lugar do sueco. As alterações de Rangnick foram das poucas coisas que resultaram no jogo. Matic assumiu o miolo e trouxe maior condução de bola e força de recuperação. Alex Telles e Wan Bissaka trouxeram maior fluidez de bola pelos corredores, algo que não estava a ser feito com Luke Shaw e Lindelof.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    De Gea (6)

    Lindelof (5)

    Maguire (6)

    Varane (6)

    Shaw (5)

    Pogba (4)

    Bruno Fernandes (5)

    Fred (5)

    Sancho (5)

    Rahsford (5)

    Cristiano (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Wan-Bissaka (6)

    Matic (6)

    Alex Telles (6)

    Elanga (6)

    Lingard (5)

     

    Rescaldo da opinião de Francisco Macedo Amaral.

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    Francisco Macedo Amaral
    Francisco Macedo Amaralhttp://www.bolanarede.pt
    O Francisco é recém licenciado em Jornalismo e Comunicação e tem a paixão do jornalismo desportivo. Fim de semana perfeito é estar no sofá a ver tardadas de futebol. Gosta ainda de jogar e ver cinema.