RB Leipzig 2-1 Club Atlético de Madrid: Asas para a meia-final

A CRÓNICA: A DIFERENÇA ESTEVE NO BANCO DE SUPLENTES

O primeiro jogo de sempre entre RB Leipzig e Atlético de Madrid aconteceu nos quartos-de-final da “Champions” mais atípicos da era moderna, quiçá, de sempre.

Com Félix no banco e Werner no Chelsea FC, as duas equipas começaram os 90 minutos com falta de poder de fogo, e isso reflectiu-se no 0-0 com que fomos para a intervalo. Os primeiros dez minutos com os alemães por cima, até aos 20, foi o Atlético de Madrid melhor, e depois jogo dividido, sem grandes oportunidades de perigo para ambas as balizas. Nota ainda para o choque de cabeças tremendo entre Halstenberg e Savic, que abriu a cabeça a ambos. Foram suturados e acabaram a primeira parte a sorrir do lance, num momento bonito de desportivismo.

O divertimento estava guardado para a segunda parte. Aos 50 minutos, Dani Olmo finalizou de cabeça, no coração da área, uma excelente jogada coletiva do RB Leipzig, materializando em golo o bom início de segundo tempo. Eram boas notícias, porque obrigava os rojiblancos a abrir o jogo. E foi precisamente isso que aconteceu!

Com a entrada de João Félix, a fluidez de jogo dos espanhóis mudou radicalmente e aquele espaço entre Kampl e os três centrais dos alemães era muitas vezes aproveitado. Numa tabela que se originou nessa zona do terreno, o jovem formado no Seixal entrou na área e sofreu um penálti claro, que o próprio converteu. Fixava-se o 1-1 no marcador e caminhávamos para a fase decisiva do jogo.

Até ao fim, parecia que ninguém queria arriscar o resultado, mas eu tenho de dar o mérito a Nagelsmann. Nunca desiste e as substituições que faz são um exemplo claro disso. Adams, entrado na segunda parte, com alguma sorte de meia-distância, atirou a contar e qualificou o RB Leipzig para a merecida meia-final da “Champions”. Ganhou o futebol bonito, contra alguém que só quis reagir depois de estar a perder.

A FIGURA

Upamecano – Estive muito tempo a pensar, porque seria igualmente justo colocar Nagelsmann como figura deste jogo, mas fiquei de facto estupefacto com o jogo monstruoso deste jovem francês. Anulou quase por completo aquela que é a principal arma do Atlético de Madrid: o jogo aéreo. Para além disso, saiu sempre a jogar como gente grande. Fantástico.

O FORA DE JOGO

Fonte: Club Atlético de Madrid

Diego Simeone – O jogo que devia marcar o fim de linha do argentino ao comando dos colchoneros. Jogou assim contra o Liverpool FC e resultou, mas são mais as vezes em que esta mentalidade de defender – exclusivamente – com tudo e todos, não dá frutos. O “se” não existe, mas “se” tivesse colocado Morata e Félix de início, se calhar as coisas eram diferentes. Meter Felipe a ponta de lança no final do jogo é um reflexo daquilo em que Simeone se tornou: um treinador que até para atacar precisa de meter defesas. Espero que tenha a capacidade de se reinventar, no futuro.

ANÁLISE TÁTICA: RB LEIPZIG

Como já estamos habituados, Nagelsmann optou por encarar este jogo da forma que encara a maior parte dos desafios: 5-2-2-1, com uma aparente anarquia tática que se corrige a si própria. São três centrais, dos quais dois – Klostermann e Halstenberg – fizeram carreira como laterais, um ala (Laimer ou Nkunku) que não é ala de raiz e ainda um quadrado no meio-campo fortíssimo na pressão e na criação de lances para o solitário ponta-de-lança. Onze onde faltou o melhor jogador, entretanto contratado pelo Chelsea FC: Timo Werner.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Gulacsi (6)

Angeliño (7)

Klostermann (6)

Halstenberg (6)

Upamecano (8)

Laimer (5)

Kampl (7)

Sabitzer (6)

Nkunku (6)

Olmo (7)

Poulsen (5)

SUBS UTILIZADOS

Adams (7)

Schick (6)

Haidara (5)

Mukiele (-)

ANÁLISE TÁTICA: CLUB ATLÉTICO MADRID

Os colchoneros entraram em campo como é hábito, com mais jogadores de cariz defensivo do que atacante. Numa eliminatória decisiva para que possam conseguir a glória que nunca antes alcançaram: a “orelhuda” da Liga dos Campeões.

Uma tática de “El Cholo” Simeone, muito similar há que começou em Liverpool (4-4-2), com apenas Diego Costa e Ferreira-Carrasco com olhos na baliza adversária. O segundo avançado (Llorente), na minha opinião é muito mais médio defensivo que outra coisa qualquer. Confesso, fiquei surpreendido com o facto de Félix, Morata e Felipe não começarem de início, porque considero-os opções mais válidas que aqueles que entraram para estes lugares.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Oblak (6)

Renan Lodi (6)

Savic (6)

Gimenez (5)

Trippier (6)

Koke (5)

Saul (5)

Herrera (5)

Ferreira-Carrasco (6)

Llorente (6)

Diego Costa (5)

SUBS UTILIZADOS

João Félix (7)

Morata (6)

Felipe (-)

Artigo revisto por Inês Vieira Brandão

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Carlos Ribeiro
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Com licenciatura e mestrado em Jornalismo, Comunicação e Cultura, o Carlos é natural de um distrito que, já há muitos anos, não tem clubes de futebol ao mais alto nível: Portalegre. Porém, essa particularidade não o impede de ser um “viciado” na modalidade, que no âmbito nacional, quer no âmbito internacional. Adepto incondicional do Sport Lisboa e Benfica desde que se lembra de gostar do “desporto-rei”.                                                                                                                                                 O Carlos escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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