Após a breve aventura nos franceses do Nantes, Miguel Cardoso rumou a Espanha para assumir o cargo de treinador do RC Celta de Vigo em novembro de 2018. O técnico português rendeu o argentino Antonio Mohamed, que conduziu o emblema galego a apenas três vitórias em 13 jogos disputados, não sobrevivendo assim à série de maus resultados.
Miguel Cardoso não teve a estreia desejada ao sair derrotado do terreno da Real Sociedad por 3-2, mas depressa colocou o Celta no caminho das vitórias com o triunfo por 2-0 diante do Huesca, naquela que foi a estreia de Miguel Cardoso no Estádio de Balaídos.
Seguiu-se nova visita ao reduto da Real Sociedad, desta feita para a Taça do Rei, e o desfecho foi o mesmo com o Celta a sair derrotado. Estava então confirmada a eliminação dos celestes da prova rainha do futebol espanhol, o que não foi de todo um grande indício da qualidade e intervenção de Miguel Cardoso na equipa.
Ainda situado na décima primeira posição, o português trouxe alguma esperança aos adeptos do Celta com a vitória convincente na difícil deslocação a Villareal por 3-2 num jogo em que foi notório o potencial ofensivo desta equipa, assim como, em oposição, as fragilidades defensivas, que justificaram os dois golos do adversário já na reta final da partida.
Na jornada 16 teve início o pesadelo de Cardoso: uma série de seis jogos sem conhecer o sabor da vitória que perdura até à data deste artigo, elevando para mais de um mês o período em que o treinador português e os seus comandados não conquistam os três pontos.
Esta situação atípica do Celta de Vigo traduz-se no 18.º lugar da Liga Espanhola, o primeiro abaixo da linha de água, com um goal average negativo.
Apesar das lesões prolongadas da principal figura da equipa Iago Aspas e do habitual titular Yokuslu, o Celta de Vigo tem jogadores capazes de alcançar muitos melhores resultados, o que valeu um aviso por parte de Carlos Mouriño, presidente do Celta, a Miguel Cardoso, revelando ainda assim publicamente que mantém total confiança no treinador e ainda a sua intenção de contratar jogadores para poder salvar o clube de tal situação.
As duas últimas derrotas do Celta, já de si graves para a estabilidade de Cardoso no comando da equipa, tomaram ainda piores proporções dada a forma como se sucederam. Tanto na derrota caseira diante do Valencia como fora de portas frene ao Valladolid, o Celta conseguiu adiantar-se no marcador, mas por duas jornadas consecutivas deixou-se bater, acentuado assim a crise que o clube passa.
Segundo a lei de Murphy, “Se algo pode dar errado, dará”, e as duas últimas partidas assemelham-se neste tópico na medida em que o Celta de Vigo após consentir o golo da igualdade, perde a motivação e inclusivamente o interesse pelo jogo, afundando-se numa apatia tal que permitiu tanto a Valencia CF como Real Valladolid CF consumar a reviravolta em menos de 15 minutos.
Resta saber se Miguel Cardoso conseguirá ter arte e engenho para contornar esta lei, estando o seu futuro em Vigo dependente disso. As próximas jornadas são então determinantes não só para a situação profissional do português como também para um possível cenário de descida de divisão do clube galego.
É hora de alinhar armas, unir o plantel e ir em busca de um melhor momento de forma.
Foto de Capa: RC Celta de Vigo
Artigo revisto por: Jorge Neves