Juan Esnáider – Um novo despertar para o Gardel de la Romareda

    Uma noite mágica em Paris com o Real Zaragoza

    Juan Esnáider recorda com emoção aquela noite de 10 de Maio de 1995 e, numa entrevista concedida ao website Crazyfutbol em 2014, o antigo craque argentino descreveu a forma fantástica como ele e os seus companheiros foram recebidos no Parc des Princes por bastantes adeptos do Real Zaragoza que aguardavam ansiosamente pela chegada do autocarro da equipa. Esnáider recordou também que após a subida ao terreno de jogo, o nervosismo que acompanhou a equipa durante semanas diluiu-se rapidamente e, assim que suou o apito inicial, todos aqueles sentimentos foram atirados para trás das costas, possibilitando ao emblema aragonês dar início à noite mais mágica de toda a sua história.

    Juan Esnáider ao lado da “Recopa” conseguida pelo Real Zaragoza em 1995 Fonte: zetaestaticos.com
    Juan Esnáider ao lado da “Recopa” conseguida pelo Real Zaragoza em 1995
    Fonte: zetaestaticos.com

    Para o craque argentino, o jogo não foi fácil, longe disso, e mesmo o golo fantástico que marcou não serviu para apagar da sua memória todas as tormentas que passou às mãos de Tony Adams e Andy Linighan, os defesas centrais do Arsenal FC, que lhe fizeram uma marcação implacável durante todo o encontro.

    O deambular pela capital espanhola, o sucesso na Catalunha, a experiência na Juventus FC e o regresso a La Romareda.

    O Real Madrid era uma espinha atravessada na garganta de Juan Esnáider e em 1995 depois do sucesso ao serviço do emblema aragonês, o avançado regressa ao gigante espanhol, mas à imagem do que lhe havia sucedido anteriormente, Esnáider não encontrou lugar naquela equipa de estrelas com a qual, na verdade, já não se identificava. O “Gardel de La Romareda” rumou ao vizinho Atlético Madrid para mais uma vez trabalhar com Radomir Antic e as coisas não lhe saíram de feição novamente, apesar da boa relação que mantinha com o enigmático presidente dos Colchoneros, Jesús Gil y Gil, e com o seu filho. Esnáider tinha-se cruzado com o treinador sérvio no Real Madrid uns anos antes e as diferenças entre ambos já vinham dessa altura, algo que fez com o avançado argentino equacionasse até ao último momento uma mudança para o Vicente Calderón.

    Os momentos difíceis que vivia com os Manzanares precipitaram a sua mudança para a Catalunha onde brilhou ao mais alto nível no RCD Espanyol de José Antonio Camacho. Esnáider voltou aos golos e apontou 15 em 37 jogos na época em que esteve ao serviço dos Pericos, cifra essa que despertou o interesse da poderosa Juventus FC e precipitou a sua mudança para a Serie A. Apesar de o próprio Esnáider recordar a Vecchia Signora como o melhor clube pelo qual passou, a sua aventura por terras italianas foi marcada por lesões que comprometeram, desde logo, a sua afirmação no emblema de Turim.

    Em 2000, Esnáider volta a “casa” para representar novamente o Real Zaragoza por empréstimo do clube transalpino, após ter declinado várias propostas para continuar ao serviço de outros emblemas da Serie A. O avançado regressou ao local que o fazia sentir bem, que lhe permitia desfrutar do futebol e, acima de tudo, regressou ao local onde o respeitavam e admiravam.

    Juan Esnáider: “El Gardel de La Romareda” Fonte: Vavel.com
    Juan Esnáider: “El Gardel de La Romareda”
    Fonte: Vavel.com

    Apesar de ter representado uns quantos outros emblemas até ao final da sua carreira, que conheceu uma queda acentuada depois de 2001, Esnáider reconheceu já por diversas vezes que lamenta não ter podido terminar a sua etapa como futebolista ao serviço do conjunto aragonês. O avançado argentino abandonou o futebol em 2005, após uma breve passagem pelo Newell’s Old Boys no seu país natal.

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    Joel Amorim
    Joel Amorimhttp://www.bolanarede.pt
    Foi talvez a camisola amarela do Rinat Dasaev que fez nascer, em Joel, a paixão pelo futebol russo e pelo Spartak Moscovo. O futebol do leste da Europa, a liga espanhola e o FC Porto são os tópicos sobre os quais mais gosta de escrever.                                                                                                                                                 O Joel não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.