Real Madrid CF: uma goleada acaba com a crise?

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Esta tem sido uma época bastante atípica no Santiago Bernabéu. E nada o fazia prever. Depois de uma época de sonho, em que ganhou campeonato e Champions, expectava-se mais uma época áurea para os Blancos, com uma disputa taco a taco com o Barcelona para as competições internas, assim como uma candidatura fortíssima na Champions.

A época até começou da melhor maneira com a conquista da Supertaça espanhola, vulgarizando o rival de sempre com duas vitórias “sem espinhas”. No entanto, foi também aí que começou um dos problemas desta época: a ausência de Cristiano Ronaldo,  dos primeiros quatro jogos do campeonato (devido a uma expulsão na primeira mão da supertaça), onde a equipa averbou dois empates. No regresso de CR7, uma derrota caseira diante do Bétis foi presságio de uma época de irregularidade.

Mesmo assim, em dezembro, o Real cumpriu a formalidade de vencer o Mundial de clubes, apenas com vitórias pela margem mínima, revelando as habituais dificuldades em construir vantagens sólidas perante adversários inferiores, deixando arrastar o jogo e acreditando que o golo acabaria por chegar mais cedo ou mais tarde. Foi nesse mesmo mês de dezembro que se jogou o jogo do título. Sim, em dezembro já praticamente se decidia o título de campeão espanhol. O Real recebeu o Barcelona, com necessidade de vencer para não ficar com uma desvantagem de 14 pontos e entregar o título ao maior rival. No entanto, a equipa foi vulgarizada em pleno Santiago Bernabéu pelos blaugrana, perdendo por uns humilhantes três golos sem resposta. Aí já hipotecava um dos objetivos da época: renovar o título de campeão espanhol.

A derrota com o rival Barcelona foi um golpe duro nos madridistas, que andaram um pouco desorientados nos jogos seguintes Fonte: La Liga
A derrota com o rival Barcelona foi um golpe duro nos madridistas
Fonte: La Liga

Outro dos objetivos ficou também muito difícil de alcançar logo em dezembro devido a sorteio: calhou aos merengues o todo-poderoso Paris Saint-Germain, nos oitavos de final da Liga dos Campeões. Duas das equipas mais valiosas do mundo, dois dos candidatos assumidos a vencer a competição, enfrentar-se-ão logo na primeira ronda a eliminar. Um deles ficará pelo caminho. E, se for o Real a dizer adeus à competição, é bastante provável que Zidane também o diga ao banco madridista. Perder desde cedo a luta pelo campeonato, ou pior, terminar a primeira volta no quarto lugar a 19 pontos da liderança, e ser eliminado nos oitavos de final da Liga dos Campeões são razões mais que suficientes para Florentino Perez despedir o antigo galáctico.

Aliás, vou mais além e digo que, se não fosse o crédito ganho a época passada, em que ganhou campeonato e Liga dos Campeões, Zidane já não estaria no comando técnico do Real. Ainda para mais rejeita falar de crise: “É um mau momento e nada mais”, afirma. Não é bem assim, Zizou… O rendimento ofensivo da equipa baixou muito, não só pela má forma e falta de confiança de Ronaldo e Benzema, mas também pelo baixo nível de jogo apresentado pelo meio-campo blanco, criando poucas oportunidades. Os criativos Kroos e Isco não se apresentam capazes de criar lances de perigo iminente como outrora e, lá atrás, as falhas também têm sido muitas. As lesões impossibilitam a utilização do melhor onze regularmente, mas no ano passado isso também não acontecia… e funcionou! A rotatividade imposta por Zidane foi elogiada por todos, isto porque as segundas linhas eram compostas por jogadores como James Rodrigues e Morata, que saíram no Verão e não foram devidamente substituídos, o que impossibilita a sua posta em prática, esta época, com os mesmos resultados.

Neste domingo, o Real Madrid tinha a possibilidade de se redimir da derrota caseira sofrida diante do Villareal na jornada anterior, mas à meia hora já perdia por 0-1 frente ao Deportivo. Seguiu-se uma resposta cabal da equipa merengue, com sete golos seguidos sem resposta, consumando a maior vitória da época. Uma goleada que permitiu restabelecer a comunhão entre a equipa e os adeptos, levantando por momentos o mau ambiente que pairava no ar.

Será que crise acabou?

Foto de capa: Real Madrid CF

Artigo revisto por: Vanda Madeira Pinto

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João Brandão
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Desde cedo o avô lhe colocou o bichinho do futebol e não mais parou de crescer, expandindo-se para outras modalidades. Atento e perfecionista, gosta de analisar ao pormenor cada aspeto do jogo. Considera que o melhor que a vida nos pode dar é um bom jogo de futebol, para ver com um bom grupo de amigos.                                                                                                                                                 O João escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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