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Tribuna VIP: Carlo Ancelotti – “Fala-me do mar, marinheiro”

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O ditado espanhol que serve de título para esta crónica tem sido muito utilizado por Carlo Ancelotti para responder às críticas, sobretudo após ter eliminado o campeão europeu em título. Escrevo este artigo antes da segunda mão das meias-finais da Champions League para ajudar quem gosta de criticar, ou seja, caso o Real Madrid seja eliminado pelo Bayern há aqui matéria para explorar.

Nos últimos tempos, nomeadamente após esse jogo em casa do City, subiu de tom a oposição à minha admiração por Carlo Ancelotti. “Foi o jogo todo a defender”, “foi massacrado”, “não merecia”, são tantas as críticas que não vale a pena acrescentar mais.

Contra essa corrente, escrevo estas linhas para destacar o trabalho do treinador italiano. A frieza dos números é intocável e há dias Carletto somou mais um campeonato, a segunda conquista da La Liga. Foi o sétimo título de campeão, tendo sido o primeiro a conseguir fazê-lo em cinco países diferentes, com Milan (1), PSG (1), Bayern (2), Chelsea (1) e Real Madrid (2). Além do sucesso doméstico, procura chegar à final da Champions, prova que já venceu em quatro ocasiões, duas com o Milan e outras duas com o Real Madrid, sendo o único técnico com quatro conquistas da orelhuda.

Carlo Ancelotti Real Madrid
Fonte: Paulo Ladeira / Bola na Rede

Ainda há dias, numa das sempre saudáveis discussões futebolísticas com o meu amigo Steve Grácio, que não percebe só de ténis, o tema foi Carlo Ancelotti. Vivemos num tempo em que uma finta como as de Denilson, Figo ou Okocha motiva risos de gozo pelo adversário, em que um passe como os de Iniesta, Rui Costa ou Zidane é descrito como “amor” ou em que uma finalização como as de Romário, Ronaldo ou Bergkamp é sempre algo nunca antes visto. Vivemos num tempo em que parece que só deve ganhar quem escolhe ter a bola durante o maior período de tempo possível e que quem não a tem não ama o futebol.

Pois eu amo o futebol no seu todo. Amo o futebol dos triângulos associativos, das defesas mais altas e pressionantes e das nuances táticas que mudam a dinâmica das equipas, mas também amo o futebol em que os jogadores olham para o treinador como um Pai, em que o treinador de uma grande equipa convence os seus craques a defender durante quase todo um jogo específico e em que o treinador não está disposto a um novo ideal que nunca entenderei e que passa por “morrer sim, mas com as próprias ideias”.

É por isso que adoro Ancelotti. Por não se ter queixado quando perdeu um avançado como Benzema ou por não ter exigido reforços quando se lesionaram Courtois ou Militão logo em Agosto, nem ter feito disso desculpa para algum eventual desaire.

A forma paternalista com que substitui algum dos seus meninos a escassos minutos do fim de um jogo do Real Madrid só para que todos vejam que lhe vai dar aquele abraço de Pai junto à linha é muito mais do que ser um simples treinador.

Ainda há dias, quando Militão se preparava para regressar à competição após oito meses a recuperar da lesão, a bola teimava em não sair e o central estava a ver o tempo de compensação esgotar-se e não entrava. A bola sobrou para as mãos de Lunin e o guarda-redes olhou para o seu treinador como quem perguntava “Posso, mister?”. Se alguns iriam querer fazer parecer que a prioridade é sempre o jogo, o que foi treinado e o desejo de ter a bola a rolar de pé para pé até somar mais uma finalização, Ancelotti disse-lhe que sim, que metesse a bola fora para que Militão pudesse entrar e receber uma ovação no Santiago Bernabéu.

E que bem que aquilo me soube. Este também é o futebol que eu amo. Se perder em casa com o Bayern e falhar o acesso à final da Champions, quem gosta de dizer mal vai sempre poder ler este texto e dizer o habitual “tanta conversa e no fim nem à final foi”. Mas para quem, como eu, ainda gosta de ir ver um jogo da distrital, ainda gosta de uma bifana no exterior de um estádio e ainda gosta tanto da “bola” como do futebol, Don Carlo será sempre uma referência

Pedro Castelo
Pedro Castelohttp://www.bolanarede.pt
Desde que se lembra de ser gente que gosta de futebol, mas sabe que se apaixonou a sério pelo jogo em 1994, com 12 anos. Romário liderava o Brasil à conquista do Mundial dos EUA e tornou-se no primeiro ídolo do Pedro Castelo. O “Baixinho” e Iniesta são os seus jogadores preferidos de sempre. Na área da comunicação social desde 1998, o Pedro Castelo é daquelas pessoas com dias que parecem ter mais de 24 horas. Na televisão, é narrador na Eleven e na ZAP (Angola e Moçambique). Na rádio, é coordenador da Rádio Voz de Alenquer e relata na TSF - Rádio Notícias. Na imprensa, também em Alenquer, coordena o jornal Nova Verdade. No online, relata em flashscore.pt.

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