Nos los Cármenes mora o terceiro melhor ataque e a terceira melhor defesa, atualmente no sgeundo lugar da La Liga, o Granada CF. Um início que tem tanto de sonho, como de surpreendente, de um recém-promovido com pouco dinheiro e que apenas almeja conquistar a permanência na elite do futebol espanhol.
O legado de Diego Martínez, treinador da equipa, não para de crescer em Granada. Depois do excelente trabalho realizado nas camadas jovens do Sevilla CF, Martínez assumiu a equipa na temporada passada e fê-la subir, dois anos depois, para a Primeira Liga Espanhola. Com várias entradas e saídas, o Granada CF conseguiu manter os seus principais ativos, destacando-se a manutenção de Rui Silva, guarda redes português, eleito o melhor da Segunda Divisão. A nível de aquisições, realce para a contratação de Domingos Duarte, o central português custou 3 milhões de euros (contratação mais cara, a par de Machís), e para o consagrado internacional espanhol Roberto Soldado.
No entanto, com uma visão global do plantel comprada às restantes equipas da divisão, rapidamente se percebe que o principal objetivo é a permanência. A prática, como em tantos outros exemplos, refuta a teoria e o Granada CF está a encher as medidas dos adeptos do futebol.
Os Nazaríes começaram a liga com um impressionante 4-4 contra o Villarreal CF fora de casa e com uma excelente réplica contra o Sevilla CF, num dérbi andaluz, que culminou na única derrota da equipa até ao momento. A partir daí, seguiram-se quatro vitórias e um empate em cinco jogos, com quatro clean sheets. Vitimaram CD Leganés, RCD Espanyol, RC Celta de Vigo e o todo poderoso e bicampeão, FC Barcelona.
Uma equipa organizada, montada em 4-2-3-1, com um super guarda-redes, que vai batendo à porta da seleção campeã Europeia, um quarteto defensivo que tem sido extremamente competente, com Domingos Duarte a justificar o investimento, um meio campo com um miúdo que promete chegar a outros voos, Yangel Herrera (impressiona toda a qualidade que tem na visão de jogo e na execução), e na frente dois extremos desequilibradores e com faro para o golo, Machís e Puertas, que apoiam Roberto Soldado, sem o instinto goleador de outros tempos (tem um registo de 251 golos oficiais na carreira), mas que joga e faz jogar com uma mestria intocável.
Uma equipa que faz sonhar e que vai contrariando os teóricos da bola. Dá espetáculo, ganha e, individualmente, está melhor apetrechada do que o valor de mercado transparece e dá a entender. Uma equipa a acompanhar com atenção.
Foto de Capa: Granada CF