Uma crise que não vai chegar a ser Real

    Kovacic está lesionado. Atenção que é um dado bastante importante. Um muito bom início de época, espera-se que esta temporada se afirme como um grande médio ofensivo. Contudo, a justificação de um Real menos forte não pode passar por aí, já que Kroos e Modric são o que são, e são constituintes do melhor meio campo do ano para a FIFA. Hakimi tem jogado pelo também lesionado Carvajal. É algo que se tem de ter em consideração, pois Carvajal é um excelente lateral, muito ofensivo e coopera bastante no processo ofensivo a equipa campeã espanhola. Keylor Navas também se encontra lesionado, mas o Real é daquelas equipas em que o problema não pode passar pelo guarda redes.

    Gareth Bale também falta. Faz com que Zidane prefira jogar com Benzema e Ronaldo juntos no ataque, abdicando dos dois extremos, jogando Isco como 10. Um pouco contestado, e passível de uma transferência, o galês daria muito jeito nesta altura. É um excelente jogador, que no Real encontrou a desilusão de nunca conseguir ser a vedeta. É a mesma coisa que Cristiano Ronaldo jogar na equipa de Messi, e caso o protagonismo fosse quase inteiramente para o argentino, Ronaldo passava-se e batia com a porta! Quando uma pessoa com uma ambição e caráter destes nasce para um certo propósito, o mesmo tem de ser obedecido! (o mesmo aconteceria com Messi, atenção).

    Tenho a certeza que encaixaria muito bem, por exemplo, no United. A equipa de Mourinho precisa de uma vedeta, de um jogador que possa depositar a confiança, em que a sua irreverência e altos objetivos sejam capazes de mover a equipa. Nós portugueses, talvez os melhores exemplos disto sejam Simão Sabrosa no Benfica e Hulk no Porto. Jogadores que em todos os jogos se sentia a irreverência e a vontade de ganhar.

    Sem Bale e Carvajal na ala direita, e Cristiano e Marcelo na esquerda, retira ao Real uma das suas mais temíveis características: a profundidade em ambas as alas Fonte: Real Madrid CF
    Sem Bale e Carvajal na ala direita, e Cristiano e Marcelo na esquerda, retira ao Real uma das suas mais temíveis características: a profundidade em ambas as alas
    Fonte: Real Madrid CF

    Ao Real Madrid, penso que o que falta sejam objetivos. Uma equipa que ganha muitas vezes, parecendo que não, parecendo pouco lógico, farta-se. É por isso que é difícil ganhar sempre, não devido a ter armas ou não para tal, mas pela estagnação em termos de motivação. Eu nem acho que chegue a tanto esta fase que o Real atravessa, pois julgo que no mercado de inverno trarão uma nova cara a ter em conta, que seja capaz de acutilar esta equipa extraordinária. Além disso, Ronaldo busca a sexta já no próximo ano. Podem achar doidice falar assim, mas Ronaldo precisa-se, a equipa joga para ele, não é novidade, e ele tem de ser, neste momento específico, o que foi desde os quartos de final até à final da edição passada da Champions: o melhor do mundo.

    Tanta vassalagem a Ronaldo não pode ser entendida dessa forma. É o melhor jogador de futebol do mundo, e penso que não está ao seu nível, pelo menos ainda não está. Porque Ronaldo feliz, é um Ronaldo cheio de golos na carteira, numa equipa sempre em posição cimeira. Podem faltar Kovacic, Bale, Carvajal, que quem os substitui pode não apresentar o mesmo nível, mas com um Cristiano no topo da sua forma é muito capaz de fazer esquecer essas mesmas ausências.

    O que me parece, real(mente), é que o jogo frente ao Tottenham foi a gota de água, e que o próximo jogo vai consistir num novo início. É a minha opinião final. Mas de salientar, o Real precisa de melhores alternativas, principalmente a Dani Carvajal e a Benzema.

    Foto de Capa: Real Madrid CF

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    Diogo Fresco
    Diogo Frescohttp://www.bolanarede.pt
    Fã de um futebol que, julga, não voltará a ver, interessa-se por praticamente tudo o que envolve este desporto, dando larga preferência ao que ocorre dentro das quatro linhas. Vibra bastante com a Seleção Portuguesa de Futebol.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.