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AIK 1-1 SC Braga: A problemática da proposta ofensiva

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Cabeçalho Futebol NacionalNovas são as caras deste novo S.C. Braga, no entanto, os problemas (maioritariamente ofensivos) continuam a ser os mesmos.

Com o campeonato sueco a decorrer, o Braga mostrou que o único culpado do empate (1-1) contra o AIK foi…o próprio Braga.

Visíveis foram as diferenças entre as duas equipas. O AIK foi uma equipa inteligente na exploração do contra-ataque pela faixa esquerda onde conseguiu aproveitar a falta de rotina de Ricardo Esgaio e a inexperiência de Lasar Rosic (o golo de penalti de Daniel Sundgren aos ’18 minutos surge após uma investida do AIK no lado direito do Braga) utilizando a rapidez e a qualidade técnica acima da média do seu melhor jogador, Henok Goitom. Já o SC Braga teve um desempenho aquém das expectativas. O tratamento da bola esteve longe de ser o ideal e a equipa não potenciou de forma correcta a sua forma de jogar.

O Braga utilizou o 4-4-2 como formação ideal, algo que já vem do tempo de Jorge Simão. Danilo e Fransérgio como médios centro, Fábio Martins e Pedro Santos nas alas no apoio a Rui Fonte e Stojiljković.

A dupla Danilo-Fransérgio é a conjugação dos dois “oitos” mais puros do campeonato português. Nem um nem outro são trincos, nem um nem outro são médios ofensivos e isto notou-se em demasia no processo ofensivo do Braga.

O jogo parecia que não queria andar. Por muito que baixasse Danilo para construir e subisse Fransérgio para receber no espaço (e vice-versa) a equipa precisava ou de um número “dez” ou de um “seis” para distribuir jogo. A resolução do problema era bola longa procurando a velocidade de Rui Fonte nas costas da defesa do AIK (muito bom neste tipo de movimentos). Quando o jogo passava pelos pés de Esgaio ou Jefferson quase não havia apoio, nem Danilo nem Fransérgio se aproximavam para dar uma linha de passe e ambos os laterais não conseguiram potenciar a sua principal qualidade: o ataque pelas faixas.

Fonte: Facebook oficial de SC Braga
Fonte: Facebook oficial de SC Braga

Apesar de algumas falhas o Braga mostrou uma nova face. Danilo e Fransérgio não estiveram bem na construção de jogo mas mal conseguiam ter a bola mais à frente no terreno onde podiam correr e desestabilizar a defesa, chegavam com perigo à baliza do AIK. O golo de Raul Silva ao minuto ’10 dá-se no seguimento de um remate de Fransérgio à entrada da área. Danilo também teve uma mudança de velocidade tremenda criando muito perigo à defesa do AIK.

Outro apontamento interessante é a tentativa de Abel fazer de Fábio Martins um médio ala mais completo (um pouco como Pep Guardiola tentou fazer de Ribéry um quase falso 9). Tanto Fábio Martins como Pedro Santos não se mostraram os típicos alas que ficam de banda à procura do temível 1v1 para depois cruzar a bola para a grande área. Abel tentou puxá-los mais para zonas interiores (Pedro Santos já faz isto há alguns tempos) para receber jogo, algo que foi mal explorado mas que no futuro pode ser uma estratégia muito eficaz neste Braga de Abel.

O melhor ponta de lança português não parecia o mesmo e não foi por sua causa. Rui Fonte tem revelado ser um jogador muito completo, tanto com bola como sem ela. O jogo de ontem não foi propício ao seu estilo, mas mesmo assim quando conseguia jogar o seu jogo a equipa tornava-se outra. Rui Fonte é um jogador rápido que gosta de ter a bola e a equipa beneficia muito quando recua e pega no jogo. É igualmente letal quando recebe a bola nas costas da defesa (grande parte do processo ofensivo do Braga foi este mas com muito pouco sucesso). A equipa não o serviu de maneira adequada e o seu jogo passou muito ao lado.

No que toca à defesa, o Braga defendia muitas vezes em 4-2-4 de modo a condicionar a saída a três do AIK. Tanto Pedro Santos como Fábio Martins tinham a função de condicionar os centrais mais encostados às faixas, isto é, em vez de defenderem por fora defendiam por dentro e com isto os alas do AIK estavam várias vezes em situação de 1v1 com os laterais do Braga. Tanto Jefferson como Esgaio continuam a mostrar dificuldades no processo defensivo. Danilo (em termos individuais esteve muito bem) e Fransérgio não conseguiram manter um linha de meio-campo coesa e com apenas um passe a equipa do AIK facilmente tinha a defesa bracarense apenas por bater. Raul Silva é um central seguro e surpreendeu pela positiva, porém, Rosic deixa algumas dúvidas ainda.

É verdade que a equipa de Abel Ferreira não esteve bem defensivamente mas o grande problema está mesmo no ataque e não é por falta de talento. O acima mencionado Jorge Simão teve o mesmo problema na sua passagem por Braga. A equipa tinha poucas ideias ofensivas, o jogo passava muitas vezes pelas alas e pouco por zonas interiores. Seria muito trivial apontar o dedo à falta de um “10” na equipa mas uma coisa é certa, o Braga não irá chegar muito longe se não conseguir ligar o meio campo ao ataque. Neste jogo contra uma equipa teoricamente mais fraca foram notórias as dificuldades do Braga ligar o seu jogo. Durante este mercado muito se tem falado de um possível retorno de Josué que certamente daria outros ares a esta equipa nova cheia de jogadores talentosos que pode e deve fazer melhor que o jogo de ontem.

Este Braga é claramente melhor do que o AIK e na segunda mão (dia 3/08/2017) certamente terá um melhor desempenho em frente aos seus adeptos.

Esperemos para ver…

Foto de capa: Fonte: Facebook oficial de SC Braga

Martim Silva
Martim Silvahttp://www.bolanarede.pt
Martim Silva gosta de futebol pelo jogo que é e não pelas polémicas que este alimenta. Nascido em Lisboa mas crescido em Macau, passou a olhar para o futebol com olhos de ver quando viu José Mourinho e o Internazionale F.C. a fazerem história, derrubando tudo e todos. Fã de futebol ofensivo, apoiado, defensivo, fechado e de todos os génios que fazem parte do desporto rei (excepto Christophe Dugarry).                                                                                                                                                 O Martim não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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