A CRÓNICA: DOMÍNIO BRACARENSE PRESENTEADO COM APURAMENTO
Os Guerreiros do Minho entravam para o confronto com o Sheriff em desvantagem e a única opção para a equipa comandada por Carlos Carvalhal era a vitória. A equipa de Tiraspol encontrou um desafio bem diferente com um Braga a encurtar muito bem os espaços de forma a dificultar a troca de bola dos moldavos.
Os cânticos bracarenses entoavam e os jogadores respondiam. Os bracarenses entravam com tudo e estavam desde cedo perto de encurtar a desvantagem. O Sheriff era vítima de um grande desequilíbrio bracarense.
Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Depois de várias tentativas, os bracarenses chegavam mesmo ao golo aos dezassete minutos com um tiro certeiro de Iuri Medeiros na cara de Athanasiadis. O período após o golo era sinónimo de Braga e o segundo golo avistava-se.
Do outro lado, os moldavos não encontravam soluções para progredir no jogo. Os dois jogadores da frente da equipa de Tiraspol surgiam sem apoios e tinham muita dificuldade em desenhar jogadas.
O Braga procurava o jogo pelas alas criando desequilíbrios e chegava mesmo à igualdade na eliminatória com uma grande jogada por entre a defesa do Sheriff a um toque. Ricardo Horta fazia crescer o sonho bracarense ao minuto quarenta e três. Durante todo o jogo, Vitinha surgia como um “polivalente”, sendo fundamental a atacar como a defender. Do lado moldavo, Sebastien Till contribuía para males maiores com uma satisfatória exibição.
A segunda parte mostrava um Sheriff menos adormecido mas o Braga continuava em domínio. Com tudo em aberto, os visitados jogavam de forma controlada mas mantendo a consistência, sendo a equipa que estava mais perto vencer. A entrada de Castro foi fundamental refrescando o meio campo da equipa da casa mantendo a boa exibição coletiva.
O fim aproximava-se e o Sheriff tentava o golo através das poucas oportunidades que tinha. Grande parte dessas oportunidades surgiam de livres, que não criavam perigo pois o Braga ganhava os duelos nas alturas.
Mesmo em completa inferioridade, o técnico ucraniano do Sheriff apenas realizou uma troca e confiava nos seus jogadores para vencer na deslocação a Braga. Com sofrimento e com tendência vitoriosa para o lado contrário, o jogo não ficou decidido nos noventa minutos e as equipas iriam fazer um esforço extra para continuar na prova.
O jogo no prolongamento mostrava o cansaço acumulado mas ambas as equipas iam buscar forças onde fosse possível para alcançar uma vitória. As equipas não arriscavam e não surgiam oportunidades flagrantes. Mesmo após cento e cinco minutos, Ricardo Horta dava tudo em campo parecendo que tinha entrado há pouco. Desde o primeiro minuto procurava surgir solto de marcação com vista em desequilibrar a defesa moldava.
A vitória foi ditada pela decisão em penáltis. A jogar fora, o Sheriff sentiu mais pressão na decisão da linha de onze metros e o SC Braga carimbava a passagem aos oitavos depois de vencer nos penáltis por 3-2.
A FIGURA
Ricardo Horta – Cento e vinte minutos de outro mundo fez de Ricardo Horta o homem da noite. Desequilibrou totalmente a defesa moldava e contribuiu com um golo e uma assistência alimentando o sonho europeu bracarense
O FORA DE JOGO
Já acompanho a carreira do Momo Yansane desde os tempos do FC Isloch na Bielorrússia e não é por hoje ter marcado golo, mas a verdade é que é um excelente jogador e finalmente conseguiu um espaço na maior montra do futebol europeu. Na época passada, jogou na 2ª divisão russa. pic.twitter.com/6ndEgMYYVN
— Joel Amorim (@Vostok1981) September 15, 2021
Momo Yansane – O jogador do Sheriff Tiraspol não contribuiu em quase nada para o jogo, sendo um dos jogadores que não dava apoio na frente do ataque moldavo e com limitações defensivas que proporcionaram ataques da equipa da casa. Foi substituído no tempo de intervalo na procura de outro rumo que acabou por não acontecer.
ANÁLISE TÁTICA – SC BRAGA
Carlos Carvalhal optou pelo sistema 4-3-3, com destaque mais uma vez para David Carmo que estava de volta após uma grave lesão e para a titularidade do jovem Rodrigo Gomes. O sistema pareceu ser o acertado, uma vez que o SC Braga dominou praticamente o encontro todo. Os três homens dianteiros surgiram como um pesadelo para a defesa do Sheriff, com Vitinha a fazer parecer que estava em todo o lado participando em muitas jogadas.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Matheus (8)
Couto (6)
David Carmo (7)
Tormena (7)
Fabiano (6)
Al Musrati (7)
André Horta (7)
Ricardo Horta (9)
Iuri Medeiros (8)
Vitinha (7)
Rodrigo Gomes (5)
SUBS UTILIZADOS
Francisco Moura (6)
Bruno Rodrigues (6)
Castro (7)
Falé (5)
Abel Ruiz (6)
ANÁLISE TÁTICA – FK SHERIFF
Tal como no jogo em Tiraspol, o Sheriff entrava para o jogo com três defesas, mas desta vez com um 3-5-2 com Yansané e Yakhshiboev sozinhos na frente do ataque moldavo. Mesmo com cinco homens no meio-campo, o Braga conseguia facilmente penetrar a linha defensiva moldava. As alas defensivas moldavas mostraram-se frágeis, devido ao grande número de ataques bracarenses.
11 INCIAL E PONTUAÇÕES
Athanasiadis (6)
Petro (5)
Radeljic (6)
Dulanto (6)
Julien (6)
Sebastien Thill (7)
Addo (5)
Bruno (5)
Traore (4)
Yansané (6)
Yakhshiboev (5)
SUBS UTILIZADOS
Nikolov (5)
Basit Khalid (-)
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
FK SHERIFF
Não foram colocadas questões ao treinador do clube
SC BRAGA
BnR: Mais uma vez Carmo jogou depois de tanto tempo parado, num jogo de competição europeia, qual o nível que ele está neste momento?
Carlos Carvalhal: Esteve ao nível que eu já exigia o que nos habituou a antes da lesão que estava a um nível alto e vai ficar cada vez melhor de certeza.
Artigo de opinião de Leonardo Pereira