A Ligue 1 arrancou há duas semanas e, após duas jornadas, há uma equipa em grande destaque e que se perfila como o grande rival do super Paris Saint-Germain FC esta temporada: Olympique Lyonnais. Após a saída de Bruno Genésio e uma reestruturação na parte diretiva do clube, os les gones entraram com a corda toda na época e estão a fazer crescer água na boca.
Juninho Pernambucano foi o primeiro grande movimento do Olympique de Lyon. O ex-internacional brasileiro, jogou no clube entre 2001 e 2009, num período áureo dos les gones, e foi sete vezes campeão nacional francês, fazendo parte da era hegemónica do clube em França.
Escolhido para diretor desportivo, uma das suas principais decisões foi eleger o novo treinador da equipa. A escolha recaiu no compatriota, Sylvinho.
O técnico tinha apenas como experiência a função de adjunto, estando integrado no corpo técnico da seleção brasileira. Encarada como uma escolha arrojada e ousada de Juninho, o técnico tem posto a equipa a jogar um futebol ofensivo e pragmático, tanto a defender, como a atacar. Com um sistema tático assente no 4-3-3, o antigo defesa do FC Barcelona, tem privilegiado um jogo com um caudal ofensivo tremendo e estilo muito semelhante ao da seleção brasileira.
Memphis Depay é o jóker da equipa e da estratégia de Sylvinho. O internacional holandês tem um protagonismo elevado na equipa, partindo da esquerda do ataque, mas com carta verde para fazer combinações interiores e exteriores, bem como aparecer nas zonas de finalização e pôr em prática o seu excelente pontapé de meia distância. É o holandês que causa os desequilíbrios e que ocupa os espaços de forma a criar superioridade numérica em determinadas zonas do campo, gozando de uma grande liberdade. Ainda no ataque, há Moussa Dembélé, máquina de golos (23 golos em 48 jogos pelo Lyon), e Bertrand Traoré, sem a visão e qualidade de Depay, o burquino tem explosão, drible e também muito golo, dando características ao ataque muito próprias.
No meio campo moram as pérolas Aouar e Tousart. Ambos formados no clube são, talvez os dois elementos mais valiosos (a nível de mercado) do plantel. Vão valer muitos milhões de euros ao clube no futuro.
Na defesa e baliza, (o grande problema da equipa nas últimas épocas e até na pré-temporada era o facto de sofrer imensos golos) o Lyon de Sylvinho, também parece bem melhor. O jovem central dinamarquês, Joachim Andersen, foi um super reforço que chegou da UC Sampdoria. Não é um reforço mediático, mas é um jovem com muito potencial, evoluído tecnicamente e muito veloz, com capacidade para ser um dos melhores centrais da temporada em França. Um excelente complemento a Denayer. Na direita tem estado Dubois, que dá mais do que garantias, sendo, acima de tudo, um lateral equilibrado no que toca às ações ofensivas e defensivas, e na esquerda tem estado Koné, substituto de Mendy que rumou ao Real Madrid CF. Na baliza, como tem sido habitual nos últimos anos, continua o ágil e campeão Europeu, Anthony Lopes.
São dois jogos, duas vitórias, com 9 golos marcados e 0 sofridos, apoiados num futebol vistoso, “mandão” e eficaz. Sylvinho e o seu Olympique Lyonnais perfilam-se como uma séria ameaça à luta do Paris SG pelo seu tricampeonato.
Foto de Capa: Olympique Lyonnais
artigo revisto por: Ana Ferreira