Arsenal FC 0-2 Chelsea FC: “Blues” com melhor arsenal

    A CRÓNICA: LONDRES DE NOVO AZUL

    O Chelsea FC foi ao Emirates Stadium bater o rival londrino Arsenal FC por duas bolas sem resposta. Os campeões europeus foram mais fortes em todos os aspetos e somaram a segunda vitória em outros tantos jogos para a Liga Inglesa. Em claro contraste, os “Gunners” somaram a segunda derrota – de novo por 2-0 – e ainda não permitiram sequer que os seus adeptos festejassem um golo.

    Depois de quatro confrontos diretos consecutivos a favorecer os arsenalistas, eis que se volta a pintar de azul o Dérbi de Londres. Como aconteceu? Mais ou menos assim: a primeira quinzena de minutos deixou-nos o mote para a partida: alta rotação. Esta primeira quinzena culminou com o golo inaugural, apontado por… nem mais, Lukaku.

    O avançado belga fez uso da sua capacidade para jogar de costas para a baliza e libertou a bola para Kovacic, que a cedeu com classe para o corredor direito. James recebeu-a de pés abertos e colocou pela relva para o novo “9” do Chelsea, que só teve de encostar após ter feito corretamente o movimento de penetração na área.

    Os “Gunners” abanaram e o Chelsea FC instalou-se comodamente no encontro. Um par de dezenas de minutos após o primeiro tento, os azuis de Londres dilataram a vantagem. Uma boa interação de Marcos Alonso e Havertz pela esquerda permitiu que a equipa de Tuchel trouxesse o esférico para terrenos interiores, deixando-o à guarda de Mount, que encontrou o compatriota Reece James com muito espaço (uma vez mais) na direita.

    Desta feita, o inglês assumiu por sua conta a finalização e fez abanar de novo as redes arsenalistas com um remate “à futsal”, fazendo a bola passar por cima do ombro de Leno à saída em mancha do alemão. O segundo golo do Chelsea FC despertou o Arsenal FC, tendo os pupilos de Arteta partido em busca do golo da redução, não o tento encontrado no restante primeiro tempo.

    Na segunda metade, foi necessário aguardar com paciência até ao minuto 60 para ver o primeiro levar das mãos à cabeça. Num canto pela esquerda bem batido ao segundo poste, os “Gunners” conseguiram um primeiro cabeceamento para a entrada da pequena área, onde surgiu um segundo cabeceamento de Rob Holding. A bola não viajou para a baliza alugada a Mendy, mas causou calafrios aos “Blues”, uma raridade até então.

    A ausência de golo arsenalista ia aumentando o nível de conforto dos visitantes, que aos 77 minutos viram Leno auxiliar-se da sua mão esquerda e da barra para travar o 3-0 e o bis de Lukaku. O avançado ex-Inter encontrou bem o seu espaço na área e cabeceou numa boa execução, mas sem conseguir dirigir a bola da melhor forma.

    Esta viria a beijar a luva esquerda do guardião arsenalista e dirigir-se-ia para a parte inferior da trave. Os últimos quinze minutos seguiram a toada de toda a partida e, como tal, não se verificou qualquer alteração no marcador. Vitória justa e ajustada do Chelsea FC.

     

    A FIGURA

    Romelu Lukaku – Reece James fez uma fantástica partida, com um golo e uma assistência, com vários momentos de desequilíbrio e com várias subidas de grande qualidade, sem descurar a parte defensiva do seu jogo… Mas Lukaku foi monstruoso no que trabalhou, no que deu à equipa, na facultação constante de apoios frontais, no segurar dos centrais, no abrir espaço para os colegas das alas, nas movimentações e até fez o que lhe pedem: golo. Regresso fantástico do belga!

     

    O FORA DE JOGO

    Arsenal FC – O lado vermelho do derby de Londres continua a desapontar e precisa de fazer muito mais e muito melhor daqui em diante para poder sonhar pelo menos com uma melhor classificação do que a que alcançou na temporada transata. Os “Gunners” foram por completo dominados pelo Chelsea FC e a diferença de forças foi abismal. Inócuo ofensivamente, pleno de lacunas defensivamente, incônscio com bola e permissivo sem bola – assim foi nesta partida e assim aparenta ser esta época o Arsenal FC de Mikel Arteta.

     

    ANÁLISE TÁTICA – ARSENAL FC

    Os “Gunners” atuaram num 4-3-3 em ambos os momentos (ofensivo e defensivo), com Pépé e Saka a ladearem Martinelli e com Xhaka a jogar próximo de Lokonga no apoio ao médio mais avançado (Smith Rowe). Contudo, era possível vislumbrar por vezes no momento defensivo dos arsenalistas um 4-2-3-1, com Martinelli sozinho na primeira linha de pressão e Saka e Pépé a recuarem um pouco mais, tentando condicionar o pegar das batutas por Jorginho ou Kovacic.

    A velocidade dos seus extremos permitia que Mikel Arteta apostasse num jogo mais vertical, tentando pelas alas ferir um Chelsea FC que parecia ganhar o meio-campo com relativa facilidade. A experiência e a qualidade de Xhaka permitiam ao Arsenal FC ter alguma segurança e equilíbrio no meio-campo, o que também facilitava as transições ofensivas rápidas que os homens de vermelho e branco procuravam.

    A entrada de Aubameyang levou à saída de Saka e à adoção por parte dos “Gunners” de um sistema mais próximo do 4-4-2 com segundo avançado. Assim, Smith Rowe abandonou as zonas mais centrais que vinha ocupando e assumiu o lugar na esquerda, ficando Martinelli a acompanhar e a secundar o gabonês na frente de ataque do Arsenal FC.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Leno (6)

    Cédric Soares (5)

    Rob Holding (6)

    Pablo Marí (5)

    Kieran Tierney (6)

    Lokonga (6)

    Xhaka (6)

    Pépé (5)

    Smith Rowe (5)

    Bukayo Saka (5)

    Martinelli (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Aubameyang (5)

    Nuno Tavares (5)

    Balogun (5)

     

    ANÁLISE TÁTICA – CHELSEA FC

    Os “Blues” (3-4-3) apostaram na sua habitual construção a três, usufruindo dos seus três centrais, com o apoio de um dos médios ou até de ambos, em algumas ocasiões. Kai Havertz e Mason Mount ocupavam terrenos interiores com regularidade, deixando as alas à mercê de James e Alonso. Por seu turno, Kovacic e Jorginho atuavam em órbita mútua, recuando e subindo ora um, ora outro conforme a movimentação do esférico.

    Os dois médios do Chelsea FC eram igualmente o grande pêndulo dos visitantes nas transições defensivas, estando sempre bem posicionados sem bola. Na frente, Lukaku ocupava o seu tempo a ocupar o tempo dos defesas caseiros, fazendo jogo de pivô ofensivo, dando as costas à baliza muitas vezes e, com isso, permitindo sempre que os seus colegas encontrassem em si uma linha de passe e um apoio frontal.

    A defender, o Chelsea FC apresentava um bloco médio relativamente compacto, com uma organização tipicamente alemã e com claros traços do seu treinador, sendo um bloco igualmente capaz de pressionar e de aguardar mais atrás com paciência, dependendo do que pedia a partida.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Edouard Mendy (7)

    Reece James (9)

    Azpilicueta (6)

    Christensen (6)

    Rüdiger (6)

    Marcos Alonso (8)

    Kovacic (7)

    Jorginho (8)

    Kai Havertz (8)

    Mason Mount (7)

    Lukaku (9)

    SUBS UTILIZADOS

    Kanté (5)

    Ziyech (5)

    Werner (-)

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    Márcio Francisco Paiva
    Márcio Francisco Paivahttp://www.bolanarede.pt
    O desporto bem praticado fascina-o, o jornalismo bem feito extasia-o. É apaixonado (ou doente, se quiserem, é quase igual – um apaixonado apenas comete mais loucuras) pelo SL Benfica e por tudo o que envolve o clube: modalidades, futebol de formação, futebol sénior. Por ser fascinado por desporto bem praticado, segue com especial atenção a NBA, a Premier League, os majors de Snooker, os Grand Slams de ténis, o campeonato espanhol de futsal e diversas competições europeias e mundiais de futebol e futsal. Quando está aborrecido, vê qualquer desporto. Quando está mesmo, mesmo aborrecido, pratica desporto. Sozinho. E perde.