A Europa do futebol rendia-se ao fabuloso Nottingham Forest de Brian Clough. O único clube europeu com mais títulos europeus que nacionais. O feito de Clough ganhava outra dimensão se tivermos em conta a dimensão reduzida de um clube que há pouco mais de 3 temporadas, antes da sua chegada, competia na segunda divisão inglesa.
Clough e a sua varinha de condão guiaram o Forest a um inédito recorde de 42 jogos sem averbar qualquer derrota no exigente e competitivo campeonato inglês, feito esse apenas superado nos dias de hoje pelo Arsenal de Wenger.
Dono de uma personalidade forte e vincada, muitos se recordam do célebre episódio num encontro contra o Millwall, no qual mandou parar o autocarro onde seguia junto da sua equipa, a pouco mais de 2 km do estádio dos locais, e fez todo esse percurso a pé, numa clara resposta ao clima intimidatório e violento cultivado pelos violentos adeptos da equipa da casa.
Clough treinou o Nottingham Forest durante quase 18 temporadas, sendo que em 1993 despediu-se do comando técnico do clube no decepcionante e último lugar da Premier League.
As sucessivas tentativas de reconduzir o clube a uma glória cada vez mais longínqua conhecia assim o seu capítulo final.
Após os anos dourados em que tocou o Olimpo com as duas brilhantes conquistas europeias, a que se junta uma notável supertaça europeia (1979) onde derrotou a duas mãos o todo-poderoso Barcelona, apenas viria a conquistar 4 Taças da Liga (1977-78, 1978-79, 1988-89 e 1989-90).
Actualmente, o clube vive longe do esplendor dos anos 70 e luta pela sobrevivência no Sky Bet Championship (segundo escalão do futebol inglês).
Porém, o legado de Brian Clough permanece intemporal e é hoje uma referência de um passado cada vez mais longínquo. West Bridgford acorda hoje sem o encantador manto que a cobria nos gloriosos anos 70, mas sempre guardada pelo seu feiticeiro, que sob a forma de estátua viu os seus fiéis admiradores renderem-lhe a reconhecida homenagem.
Foto de capa: Premierleaguebrasil.com.br