Já no momento de transição defensiva é em Kanté e Matic que recaem grande parte das responsabilidades. Quando a equipa se encontra em situação de ataque estes posicionam-se habitualmente à entrada da área e, em caso de perda de bola, são os primeiros a acompanhar e, dessa forma, a controlar o contra-ataque adversário. Aos dois futebolistas junta-se, habitualmente, Gary Cahill ou Azpilicueta nesta tarefa. A reação à perda não é tendencialmente agressiva, até porque o Chelsea FC não é uma equipa que procure constantemente ter bola, mas é sobretudo realizada numa lógica de controlo por via da desaceleração do contra-ataque.
Em organização defensiva a equipa tende a posicionar-se num bloco baixo, com os alas a juntarem-se ao trio defensivo para formar uma defesa a cinco. Já no meio-campo Pedro Rodríguez e Eden Hazard juntam-se a Kanté e Matic para formar uma linha de quatro, configurando-se a equipa, estruturalmente, num 5-4-1. Desta forma a defesa consegue controlar toda a largura de forma competente sem que exista a necessidade de colocação de jogadores de caraterísticas mais ofensivas na grande área a desempenhar funções defensivas. A equipa atua com defesa à zona em função da posição da bola, sem que nunca exista a intenção de recuperação rápida da posse da mesma. Assim, no meio-campo, a ideia passa sempre por pressionar o portador da bola para que este não consiga realizar passes que possam resultar em desequilíbrio; apenas quando a primeira linha de quatro é ultrapassada a equipa tende a aumentar a sua agressividade defensiva, habitualmente com um dos centrais a sair rápido no portador da bola procurando impedir que este se enquadre com a linha defensiva.
Com Antonio Conte ao leme o Chelsea FC tem baseado o seu jogo, acima de tudo, nos momentos de organização defensiva e de transição ofensiva, embora não se descure a busca pela qualidade nos restantes momentos do jogo. Não é uma equipa que, à semelhança do brilhante FC Barcelona de Pep Guardiola, deseje ter bola, nem sequer uma equipa cuja principal premissa seja “a melhor forma de não sofrer golos é não dando a bola ao adversário”. As palavras de ordem da equipa londrina são coberturas, equilíbrios e concentração. Pode não ser o estilo mais atrativo, mas a verdade é que se tem mostrado competente e, acima de tudo, bem adaptado ao contexto futebolístico no qual está inserido.
Foto de Capa: Chelsea FC