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Leicester na luta pelo regresso à Europa

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O Leicester City Football Club regressou à Premier League em 2014 e na época seguinte surpreendeu o mundo com aquele que foi um dos maiores feitos da história do futebol, tendo-se consagrado campeão da Premier League em 2015/2016, sob o comando técnico de Claudio Ranieri. O plantel era unido e caminhou todo junto para o mesmo rumo. Pode-se dizer que toda a equipa teve a mesma importância na conquista do troféu, apesar de se destacarem Jamie Vardy, o melhor marcador do campeonato, Riyad Mahrez, o desequilibrador e maior assistente da equipa e N’Golo Kanté, considerado o melhor jogador da liga. Foi, sem dúvida, um acontecimento marcante na história do desporto.

Na época a seguir, jogadores como Kanté e Drinkwater tiveram propostas tentadoras e transferiram-se para outras equipas. O Leicester estava agora na Liga dos Campeões, mas os objetivos do clube passavam a ser os mesmos: a manutenção e possível sonho de qualificação para a Europa. Os foxes ficaram em 12º lugar no campeonato e conseguiram a mítica proeza de chegar aos quartos-de-final da Liga dos Campeões, tendo perdido apenas, por um agregado de 2-1, contra o Atlético de Madrid. Nessa temporada, Ranieri foi treinador da equipa até fevereiro e Craig Shakespeare até ao final da época.

Na época 2017/2018, Shakespeare orienta a equipa apenas até outubro e é substituído por Claude Puel. O LCFC faz uma boa temporada, ficando em 9º lugar e chegando aos quartos-de-final de ambas as taças. Puel ainda orientou a equipa na primeira metade da temporada 18/19, no entanto, os resultados não estavam a ser os melhores e o Leicester não praticava o futebol esperado para a equipa que tinha. Este período coincidiu também com a tragédia de helicóptero a seguir a um jogo, que causou a morte do dono do clube, Khun Vichai, e de outras 5 pessoas, que está agora para fazer um ano, dia 27 de outubro. Alguns meses depois, Puel foi então substituído por Brendan Rodgers em fevereiro de 2019.

O Leicester ao longo destas épocas, antes da chegada de Rodgers, mexeu-se bem no mercado e contratou jogadores que hoje fazem parte do plantel e são aproveitados pelo treinador, como é o caso de Mendy, Ndidi, Iheanacho, Tielemans, Johnny Evans, Soyuncu, Ricardo Pereira, Maddison, o próprio Maguire que ainda foi utilizado por Rodgers e Harvey Barnes, jogador da formação do clube. Ainda houve outros casos de jogadores pouco rentabilizados como é o caso dos ex-sportinguistas Adrien Silva e Islam Slimani ou ainda de Ahmed Musa, que foram jogadores que custaram uma boa quantidade de dinheiro e não encaixaram nos planos do clube.

Fonte: Leicester City Football Club

Como referido anteriormente, Brendan Rodgers assumiu o controlo da equipa em fevereiro de 2019 e pegou num Leicester debilitado e afundado na segunda metade da tabela, com 5 derrotas nos seus últimos 6 jogos. Rodgers fez uma recuperação extraordinária e o Leicester quase que chegou a lugares europeus, tendo terminado a época em 9º lugar, mas acima de tudo, com futebol de qualidade e a deixar os adeptos entusiasmados para a época que aí vinha.

Os foxes este ano adquiriram o passe de Tielemans, que estava emprestado pelo Mónaco, compraram Ayoze Pérez ao Newcastle, Dennis Praet à Sampdoria e ainda James Justin ao Luton. Com a venda de Maguire, conseguiram praticamente ter estas compras todas pagas, visto que o Manchester United pagou 87 milhões de euros pelo central inglês.

Rodgers é um treinador com uma filosofia de jogo atrativa e baseia o seu jogo na posse de bola com elementos parecidos aos de Guardiola, embora mais pragmático. O técnico inglês também é conhecido por desenvolver jovens talentos, como acontecia quando era treinador das camadas jovens do Chelsea, nos tempos de José Mourinho, o que poderá agora continuar a fazer, no plantel do Leicester, com tanta “juventude” para desenvolver.

Rodgers já tinha feito um bom trabalho no Liverpool e foi o treinador que esteve mais perto do título neste século, a seguir a Klopp o ano passado. A equipa jogava num 4-4-2 losango, que mais parecia um 4-3-3 com um meio-campo pressionante, Suárez e Sturridge na frente, Sterling e Coutinho nas suas épocas de explosão e Gerrard como patrão do meio-campo.

Um aspeto interessante em Rodgers é a sua versatilidade nas táticas. O que fez com o Liverpool, também aconteceu quando treinou o Celtic. Jogava na habitual tática 4-2-3-1, que variava para um 3-2-4-1, aproveitando a subida de um ala, o outro lateral formava uma linha defensiva de 3, fazendo com que um extremo ocupasse a zona central do terreno.

Fonte: Leicester City Football Club

As equipas dele são conhecidas por construir com tempo e aproveitar a posse de bola, no entanto, alteram-se facilmente para outro esquema tático, tudo com duas coisas em comum: o pragmatismo e a objetividade. É de destacar o trabalho feito no Leicester. Os foxes neste momento estão em 3º lugar do campeonato, apenas atrás de Liverpool e Man. City (que já fazem parte de outra liga) e desde que Rodgers chegou à equipa, se existisse uma tabela desde essa semana, o Leicester estaria em terceiro lugar. Para além disso, desde esse momento até ao final da época passada só o Liverpool (25) fez mais golos que o Leicester (19) no campeonato.

Nos últimos jogos da época passada, Rodgers começou a adaptar a sua tática para um sistema parecido ao de Pep Guardiola, o que denota os elementos comuns entre os treinadores. O Leicester passou a jogar num 4-1-4-1, com Vardy na frente a pressionar alto e a fazer movimentos de rutura na defesa adversária. Ndidi é o médio mais recuado e aquele que oferece todo o equilíbrio ao jogo dos foxes. No momento defensivo, por vezes recua e junta-se aos centrais e é importante no apoio ao lateral-esquerdo Chilwell. Nenhum jogador recuperou mais vezes a posse de bola do que Ndidi na época passada (299).

Na altura, jogavam Maddison e Tielemans à frente de Ndidi e Barnes e Gray nas alas. Esta época há algumas alterações em relação ao ano passado. Sai Maguire, entra Soyuncu para central. À frente de Ndidi jogam agora Tielemans e o reforço Dennis Praet. Nas alas, Maddison e o reforço Ayoze Pérez ocupam os lugares.

Este Leicester faz o que o Celtic de Rodgers fazia: a variação de um 4-1-4-1 para um 3-2-4-1. Um dos laterais sobe no terreno (Chilwell), o que obriga Maddison a sair do corredor e procurar a zona central, juntando-se a Praet. Tielemans faz duplo pivot com Ndidi. O outro lateral (Ricardo) não sobe e forma uma linha de 3 com Johnny Evans e Soyuncu, já a pensar no momento defensivo e num possível contra-ataque adversário.

O Leicester sem bola pressiona de maneira agressiva e não deixa o adversário ter muito tempo para organizar. Procuram quebrar as linhas de passe e em muitas ocasiões obrigam a equipa contrária a fazer passes de risco.

As alterações desta equipa são visíveis e podem-se comprovar com números. O Leicester de Rodgers aumentou a posse de bola em 7% relativamente ao de Claude Puel.

Fonte: Leicester City Football Club

Os foxes ainda têm várias opções de qualidade no banco. Pérez é o titular mais frequente, mas Rodgers pode ainda contar com Harvey Barnes e Demarai Gray, jogadores bastante úteis no passado. Ainda tem os experientes Wes Morgan e Christian Fuchs, como alternativas aos centrais e ao lateral-esquerdo, respetivamente. Tem também Choudhury, um jovem médio que chegou o ano passado e já mostrou boas indicações e Kelechi Iheanacho, um jogador de grande qualidade que não é titular só mesmo porque existe Jamie Vardy, e é difícil tirar-lhe o lugar. Para o meio-campo existe ainda Mendy, Amartey e o calejado Albrighton.

De destacar também Ricardo Pereira, considerado o melhor jogador da equipa na temporada passada e James Maddison que tem um futuro brilhante pela frente. Os 45 milhões investidos nestes dois parece uma pechincha nos dias de hoje.

O Leicester tem aqui uma equipa entusiasmante e um projeto bastante interessante, os adeptos estão confiantes para esta época e o King Power Stadium ainda poderá continuar a sorrir.

Foto de Capa: Leicester City FC

Artigo revisto por Diogo Teixeira

João Pedro Barbosa
João Pedro Barbosahttp://www.bolanarede.pt
É aluno de Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social, tem 20 anos e é de Queluz. É um apaixonado pelo desporto. Praticou futebol, futsal e atletismo, mas sem grande sucesso. Prefere apreciar o desporto do lado de fora. O seu sonho é conciliar as duas coisas de que gosta, a escrita e o desporto.

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