Este domínio está assente na forma, quase instantânea, como a equipa se reposiciona entre a transição ofensiva e o momento defensivo, e vice-versa. Todos os jogadores (incluindo Salah, perfeitamente integrado neste modelo) sabem quando atacar a bola e onde se posicionar, caso a ganhem, iniciando a transição ofensiva. Quando a perdem, também sabem onde se posicionar para começar um processo defensivo que se baseia na procura, quase selvática… da transição ofensiva.
No momento defensivo, Henderson, mais atrás e Wijnaldum e Can mais à frente têm sido incansáveis no apoio à contra-pressão dos homens da frente. Na transição ofensiva, a amplitude e a velocidade estonteante de Mané (que início de época!) e Salah é convenientemente acompanhada por Firmino (Sturridge, com mais “golo”, pode tomar o seu lugar, esteja em boas condições físicas)… e a magia acontece.
A magia que encanta Anfield e faz esperar muito desta equipa. É legítimo sonhar, há razões, sustentadas, para tal. Mas aguentar um modelo com esta intensidade numa época que pode chegar aos 50/60 jogos exige boa preparação física e boa profunidade de plantel que, a meu ver, ainda não existe pode ser difícil. Consiga-se colmatar essa lacuna (o mercado ainda está aberto), e este pode ser o Liverpool pelo qual se (des)espera há 27 anos.
Foto de capa: Mirror
artigo revisto por: Ana Ferreira