A CRÓNICA: OS ESCOLHIDOS A DEDO, VERSUS, OS IMPOTENTES
Em partida a contar para a 23ª jornada da Premier League, o Liverpool bateu em Anfield, o United, por duas bolas a zero. E com um golpe, “matou” dois “coelhos”. Matematicamente, ainda não acabou com as hipóteses do City chegar ao título, porém, enquanto uns vão perdendo pontos aqui e ali, outros não vacilam. O primeiro golo surgiu à passagem do minuto 14’, na sequência de um pontapé de canto cobrado por Alexander-Arnold, que encontrou Virgil Van Djik nas alturas, cabeceando para o fundo das redes. Se duvidas houvessem, Salah, o mais desaparecido do trio de ataque, carimbou a vitória, no ultimo minuto da compensação.
Apesar do “massacre” aplicado em 80% do tempo de jogo por parte do Liverpool ao Man.United, os red devils tiveram uma entrada positiva. Conseguiam ter bola, fazendo-a circular com qualidade entre os diferentes setores… O assustador, deu-se quando os reds subiram linhas e executaram a já conhecida pressão asfixiante que costumam impor sobre qualquer adversário. Aí, o United primeiro tremeu, depois sofreu. O meio campo dos da casa, funcionou como a “caixa de velocidades” deste carro que é o Liverpool. Todo-o-terreno, diga-se.
Com o passar do tempo, a disparidade de qualidade entre os conjuntos foi-se tornando cada vez mais notória. O United, apenas a espaços conseguia criar perigo, enquanto que do outro lado, o Liverpool só não goleava, porque o esférico passava sempre a centímetros da baliza. E quando não era a falta de pontaria, era De Gea (muito provavelmente, o melhor dos visitantes, a par de Matic). A diferença mínima arrastou-se e a incerteza no resultado também. Foi preciso uma assistência de Alisson, para o egípcio selar a vitória. Três pontos mais perto do título, três pontos mais longe do Man.City.
A FIGURA
Georginio Wijnaldum – Podia considerar o meio campo do Liverpool como a figura, mas desta vez, a escolha recai sobre o holandês. Um autêntico poço de força, mas não só! Força, técnica e conhecimento tático acima da média. A meu ver, é o protótipo de jogador “à Klopp”. O jogador mais completo deste plantel recheado de qualidade.
O FORA DE JOGO
Victor Lindelof – Se foi pelo ex-Benfica que os red devils saíram derrotados deste jogo? Não. Porém, foi o mais instável daquela defesa, que é um monte de problemas. Saiu a jogar em situações que devia ter lançado longo na frente e vice-versa, falhou inúmeros passes em zona proibida e foi demasiado “mansinho”, perante um ataque agressivo como o do Liverpool.
ANÁLISE TÁTICA – LIVERPOOL FC
Uma equipa fantástica orientada por um treinador excêntrico. Que mais se pode dizer deste Liverpool? Atualmente tem o melhor guarda-redes, a melhor defesa (já nem interessa quem é o homem ao lado Van Djik), o melhor meio campo (Henderson, Wijnaldum e “outro”) e o melhor ataque do mundo. Parece que os jogadores foram escolhidos a dedo por Klopp, com o intuito de aniquilar qualquer equipa. A nível coletivo: perfeitos (se a perfeição existe). Do ponto de vista individual, só não têm um “Bola de Ouro”, porque Firmino, Mané e Salah, dividem equitativamente os golos, para nenhum ficar triste. Ah, e Ronaldo e Messi ainda jogam à bola… De qualquer forma, os reds alinharam no seu 4-3-3 clássico e vertiginoso, com Alisson Becker na “cadeirinha”, Arnold, Goméz, Robertson e o já referido “senhor 85 milhões”, Chamberlain, ladeado pelos “monstros” do centro do terreno, a apoiar, aqueles “rapazitos” de quem se fala.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Alisson (6)
Robertson (7)
Van Djik (7)
Joe Gomez (6)
Alexander-Arnold (6)
Henderson (7)
Wijnaldum (8)
Oxlade-Chamberlain (7)
Sadio Mané (8)
Salah (7)
Firmino (8)
SUBS UTILIZADOS
Lallana (6)
Fabinho (5)
Origi (5)
ANÁLISE TÁTICA – MANCHESTER UNITED FC
O Manchester United apresentou-se em campo com o seu 4-2-3-1 habitual, desdobrável em 3-4-1-2 no processo ofensivo. Vertente esta, devido à presença de dois laterais esquerdos (Shaw e Williams) no onze escalado por Ole Gunnar Solskjaer, certamente com a função de tentar conter as três “flechas” apontadas à sua baliza. Matic e Fred, como duplo pivô defensivo à frente dos centrais. O sérvio, naturalmente mais posicional, enquanto que o brasileiro, usufruía de maior liberdade para construir e lançar o ataque. Andreas Pereira, no papel, seria o número dez do United, mas na prática foi o oito, e por vezes, o terceiro seis (!). Na frente, James e Martial, tinham a árdua tarefa de combater com aquele que, para mim e para tantos outros, é o melhor quarteto defensivo da atualidade.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
De Gea (7)
Luke Shaw (6)
Williams (6)
Maguire (6)
Lindelof (5)
Wan-Bissaka (6)
Matic (7)
Fred (6)
Andreas Pereira (6)
Daniel James (6)
Martial (6)
SUBS UTILIZADOS
Juan Mata (5)
Greenwood (5)
Dalot (5)
Foto de Capa: Liverpool FC
artigo revisto por: Ana Ferreira