Liverpool FC 4-0 Manchester United: Diferença abismal num duelo de “Reds”

    A CRÓNICA: LIVERPOOL AFUNDA MANCHESTER UNITED E DEIXA CITY PRESSIONADO

    Jogo grande em Anfield Road, com o Liverpool FC a receber o Manchester United FC, num daqueles que é sempre, apesar das diferentes fases que os clubes passam, um dos maiores clássicos do futebol inglês e mundial.

    Num duelo de “Reds”, os comandados por Ralf Rangnick chegavam a Anfield desfalcados e sem grande poder de fogo (Cavani lesionado e Cristiano afastado por razões pessoais) na busca de pontos importantíssimos para a luta pelo 4.º lugar. Do outro lado, a equipa da casa, que está numa forma incrível e que vinha de uma vitória impressionante frente ao Manchester City, sabia que não podia escorregar para poder continuar na corrida ao título.

    E assim foi, uma primeira-parte completamente demolidora da equipa de Jurgen Klopp, que controlou todos os momentos do jogo. O United, que entrou em campo com quatro mudanças e uma formação diferente daquela que Rangnick tem utilizado, viu-se incapaz de contrariar as armas ofensivas dos “Reds” (que confirmaram mais uma vez o porquê de serem o melhor ataque da Premier League).

    Aos cinco minutos o Liverpool FC chega ao golo numa tentativa de pressão dos “Red Devils”, em que o capitão Maguire erra e fica a meio do caminho na pressão deixando assim um buraco gigante nas suas costas, onde Mané lançou Salah na velocidade e este assistiu o ex-FC Porto, Luís Díaz. Como se isto não chegasse, aos nove minutos sai Pogba, lesionado. Um início de jogo nada favorável para a equipa de Manchester. Aos 21 minutos chega o segundo golo, numa jogada coletiva ao primeiro toque do Liverpool, que termina numa assistência de Mané (digna de Puskás) para Salah. Começavam os flashbacks da primeira volta, em que o Liverpool ganhou 5-0 em Old Trafford.

    Na segunda-parte, Rangnick mexeu na equipa, passando a jogar no típico 4-2-3-1, tirando Jones e metendo Sancho. Mexidas que surtiram efeito visto que a equipa entrou mais pressionante e conseguiu o primeiro remate e a primeira oportunidade de golo (ambas por Sancho). O United até aos 68 minutos teve o seu melhor período. Mais balanceada na frente, a equipa de Manchester expunha-se ao contra-ataque mortífero dos “Reds”, e foi exatamente assim que o terceiro golo surgiu. Robertson recupera a bola a meio-campo, lança Luís Díaz na velocidade e este assiste Sadio Mané, que fez um autêntico passe para a baliza defendida por De Gea.

    Aos 84 minutos, mais uma perda de bola dos “Red Devils” no seu meio-campo, que acaba com uma assistência de Diogo Jota para Salah fazer o 22.º golo nesta edição da Premier League, aproveitando o espaço deixado nas costas da defesa.

    Resumidamente, foi uma aula de futebol dada por Jurgen Klopp ao seu antigo “professor”, Ralf Rangnick. Fazer ainda uma menção à homenagem dada tanto pelos adeptos do Manchester United como pelos do Liverpool, ao minuto 7, a Cristiano Ronaldo, que passa por uma situação delicada neste momento.

    A FIGURA

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Jurgen Klopp – Num jogo absolutamente dominador do Liverpool, ofensivamente e defensivamente, o destaque vai para o homem que comanda as tropas. Em duelo direto com Ralf Rangnick, o ex-treinador do Dortmund deu um baile de bola ao seu antigo “Professor”. Este Liverpool é uma autêntica máquina oleada na perfeição, onde vários jogadores se destacam, e grande parte desse mérito vai para o treinador alemão que parece conseguir retirar o melhor de todos eles. Menção honrosa às “jogatanas” de Thiago, Luís Díaz, Sadio Mané e Mohamed Salah, que poderiam facilmente ser eleitos homens do jogo.

     

    O FORA DE JOGO

    Ralf Rangnick – Se por um lado temos um treinador ao comando de uma máquina oleada, do outro temos um treinador que tem nas suas mãos uma “máquina enferrujada”. Apesar das ausências de peso (lesões de Cavani, Varane, o próprio Pogba aos 9 minutos, e Cristiano Ronaldo, este último por razões pessoais), a verdade é que Rangnick errou completamente na abordagem ao jogo. Entrando pela primeira vez com uma defesa a três, que previsivelmente traria maior consistência defensiva, a equipa pareceu sempre muito desconfortável, sem alma, sem ideias, desligada do jogo e nunca capaz de fazer frente a este Liverpool. Apesar da melhoria no início da 2ª parte quando fez entrar Jadon Sancho e voltou ao típico 4-2-3-1.

     

    ANÁLISE TÁTICA – LIVERPOOL FC

    A jogar no típico 4-3-3, os “Reds” imitaram aquilo que tinham feito contra o City de Guardiola e fizeram uma primeira parte a roçar a perfeição. Largura dada pelos laterais que parecem autênticas locomotivas durante todo o jogo, criando espaço no meio-campo para o “maestro” Thiago gerir os tempos de jogo, e rasgar a defesa contrária. Liberdade de movimentos dos três da frente que tanto atacavam a profundidade como o espaço entre a defesa e o meio-campo do Manchester. Triangulações e superioridade nas laterais, que permitiu sempre o controlo da bola, de notar que os “Red Devils” durante todo o jogo nunca conseguiram ter mais de 30% da posse da bola, dado que reflete o domínio avassalador do Liverpool.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Alisson (6)

    Alexander-Arnold (6)

    Joel Matip (6)

    Virgil Van Dijk (6)

    Andy Robertson (7)

    Fabinho (6)

    Henderson (6)

    Thiago (8)

    Mohamed Salah (9)

    Sadio Mané (8)

    Luis Díaz (7)

    SUBS UTLIZADOS

    Diogo Jota (6)

    Naby Keita (-)

    James Milner (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – MANCHESTER UNITED FC

    Entrada em campo num “novo” 3-4-2-1 (no papel), com Rashford como referência ofensiva, Elanga e Bruno nas suas costas, e uma linha de 4 composta por Dalot, Matic, Pogba e Wan-Bissaka, atrás deles os três centrais. Quase sempre sem bola, este 3-4-2-1 foi durante a maioria da 1ª parte um 5-3-2 a defender, com os laterais a baixarem. Na teoria a ideia era boa, esperar pelo Liverpool e lançar o contra-ataque, o problema é a equipa que os “Red Devils” enfrentavam “pequeno” pormenor que escapou a Rangnick, e no qual a lesão de Pogba aos nove minutos não ajudou nada.

    Em nenhum momento o Manchester pareceu capaz de almejar a baliza adversária, passando sempre a sensação de uma equipa sem ideias, que não foi capaz de fazer 5/6 passes seguidos, que acusou a falta de rotina tática e a falta de ritmo competitivo de alguns jogadores quando comparado com o Liverpool (caso de Phil Jones que tinha até à entrada deste jogo uns humildes 120 minutos de competição oficial). De notar a melhoria, ainda assim curta e ineficaz, da equipa aquando da entrada de Sancho e da mudança de tática para o 4-2-3-1.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    De Gea (5)

    Phil Jones (4)

    Harry Maguire (4)

    Lindelof (5)

    Wan-Bissaka (4)

    Paul Pogba (-)

    Matic (5)

    Diogo Dalot (4)

    Bruno Fernandes (5)

    Elanga (5)

    Marcus Rashford (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Lingard (5)

    Sancho (6)

    Hannibal Mejbri (-)

    Artigo de opinião de Renato Soares

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    Renato Alexandre Soares
    Renato Alexandre Soareshttp://www.bolanarede.pt
    O Renato é natural de Aveiro mas atualmente reside em Lisboa. Está, neste momento, a tirar uma licenciatura em Ciências da Comunicação no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Tem no futebol a sua maior paixão, mas é um aficionado pelo mundo do desporto. Desde futebol até à Fórmula 1, passando pelo basquetebol e andebol, se for um desporto, tem lugar garantido na vida do aveirense.