O que ganha o Chelsea com o novo sistema

- Advertisement -

Cabeçalho Futebol Internacional

A época não começou da melhor maneira para o Chelsea de Antonio Conte. Fantasmas de um passado recente pareciam tomar conta dos jogadores e, apesar de nos quatro primeiros jogos oficiais (um para a Taça da Liga, três para a Premier League) ter somado vitórias, a verdade é que só uma tinha sido conquistada sem sofreguidão. Adivinhava-se uma escorregadela a qualquer momento, e ela não se fez esperar – no País de Gales, o Chelsea empatou a 2 com o Swansea e a esta igualdade seguiu-se uma derrota em casa, diante do Liverpool e uma humilhação diante do Arsenal, no Emirates, onde a equipa foi vulgarizada e derrotada por 3-0.

Não, assim não podia ser. Não eram resultados, muito menos exibições que dignificassem o estatuto de um candidato ao título. Conte fez alterações imediatas. Fugiu a um capricho que admitiu publicamente e que está bem documentado na tese apresentada, em 2006, na prestigiada escola de treinadores de Coverciano intitulada “Considerazioni sul 4x3x1x2 ed uso didattico del video” (“Considerações sobre o 4x3x1x2 e a utilização educacional do video”, tradução livre). O uso de uma linha de quatro deixou de existir e passou a trabalhar sobre uma forma táctica que parte em 3x4x3, mas que se desdobra para lá disto. Três jogos, três vitórias (incluindo os humilhantes 4-0 aplicados ao Manchester United), nove golos marcados, nenhum sofrido, 21 remates à baliza a favor, apenas 7 contra. A linha defensiva ficou com um homem a menos e a equipa passou a defender melhor. Contra-senso? Nem por isso.

Dois dos três homens mais recuados que Conte normalmente usa têm uma cultura táctica e uma inteligência posicional fora do comum, ambientando-se a novos contextos tácticos com relativa facilidade. Assim, os alas não tem preocupações ao arriscar subir no terreno. Têm as costas largas nas compensações que tanto Cahill como Azpilicueta conseguem e sabem fazer. E como só um de cada vez é que as tem de fazer, ficam dois homens de àrea a segurar as rédeas na àrea.

A notável acção sem bola destes dois não se fica por aqui, porque (sobretudo Azpilicueta… que o diga Pogba) ambos sabem como pressionar eficazmente o portador, normalmente condicionando a sua acção quando este a recebe de costas. Não o deixam virar e isso é meio caminho andado para que o processo ofensivo seja mais lento. Esta “subida” é sempre devidamente compensada por dois médios que, tacticamente, são da melhor coisa que há no mundo. Matic interpreta os momentos defensivos como ninguém e serve, muitas vezes de auxílio à linha mais recuada, sobretudo quando David Luiz (o terceiro elemento) faz incursões pelo meio-campo contrário na tentativa de baralhar a organização defensiva contrária.

Pedro Machado
Pedro Machado
Enquanto a França se sagrava campeã do mundo de futebol em casa, o pequeno Pedro já devorava as letras dos jornais desportivos nacionais, começando a nascer dentro dele duas paixões, o futebol e a escrita, que ainda não cessaram de crescer.                                                                                                                                                 O Pedro não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

Subscreve!

Artigos Populares

Pedro Caixinha fala em exclusivo ao Bola na Rede: «O sucesso do Paulinho no México abre a porta ao mercado europeu e aos jogadores...

O Bola na Rede está presente no Portugal Football Summit. Pedro Caixinha falou sobre o futebol brasileiro e elogiou Paulinho.

Pedro Caixinha e relação com Neymar no Santos: «Desenvolvemos uma boa empatia»

O Bola na Rede está presente no Portugal Football Summit. Pedro Caixinha falou da experiência de treinar Neymar no Santos.

Leonardo Jardim destaca diferenças no futebol brasileiro: «Não é por acaso que 19 treinadores já foram despedidos no Brasileirão este ano»

O Bola na Rede está presente no Portugal Football Summit. Leonardo Jardim falou das perceções no futebol brasileiro e no Brasileirão.

André Villas-Boas destaca desafios do futebol português e lamenta pouca operacionalização do VAR: «É uma das maiores vergonhas que podemos enfrentar»

O Bola na Rede está presente no Portugal Football Summit. André Villas-Boas, o presidente do FC Porto, falou em conferência.

PUB

Mais Artigos Populares

Alexander Bah e Manu Silva abordam recuperação e esperam poder ajudar o Benfica: «Estava a concretizar um sonho de criança»

Alexander Bah e Manu Silva estão a finalizar as suas recuperações das lesões sofridas ao serviço do Benfica.

André Villas-Boas aborda luta com Sporting e Benfica pelo título e elogia Francesco Farioli: «Conforta-nos a relação umbilical entre o treinador e a equipa»

O Bola na Rede está presente no Portugal Football Summit. André Villas-Boas, o presidente do FC Porto, falou em conferência.

André Villas-Boas confirma possibilidade de vender Rodrigo Mora abaixo da cláusula e critica Al Ittihad: «Está habituado a brincar com o FC Porto»

O Bola na Rede está presente no Portugal Football Summit. André Villas-Boas, o presidente do FC Porto, falou em conferência.