O que ganha o Chelsea com o novo sistema

     

    Kanté parece ter um par de pulmões que não se esgota e o dom da omnipresença, patrocinado pela sua velocidade (sem bola, mas com ela também, em condução) e a plena noção de onde e quando deve estar e o que e quando deve fazer. Os dois equilibram bem a equipa, mas se um lhe dá conforto, o outro trabalha sobre esse conforto para criar e agitar as àguas.

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    Conte passou para o seu sistema preferencial e o Chelsea só sabe ganhar
    Fonte: Chelsea FC

    Nas laterais, Moses tem revelado uma disponibilidade física fantástica no lado direito e Marcos Alonso, mesmo formado num contexto diferente, parece ter nascido para ser ala-esquerdo num sistema de três defesas. Paulo Sousa foi o primeiro a reparar nisso, potenciou-o nessa posição, Conte vai tirando proveito. Ambos dão largura ao processo de construção ofensiva e, Moses pelo físico e Alonso pela inteligência, são donos e senhores dos corredores laterais.

    Agradecem os extremos/segundos avançados Pedro e Hazard, pela liberdade que a acção dos alas lhes confere, permitindo-lhes derivar para o meio e rematar, como gosta e sabe fazer o belga (veja-se o terceiro golo do Chelsea contra o Manchester United, no último Domingo), ou explorar combinações com os alas de forma a dar largura ao ataque, como Pedro sabe fazer tão bem. Embora Hazard possa explorar a horizontalidade tal com a mesma qualidade, tal como Pedro é capaz de derivar para o meio e finalizar. No meio disto tudo, ficam baralhados os laterais da defesa contrária, por não saber se devem fechar o centro ou… o corredor lateral (veja-se Valência no tal golo de Hazard).

    A referência ofensiva, Diego Costa, tem a si apontada a marcação dos centrais contrária e a sua acção sem bola é fundamental na criação de espaços para os colegas… ou para si, sendo também importante na pressão ao portador da primeira bola de construção do rival, sempre auxiliado do fiel escudeiro e companheiro de selecção, Pedro, nesta tarefa. A defesa começa no ataque, e a pressão exercida sobre quem “sai” com a bola é fundamental para estancar presumíveis ataques à baliza dos blues e, claro, para iniciar, cada vez mais longe daí, o seu processo ofensivo.

    Hazard, perante esta acção fica mais liberto e é encarregue de criar linhas de passe, receber a bola, devolver ou fugir com ela. No fundo, aquilo que o belga procurava. Agora, encontra-se num autêntico parque de diversões, onde pode exultar todo o seu talento.

    Com a mudança de modelo de jogo, o Chelsea de Conte ganhou tudo o que parecia “pedir” nos jogos anteriores: agressividade na hora de pressionar a primeira fase de construção adversária, organização ofensiva … e aquela dose de magia que só um feiticeiro (Eden “Wizard” Hazard) podia trazer.

     Foto de Capa: Chelsea FC

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