📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:

Regresso a Casa: You’ll Never Klopp Alone

- Advertisement -

O Regresso a Casa é uma rubrica na qual os antigos redatores voltam a um lugar que bem conhecem e recordam os seus tempos remotos, escrevendo sobre assuntos actuais.

Foi de recorde atrás de recorde e de jogo perfeito atrás de jogo perfeito que o Liverpool de Klopp, com uma sede de vencer e esmagar a cada domingo, coloriu um dos, com toda a certeza, mais saborosos títulos da sua gloriosa história.

Importa, pois, perceber como Jurgen Klopp – já, sem dúvida, um dos melhores e mais marcantes treinadores das últimas décadas – moldou, peça a peça, esta máquina furiosa e que não se satisfez com ganhar. Fê-lo de uma forma que nunca antes tinha sido vista, aniquilou adversários e pareceu, logo desde Agosto, estar a jogar sob as próprias leis e num campeonato à parte. O 3-1 sobre o Man. City, em novembro, abria as portas para a glória, mas foi no 4-0 ao Leicester, em pleno Boxing Day, que a equipa mostrou estar num planeta à parte. Quem viu sabe o que se passou no King Power e quem não viu devia ir ver uma das melhores prestações de uma equipa nos últimos anos.

Depois de anos e anos de insucessos repetidos, de escorregadelas que roubaram títulos e com o clube num caos, e depois de fazer frente a um super Bayern com o rock and roll do Dortmund, Klopp abraçou a mais difícil tarefa da carreira. A direcção, sabendo do estado de coisas, pouco se importou com o 8.º lugar na primeira época e com as finais da Liga Europa e da Taça da Liga perdidas. Loser alemão, exclamavam muitos e repetiam-no após a final de Kiev. Houve visão, confiança em Klopp e, acima de tudo, uma ideia muito bem definida para um projeto que estava destinado ao sucesso.

Hoje é fácil dizer que Salah, Mané e Firmino jogam muito, que Van Dijk é o melhor defesa-central do planeta, que Robertson faz o lado esquerdo como ninguém e que Fabinho é a pedra do equilíbrio. Mas convém relembrar que todos chegaram a Anfield sem o estatuto de estrela – Firmino brilhava num modesto Hoffenheim e Salah tinha flopado sobremaneira no Chelsea – e duvidava-se da capacidade de Klopp para dali extrair o necessário para enfrentar um Manchester City que pode fazer dois onzes de gala e que tem um treinador praticamente indestrutível em termos de regularidade.

Dia após dias, semana após semana, Klopp foi sossegando o espírito assombrado de tantas desilusões dos adeptos e construiu uma equipa perfeita. Esta época, o gengenpressing louco ficou para segundo plano e vimos, até, o Liverpool de ataque frenético a saber gerir, baixar o ritmo, pausar o jogo e resguardar-se para a batalha seguinte. Para isso muito contribuíram Van Dijk e Fabinho. O holandês pernalonga permite à equipa jogar bons pares de metros mais à frente e o brasileiro – pasmem-se, que passou pelo Rio Ave – dá a segurança necessária para a pressão nos últimos 20 metros, porventura o maior segredo para tamanho sucesso desta equipa.

O génio de Firmino, um avançado que não é avançado e é um pouco de tudo, deixava as motas de Salah e Mané desbravarem as defesas contrárias e Arnold, um lateral-direito que joga como um 10, e Robertson, uma locomotiva que custou umas migalhas, chamaram a si a responsabilidade de também resolverem muitos jogos. Alisson foi a cereja no topo do bolo para que tão espectacular equipa não estivesse sempre à beira do colapso devido a guarda-redes medianos.

Uma imagem repetida, nos próximos tempos?
Fonte: Liverpool FC

Tudo isto, claro, não seria possível sem muito dinheiro e uma boa gestão. Ainda assim, os 95 milhões de euros de diferença entre contratações e vendas nos últimos cinco anos, atestam muito bem o exemplar trabalho de uma direcção que nunca quis cair no erro de ir buscar jogadores da moda e acertou em muitos mais do que os que falhou.

Pandemias e estádios vazios à parte, ninguém se esquecerá deste título 30 anos depois. O nome de Klopp é já unânime e pouco faltará para que lhe ergam uma estátua à porta de Anfield. O grande desafio será perceber por onde se pode melhorar para, daqui por um ano, cá estarmos a falar de um bicampeonato, que, esperamos, poderá ser festejado pelas ruas como todos merecem.

Artigo revisto por Joana Mendes

Francisco Vaz de Miranda
Francisco Vaz de Miranda
Apoia o Sport Lisboa e Benfica (nunca o Benfas ou derivados) e, dos últimos 125 jogos na Luz, deve ter estado em 150. Kelvin ou Ivanovic não são suficientes para beliscar o seu fervor benfiquista.                                                                                                                                                 O Francisco não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

Subscreve!

Artigos Populares

2 regressos e 2 ausências do Barcelona para o jogo contra o Girona

O Barcelona poderá contar com Lamine Yamal e Fermín para o próximo jogo frente ao Girona, mas Ferrán Torres e Raphinha ficam ainda de fora.

Diretor do Inter Milão desmente rumor sobre a contratação de Neymar e proposta do Al Hilal: «Uma pessoa pode sempre dizer que não»

Piero Ausilio, diretor do Inter Milão, negou a intenção de contratar Neymar e a alegada proposta para integrar a direção do Al Hilal.

João Noronha Lopes radiante com a vitória do Benfica sobre o Chaves: «Este ano vamos ser campeões nacionais»

João Noronha Lopes assistiu ao Chaves x Benfica na Casa do Benfica de Almada. Candidato não fez campanha no dia do jogo.

Rafael Seixas garante que Celoricense não preparou autocarro para receber o FC Porto: «A qualidade do adversário obriga a baixar as linhas»

Rafael Seixas, treinador do Celoricense, fez a antevisão do duelo diante do FC Porto. Jogo marca a 3.ª eliminatória da Taça de Portugal.

PUB

Mais Artigos Populares

Bruno Fernandes aprecia confiança de Sir. Jim Ratcliffe em Ruben Amorim: «Acreditamos que o treinador pode ajudar este clube a voltar ao lugar onde...

Bruno Fernandes concedeu uma entrevista à Sky. O médio e capitão do Manchester United abordou a atualidade dos red devils.

Real Oviedo de David Carmo derrotado em casa pelo Espanyol na 9ª jornada da La Liga

O Real Oviedo de David Carmo recebeu o Espanyol, num jogo a contar para a nona jornada da La Liga, que terminou com o resultado de 2-0.

Diego Moreira e Gonçalo Ramos marcam no tropeço do PSG diante do Estrasburgo na Ligue 1

O PSG deixou para trás dois pontos diante do Estrasburgo. Empate em casa contou com Gonçalo Ramos no onze dos parisienses.